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Como a Nissan quer dobrar de tamanho no Brasil em três anos

Montadora japonesa não quer perder o embalo do forte crescimento no Brasil nos últimos anos e investe R$ 2,6 bilhões

Por Paula Bezerra, de Exame.com
Atualizado em 9 nov 2016, 12h48 - Publicado em 21 out 2013, 19h17
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    Os últimos três anos foram inspiradores para a japonesa Nissan. Com 58.759 veículos comercializados no Brasil até o mês de setembro e 2,23% de participação no mercado brasileiro, a fabricante de veículos pretende aumentar ainda mais esse número e alcançar o marco de 5% até 2016.

    Segundo Murilo Moreno, diretor de marketing da Nissan, é uma porcentagem muito positiva, em um mercado tão competitivo, como é o brasileiro. De acordo com o ranking elaborado pela Fenabrave, em setembro, a montadora que obteve 5% de participação de mercado foi a Toyota, que ocupou a 7ª posição. A Nissan ficou em 9º lugar. Moreno acredita que, se a japonesa atingir essa marca, poderá ficar entre as cinco montadoras líderes de mercado em três anos.

    Pelo menos eles estão investindo alto para que isso ocorra: 2,6 bilhões de reais foram destinados para a construção da nova fábrica da Nissan. O local escolhido para acolher a unidade foi Resende, município do sul do Rio de Janeiro, divisa com São Paulo e Minas Gerais. A fábrica terá capacidade para produzir 200.000 veículos anualmente, o essencial para uma marca se fortalecer no mercado automobilístico, de acordo com Fernando Calmon, consultor do setor. Apesar de possuir capacidade para fabricar quatro modelos, até o momento, apenas dois modelos são cogitados para serem produzidos no local: o March e o Versa.

    Para Moreno, o crescimento da montadora ao longo desses anos está ligado a diversos motivos. Dentre eles, o diretor destaca que, nos últimos três anos, a empresa esteve atenta à demanda pedida pelo público consumidor, que não deseja apenas um carro, e sim um carro com qualidade.

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    Além de design despojado e a credibilidade passada pelos fabricantes japoneses, a Nissan visou agregar em seu carro compacto, o March, utensílios considerados básicos para o consumidor: ar condicionado e direção hidráulica.

    “Nenhuma marca consegue crescer no Brasil sem investir no produto. Nos últimos quatro anos nós avaliamos o que o público pede para colocarmos em nossos veículos, tanto que um carro popular no Brasil tem mais conteúdo e tecnologia do que um do mesmo perfil nos Estados Unidos, por exemplo”, explica o diretor.

    Fenômeno japonês

    A inserção dos carros compactos – conhecido por populares -, segundo Fernando Calmon, é essencial para que uma montadora conquiste uma boa participação de mercado. “85% do mercado automotivo brasileiro é movido pelos carros compactos. Se a empresa está fora deste nicho, não consegue crescer”, afirmou o especialista.

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    No entanto, apesar de o March ter contribuído para os números positivos da Nissan, não foi o único que impulsionou a japonesa. Até porque as vendas do compacto sofreram quedas devido a impedimentos impostos por regras do governo; altas taxas de importação e oscilação do dólar, que acaba influenciando no produto final.

    Moreno aponta que a montadora começou a crescer com o Sentra, um de seus carros sedãs que passou a ser comercializado no país em 2004. Atualmente o carro corresponde a 7% das vendas da japonesa no Brasil.

    Agora, com uma produção nacional maior e sem os fantasmas das taxas e importação, a Nissan espera voar cada vez mais alto e cair de vez no gosto dos brasileiros.

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