Como é o novo Nissan Kicks que será fabricado no Brasil em 2025
Inspirado em tênis e capacetes, o Nissan Kicks de nova geração está maior que Jeep Compass e Toyota Corolla Cross em algumas medidas
Maior sucesso de vendas da fabricante japonesa no Brasil, o Nissan Kicks teve sua segunda geração apresentada no final de março. Agora o SUV compacto está mais refinado e maior a ponto de se aproximar de modelos médios, como Jeep Compass e Toyota Corolla Cross, o que vai garantir a sobrevida da sua primeira geração por mais alguns anos.
A nova geração recém-apresentada terá sua produção iniciada no México em junho, mas sua produção no Brasil começará apenas no segundo semestre de 2025 e será lançado como Nissan Kicks 2026. Até lá, o Kicks da primeira geração (lançado no Brasil em 2016) passará por mais uma reestilização. Uma nova grade com várias barras horizontais, como a do Versa, poderá ser a principal mudança.
É assim que a Nissan terá dois SUVs fabricados no Brasil nos próximos anos, conforme a fabricante antecipou em novembro de 2023, na ocasião do anúncio do investimento de R$ 2,6 bilhões até 2025. Esse montante contempla ampliação da fábrica de Resende (RJ) e a produção local de um novo motor 1.0 turbo flex – diferente do novo motor do Renault Kardian, de acordo com o Autos Segredos.
Como é o Nissan Kicks 2026
O SUV compacto da Nissan mudou radicalmente. A dianteira agora é inspirada nos jogador de futebol americano: a grade representa a proteção metálica nos capacetes, as luzes diurnas em barras integradas à grade remete à pintura preta sob os olhos dos jogadores e os para-lamas mais largos seriam as grandes ombreiras. Pelo menos foi o que disse Marcus Quach, designer responsável pelo visual externo do modelo.
De acordo com Ken Lee, designer sênior da Nissan, o novo Nissan Kicks também foi inspirado nos tênis, uma forma de brincar com um dos significados do seu nome. Há um padrão hachurado na base dos para-choques e nas saias das portas inspirados nas solas “waffle” dos tênis.
Ainda na lateral, nota-se que o teto contrastante continua disponível no Kicks, mas desta vez a peça preta que separa visualmente o teto do resto da carroceria é de vidro, com uma pequena janela em uma parte e com o nome “Kicks” podendo ser visto na chapa metálica através do vidro na coluna C.
A traseira, por sua vez, tem estilo único, repetindo os elementos de iluminação cuja barra superior é alongada, criando o mesmo formato em L de cabeça para baixo que há na dianteira. Um fato é que esta nova geração tem carroceria com formas mais quadradas, com o capô mais alto e com maior caimento do teto na traseira.
Nos Estados Unidos, o Nissan Kicks 2025 se apresenta com as seguintes medidas: 4,37 m de comprimento e 2,66 m de entre-eixos, sendo 5,6 cm e 3,6 cm maior que o antigo, respectivamente. Ainda são 1,80 m de largura e 1,63 m de altura, um ganho de 4 cm na largura e 2 cm na altura em relação ao modelo atual. O novo Kicks ainda oferece 4,3 cm extras para os ombros e 2,2 cm adicionais às pernas dos ocupantes.
Interior mais sofisticado e completo
O painel datado do Kicks atual deu lugar a outra escolha que muitas marcas vêm fazendo. É o par de telas flutuantes, que funcionam como quadro de instrumentos digital e central multimídia, num total de 24,6” unidas sob a mesma moldura. Isso, pelo menos, na versão SR. Acontece que as demais versões têm tela de 7 polegadas para o quadro de instrumentos, em vez da tela de 12,3 polegadas.
O painel em si tem superfícies macias e com costuras aparentes nas bordas que também são vistas no console central elevado. Enquanto o ar-condicionado automático ganhou comandos táteis, logo acima deles, entre as saídas de ar centrais, há botões físicos para o som. Por sinal, o conjunto Bose agora tem 10 alto-falantes, pois também adiciona alto-falantes de encosto de cabeça para o banco do passageiro, além do banco do motorista.
O volante ficou mais limpo, com botões em ilhas retilíneas. Tanto ele quanto o console central e outras partes internas trazem costuras vermelhas, com pegada esportiva. Os bancos utilizam tecnologia ergonômica que distribui melhor o peso de quem está sentado, diminuindo a fadiga e evitando a tendência da pessoa ir escorregando ao longo de viagens mais longas.
Um Kicks com maior refinamento técnico
Com a troca da plataforma B0 pela plataforma CMF-B (ou RGMP) da Aliança Renault-Nissan-Mitsubishi, o novo Nissan Kicks não só cresceu como evoluiu. Trocou a suspensão traseira de eixo de torção pelo sistema multilink, independente. Com isso, também pode ter tração integral pela primeira vez.
Também há evolução eletrônica, com novas funções de condução autônoma, com controle de cruzeiro adaptativo, assistente de permanência em faixa, monitor de pontos cegos, frenagem automática tanto à frente quanto à ré, monitor de cansaço do motorista, câmeras 360 e farol alto automático.
Outra evidência da evolução da nova geração do Kicks é a troca do motor 1.6 aspirado do Versa pelo 2.0 aspirado do Sentra, pelo menos nos Estados Unidos. Este motor tem 143 cv e 19,4 kgfm, sempre combinado ao câmbio CVT. A tração integral será opcional desde a versão mais básica do carro, com recursos que incluem a frenagem diferencial das rodas para melhorar o controle em pisos escorregadios.
O motor três cilindros 1.0 turbo flex que será fabricado no Brasil poderá ser até mais forte que esse 2.0 – quase todos os 1.0 turbo flex têm mais de 20 kgfm. Contudo, dificilmente terá mais que 130 cv, visto que a Nissan costuma ser conservadora nos números dos motores dos seus carros.
Na verdade, é tão conservadora que não utilizará o motor 1.0 turbo flex do Renault Kardian (125 cv e 22,4 kgfm), que é montado no Brasil. O motor turbo do Kicks será baseado no antigo três-cilindros 1.0 aspirado do March. Na prática, serão motores turbo bem diferentes, mas da mesma família.