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Em Silverstone, F1 mostra novo carro e testa novo modelo de classificação

Buscando maior competitividade, categoria traz mudanças importantes no formato dos finais de semana, no regulamento e na aerodinâmica do carro

Por Pedro Henrique Oliveira
Atualizado em 17 jul 2021, 10h45 - Publicado em 17 jul 2021, 10h45
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  • Carro-conceito da F1 para 2022 visto 3/4 de frente
    A Fórmula aproveitou a volta em massa do público no GP de Silverstone para divulgar o novo visual do carro para 2022 (Divulgação/Formula 1)

    Não é novidade para ninguém que, desde 2017, quando o grupo Liberty Media Corporation comprou a mais famosa categoria de automobilismo do planeta, um dos principais objetivos seria tornar a F1 mais “atrativa”. 

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    A questão é: como fazer isso? As respostas oferecidas pelo grupo são melhorias no regulamento, com a finalidade de tornar a categoria mais nivelada, atualizações no conceito do carro e novos formatos de competição. 

    Com foco no objetivo, nesta semana, a Fórmula 1 divulgou as novidades do carro que será utilizado no próximo ano. A categoria aproveitou o clássico GP de Silverstone, na Inglaterra, para reunir os pilotos e apresentar o visual do modelo de 2022. 

    Carro-conceito da F1 para 2022 visto de frente com pilotos
    Os pilotos aproveitaram para posar ao lado do novo conceito (Divulgação/Formula 1)
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    Originalmente, o novo monoposto seria utilizado no ano de 2021, mas por conta da pandemia do coronavírus, a direção da categoria optou por esperar mais uma temporada para promover a mudança. 

    O carro-conceito, como de costume, tem um visual futurista e agressivo. Visando melhorar a aerodinâmica, as asas dianteira e traseira foram simplificadas e os bargeboards (estruturas que ficam na lateral no carro) foram praticamente retirados.

    Carro-conceito da F1 para 2022 visto 3/4 de frente
    O modelo ainda será modificado pelas equipes, que buscam brechas no regulamento (Divulgação/Formula 1)

    Os carros atuais tendem a perder metade do downforce na perseguição a outro carro, por conta do ar “sujo” que sai da parte traseira do veículo à frente. No conceito de 2022, o nariz e as asas foram repensados para reduzir drasticamente essa perda. 

    Estas alterações permitem que os competidores fiquem mais próximos uns dos outros até mesmo nas curvas. Se os carros atuais perdem cerca de 46% de downforce quando estão a 10 metros do carro à frente, com as mudanças, o carro de 2022 reduzirá essa perda para apenas 18%.

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    Rodas aro 18 com calotas

    Pneu do carro-conceito da F1 para 2022
    Os pneus aro 13 foram substituídos por novos de aro 18 (Divulgação/Formula 1)

    Outra alteração significativa foi no jogo de pneus. A partir do próximo ano, o aro deixa de ser 13 e passa a ser de 18 polegadas. Além disso, ainda nas rodas, as polêmicas calotas serão utilizadas. 

    Em relação ao combustível, ele será totalmente novo. Chamado de E10, ele contém 10% de etanol produzido de maneira sustentável. Essa inovação ajuda a F1 a diminuir a emissão de gases poluentes, um dos objetivos da categoria desde o começo da utilização de motorizações híbridas.

    Carro-conceito da F1 para 2022 visto 3/4 de frente com cores da Red Bull
    A Fórmula 1 apresentou imagens de como ficariam os carros das equipes com o novo conceito (Divulgação/Formula 1)

    Como a segurança é fundamental em competições automobilísticas, o conceito será obrigado a aguentar 15% mais energia do que o modelo atual em choques na parte da frente e de trás. Com o acidente de Romain Grosjean, que chocou o mundo e, felizmente, terminou sem vítimas, a categoria continua empenhada em trazer cada vez mais segurança aos pilotos. 

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    Carro-conceito da F1 para 2022 visto 3/4 de frente com as cores da McLaren
    De acordo com a F1, o carro foi construído com base em milhões de dados fornecidos pelas equipes (Divulgação/Formula 1)

    Dito isso, o regulamento, somado ao novo carro, busca introduzir um cenário mais igualitário na Fórmula 1 para que não se observe enormes disparidades entre as equipes, como é o caso da diferença entre Mercedes e Haas, por exemplo.

    De acordo com Ross Brawn, diretor técnico da F1, “o regulamento de 2022 abordará este problema (diferença entre as escuderias) e criará oportunidades para batalhas mais próximas e mais corridas roda a roda”, afirmou. 

    Carro de F1 da equipe Haas visto de lado
    A Haas, pior equipe do grid atual, afirmou que já está totalmente focada no desenvolvimento do carro para 2022 (Divulgação/Formula 1)

    E quanto aos novos formatos de competição?

    Para 2021, a F1 anunciou que testaria um novo formato de classificação em três corridas. A primeira delas é o GP do Reino Unido, que ocorre no famoso circuito de Silverstone. O final de semana, nesses casos, se ajusta com uma corrida de classificação.

