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Dodge Charger 1968: o grande astro das telas

Famoso pelo filme Bullitt e o seriado Os Gatões, ele botou a Dodge no mapa dos muscle-cars americanos

Por Fabiano Pereira
Atualizado em 9 jul 2020, 21h49 - Publicado em 22 jan 2016, 19h13
Dodge Charger 1968
Os faróis atrás da grade escamoteável reforçavam a cara de mau ()

Talvez a mais antológica perseguição do cinema seja a do ator Steve McQueen, a bordo de um Ford Mustang, seguido por um Dodge Charger R/T, ambos 1968. Logo McQueen inverte o jogo. O Mustang surge no retrovisor do Charger, pouco antes de disparar em seu encalço pelas ladeiras de São Francisco.

Se o Mustang dispensa apresentação, o Charger americano é mais conhecido por fãs da Dodge e do filme Bullitt (1968) no Brasil. Ao contrário do que pode supor um leigo, ele é bem distinto do Charger brasileiro, variação do Dart. O Charger americano era baseado no sedã intermediário Coronet e surgiu com a linha 1966.

Dois anos antes a Pontiac havia criado com o Tempest GTO a febre dos carros intermediários com motores V8 cada vez mais nervosos. Eram os muscle-cars (carros musculosos). O Charger surfava nessa onda. Seus faróis eram escondidos por um prolongamento da grade. Seguia o estilo fastback, sem colunas centrais, mas com largas colunas traseiras.

Sob o capô, o básico vinha com o V8 5.2 (318 pol3) de 230 cv, mas havia o V8 5.9 (361) de 265 cv, o V8 6.3 (383) de 325 cv e o Hemi 426 de 7 litros e 425 cv (potência bruta).

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O câmbio podia ser manual de três ou quatro marchas ou o automático Torqueflite de três. Um ano depois, o V8 440 Magnum (7 litros) ofereceria 375 cv. Em 1968, o seis-cilindros de 3,7 litros complementou a oferta.

Dodge Charger 1968

Uma sutil curvatura nos para-lamas suavizou o desenho e a coluna traseira ficou mais estreita. Nascia assim um clássico. O Charger R/T das fotos é de 1968, como o de Bullitt. O assento baixo e macio é típico dos Dodge. Os pedais são suaves, mas o acelerador é um pouco duro devido à carburação Quadrijet.

“Quem conhece Dodge identifica o carro de olhos vendados pelo cheiro do couro misturado ao da tapeçaria”, diz Dario Gantus, restaurador especializado em Dodge V8. Há que se acostumar à bravura do V8 de 7,2 litros (440 pol3) para o Charger não escapar das mãos.

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Pouco mudaria em 1969, quando a grade foi dividida ao meio e lanternas retangulares substituíram as circulares duplas. A série 500 abria mão do alongamento das colunas traseiras e dos faróis cobertos para render mais aerodinâmica na Nascar.

Vinha com o V8 440 ou o Hemi 426. Depois ganhou uma frente pontuda e um enorme aerofólio, que rendeu 320 km/h de máxima e uma série de 505 carros de rua.

Dodge Charger 1968

Uma nova geração, com largas colunas traseiras, chegou para 1971. Restrições às emissões e a crise do petróleo de 1973 tiraram da geração seguinte parte do brilho esportivo até 1978.

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Em 1983 o nome Charger voltou a figurar no catálogo da Dodge como uma versão de desenho mais esportivo da plataforma subcompacta K, que só adotava quatro cilindros.

Enquanto isso, os protagonistas da série de TV Os Gatões faziam muita algazarra numa cidadezinha americana a bordo de um Charger 1969 customizado abóbora. O enredo virou filme em 2005.

Chamado de General Lee, o carro realçou a vocação artística e o carisma da segunda geração do Charger, símbolo de uma era que hoje parece mesmo só ter existido na ficção.

Ficha Técnica – Dodge Charger 1968
Motor: 6 cilindros de 3,7 litros (225 pol3); V8 de 5,2 a 7,2 litros (318 a 440 pol3)
Potência: 145 cv a 4 000 rpm; 230 cv a 4 400 rpm a 425 cv a 5 000 rpm
Câmbio: manual de 3 ou 4 marchas, automático de 3 velocidades
Dimensões: comprimento, 528 cm; largura, 195 cm; altura, 135 cm; entre-eixos, 297 cm; peso, 1.575 a 1.642 kg
Carroceria: cupê hardtop
Desempenho: 0 a 96 km/h em 4,8 s, máxima de 250 km/h (7 litros Hemi)

 

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