É impossível não se contagiar com a simpatia de Daniel Ricciardo. Há dois anos na Red Bull, o irreverente australiano é constantemente flagrado brincando com seus colegas de trabalho nos boxes, algo incomum em um universo tão fechado (e por vezes frio) como o da Fórmula 1.
Mesmo sem ter tido condições de brigar pelo título nesta temporada e de estar atrás de seu companheiro de equipe, Daniil Kvyat, Ricciardo mantém o bom-humor. Foi assim que o piloto recebeu a reportagem de QUATRO RODAS para uma rápida entrevista na última quinta-feira, durante um evento realizado pela Casio, uma das patrocinadoras da Red Bull, em São Paulo.
Questionado sobre as origens de sua paixão pela velocidade, Ricciardo surpreendeu ao dizer que escolheu o automobilismo pela vontade de sair da rotina. “Desde pequeno sempre quis praticar esportes diferentes dos normais. Na verdade, eu sempre quis ser um pouco diferente em tudo dos outros. Acho que sou assim na minha vida, no meu gosto musical e nas minhas preferências. E foi no automobilismo que me encontrei”, confessou.
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Nascido em 1988, Ricciardo tinha apenas seis anos quando Ayrton Senna, um de seus grandes ídolos das pistas, faleceu após sofrer um forte acidente no GP de San Marino. Se por um lado a pouca idade o impede de lembrar das façanhas do brasileiro, por outro Daniel garante que admira a determinação de Ayrton – característica esta compartilhada com seu outro ídolo do automobilismo, Dale Earnhardt, um dos nomes mais vitoriosos da história da NASCAR.
“Ambos eram impiedosos dentro da pista. Eles eram muito competitivos e apaixonados pela velocidade e pelas vitórias. E fora delas eram generosos a ponto de terem legiões de fãs. Para mim, este equilíbrio entre ser cruel nas corridas e gentil fora delas é perfeito”.
Mas toda a euforia de Ricciardo durante as corridas não se reflete em seus raros momentos de descanso. Fora das pistas, ele prefere dirigir algo menos arisco do que o RB 11.”Em Mônaco (onde Ricciardo possui uma casa) dirijo um Infiniti Q50 Hybrid, mas, na Austrália, adoro dirigir meu primeiro carro, que é uma Toyota Hilux. É verdade que ultimamente não tenho passado muito tempo lá, e justamente por isso que acho um desperdício gastar dinheiro comprando um carro novo. Mas quando estou em meu país, gosto de dirigir minha picape”, conclui, sem esconder o sorriso largo em seu rosto.