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    Sexta-feira

    Sábado

    Domingo

    Carro de F1 da Mercedes de 2021 visto de lado
    Lewis Hamilton largará em primeiro na primeira classificação sprint da Fórmula 1 (Divulgação/Mercedes-AMG Petronas Motorsport)

    Neste caso, a classificação de sexta-feira já terminou em Silverstone. Lewis Hamilton foi o mais rápido, seguido por Max Verstappen e Valtteri Bottas. Essa será a ordem do grid para a corrida sprint deste sábado. Fora isso, quem conquistar a pole position ganha três pontos no campeonato, assim como o segundo colocado ganhará dois e o terceiro somará um ponto. 

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    Max Verstappen cruzando a linha de chegada na Áustria
    A intenção do grupo Liberty Media é tornar a F1 mais equilibrada e competitiva (Divulgação/Red Bull Racing)

    Quando questionado sobre o motivo da mudança, Brawn afirmou que ela visa maior intensidade na competição. “Um fim de semana de qualificação de sprint é muito mais completo em termos de competição”, explicou. “Uma competição intensa acontecendo na sexta, no sábado e no domingo”, concluiu.

    Portanto, neste formato, o grid da corrida de domingo é decidido pela classificação em formato de sprint de 100 quilômetros. Isso reflete nas escolhas de pneus e nas regras conhecidas como parc fermé, ou parque fechado. 

    Ferrari de Charles Leclerc durante pit stop
    Com a presença da classificação sprint, algumas proibições do chamado parque fechado serão flexibilizadas (Divulgação/Scuderia Ferrari)

    Pneus

    Em um final de semana comum de corrida, cada piloto recebe oito jogos de pneus macios, três jogos de médios e dois jogos de pneus duros. Em finais de semana que o formato sprint será testado, houve uma pequena alteração na alocação dos pneus. 

    McLaren de Daniel Ricciardo vista de frente
    Por conta das mudanças no formato do final de semana, as alocações de pneus sofreram alterações (Divulgação/Formula 1)

    Ao longo dos três testes neste ano, um em Silverstone, outro em Monza e o último a ser definido, os pilotos receberão seis jogos de pneus macios, quatro jogos de médios e os dois jogos de pneus duros permanecem. Portanto, a alocação ao longo final de semana é a seguinte:

    Sexta-feira

    Sábado

    Domingo

    Com a obrigatoriedade da utilização de pneus macios na classificação de sexta-feira e a possibilidade de escolha para o sprint, quando esse formato for testado, os 20 pilotos poderão escolher o composto com o qual irão começar a corrida para valer. Lembrando que, atualmente, o composto utilizado no Q2 deve ser o mesmo do início da corrida, pelo menos para os 10 primeiros colocados no grid. 

    Red Bull de Sergio Pérez vista de frente
    Com o avanço das motorizações híbridas, o combustível a partir de 2022 também será novo (Divulgação/Formula 1)

    Parque fechado

    As regras de parque fechado, ou parc fermé, indicam que o período para alterações no carro acabaram e que, caso a equipe decida realizar alguma mudança, ela é passível de punição. 

    Com a novidade em teste, as regras de parque fechado serão aplicadas já na sexta-feira e vão até o final da corrida, no domingo. Dito isso, algumas diretrizes serão flexibilizadas, como possibilidade de resfriamento, alterações na suspensão, e substituição do material de freio por questões de segurança. 

    Aston Martin de Sebastian Vettel em um pit stop
    Por conta da pandemia, algumas equipes, como a Aston Martin, quase foram à falência (Divulgação/Aston Martin Cognizant)

    Além disso, se um carro tiver alguma parte danificada na qualificação sprint de sábado, como a asa dianteira, e não tiver outra peça na mesma especificação, será possível substituir aquela parte em questão por uma com configuração antiga sem ser penalizado.

    Dito isso, o novo formato dividiu opiniões entre comentaristas, jornalistas e até entre os pilotos. Entre aqueles que são favoráveis à mudança, os principais argumentos são de que a categoria ficará mais emocionante. Com uma “corrida” a mais, mesmo que seja de classificação, o campeonato de pilotos e de construtores pode ficar mais acirrado justamente pelos pontos oferecidos. 

    Por outro lado, aqueles que não gostaram do novo formato argumentam que as peças irão se desgastar mais e que a classificação sprint terá pouca emoção, para não dizer nenhuma. 

    Williams de George Russel vista de frente
    Equipes do final do pelotão, como a Williams, terão mais possibilidades de figurar entre os carros da frente (Divulgação/Formula 1)

    O sprint será limitado a 100 quilômetros e, em Silverstone, isso equivale a quase 17 voltas, já que o circuito tem 5,891 quilômetros de comprimento. Com isso, por não ter pit stop obrigatório, os pilotos não devem parar durante a suposta corrida, o que limita, e muito, as estratégias ou possíveis ultrapassagens. 

    Lewis Hamilton e Valtteri Bottas andando
    Hamilton foi um dos pilotos que se posicionou contra o novo formato (Divulgação/Mercedes-AMG Petronas Motorsport)

    O heptacampeão mundial, Lewis Hamilton, já demonstrou preocupação com o formato. “Acredito que será uma procissão. Com sorte teremos algumas ultrapassagens, mas o mais provável é que não deve ser tão emocionante”, afirmou o piloto da Mercedes. 

    Nesta temporada, Monza passará pelo mesmo teste e um outro circuito fora da Europa também será escolhido. Entre os dois grandes candidatos estão o GP de Austin e o Grande Prêmio de São Paulo, em Interlagos.

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