A pandemia ajudou os números de roubos e furtos a diminuírem. Mas o retorno à normalidade, que é uma boa notícia em relação à doença, infelizmente também tem feito com que as ocorrências retornassem ao patamar pré-pandêmico.
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De acordo com o último estudo da Tracker-Fecap, que analisou os casos de roubos e furtos no estado de São Paulo entre janeiro e abril de 2022, foram 29.024 furtos, número 19,62% e 1,12% maior que o primeiro e último quadrimestre do ano passado, respectivamente. Nos quatro primeiros meses de 2019, quando a pandemia foi declarada, esse número foi de 29.949.
Os roubos no primeiro quadrimestre do ano também aumentaram em relação ao mesmo período de 2021. No total, foram 11.977 roubos de veículos registrados no estado, o que representa um aumento de 17,95% se comparado ao primeiro quadrimestre do ano passado. Porém, na comparação com o período entre setembro e dezembro de 2021, há uma redução de 6,20% nesse tipo de ocorrência. Antes da pandemia, em 2019, o total neste período foi de 15.625 roubos.
Os mais ‘visados’ pelo crime
Popular dos anos 90 chama atenção dos criminosos pela facilidade em vender suas peçasSe engana quem pensa que carros novos e luxuosos estão entre os principais alvos dos bandidos. O levantamento indica que o modelo mais furtado em São Paulo é o Chevrolet Corsa Wind, que saiu de linha em 2001. E isso não é de agora: o modelo também foi o líder em ocorrências no último e primeiro quadrimestre de 2021.
A preferência deve-se muito pelo grande números de componentes e peças que as diferentes gerações do Corsa compartilham entre si, tornando mais fácil a venda após o desmanche. Ao todo, foram registrados 492 furtos envolvendo o Corsa Wind nos primeiros quatro meses de 2022.
Já os modelos que podem ser considerados os mais visados para roubo são o Hyundai HB20 1.0 Comfort e o Chevrolet Onix 1.0 LT. Entre os furtos, o Onix aparece em segundo (433 casos), seguido pelo hatch da Hyundai (409 casos). Mas no número de roubos, a dupla se inverte, com o HB20 liderando (94 casos) e o rival da GM vindo logo na sequência (86 casos).
Embora os populares sejam os favoritos, a Tracker-Fecap também destaca um aumento no número de ocorrências envolvendo SUVs. No geral, houve 714 furtos de SUVs nos primeiros quatro meses de 2022. Esse número supera a soma dos registros feitos no mesmo período em 2020 (226) e 2021 (228).
O Honda HR-V, por exemplo, teve 201 ocorrências registradas (roubos + furtos) no primeiro quadrimestre, o que representa um aumento de aproximadamente 224%, em relação ao mesmo período de 2021.
O Volkswagen T-Cross, SUV mais vendido do ano até o momento, também teve um aumento preocupante. Entre janeiro e abril de 2021 foram registrados apenas 51 ocorrências no geral. No mesmo período de 2022, esse número aumentou 235,29%, subindo para 171 na soma de roubos e furtos registrados.
Cidades mais perigosas
Entre as cidades, não é surpresa que a capital seja considerada a mais perigosa. São Paulo está bem à frente das demais, com 9.519 furtos e 3.319 roubos. A maior parte das ocorrências está concentrada na Zona Leste paulistana. O bairro do Tatuapé é onde mais furtam carros, com 369 casos, enquanto São Mateus lidera entre os roubos, com 114 ocorrências.
Saindo da Grande São Paulo e indo para o interior do estado, Campinas é a cidade mais perigosa para se ter um veículo. Por lá, foram registrados 804 casos de furtos (terceira no geral) e 378 de roubos (quarta no geral).