Com Shark nacional, BYD quer ser 3ª maior fabricante do Brasil até 2028
Picape média híbrida será fabricada no Brasil e BYD quer passar marcas como Hyundai, Toyota e Chevrolet nas vendas nos próximos quatro anos
A BYD Shark é um dos principais lançamentos de 2024 até agora, e não é para menos. Com seu plano ambicioso de dominação global em curso, a BYD precisava de um veículo que fosse pensado para o resto do mundo ao invés da China, e a picape híbrida nacional se encaixa bem nessa proposta.
Sim, nacional. E quem adiantou isso foi Alexandre Baldy, que atua como conselheiro especial da BYD no Brasil e é um dos principais responsáveis pelos rumos da marca no país.
“A fábrica do Brasil é estratégica para nós em toda a América Latina, e é natural que a Shark seja produzida nela”, disse. Questionado se essa era uma confirmação de que a picape terá origem na Bahia, o executivo ponderou um pouco, mas sem ficar em cima do muro. “Não posso dar certeza, mas é a nossa intenção”.
Como o lançamento da BYD Shark no Brasil está previsto para acontecer entre agosto e setembro, neste primeiro momento a picape chegará importada da China. A montagem de carros na Bahia começará na virada do ano com carrocerias ainda pintadas na China. A produção local, de fato, começará no início do segundo semestre de 2025.
De olho no top-3
Nos primeiros meses de 2024, a BYD disparou em vendas, conseguindo o décimo lugar entre as marcas que mais venderam carros no Brasil. Desempenho que surpreende tanto pelo fato dela estar vendendo no varejo há apenas dois anos quanto pelo seu portfólio ser 100% de veículos elétricos e híbridos.
Mas isso é pouco para Alexandre Baldy, que tem meta muito clara: “Nosso objetivo é estar entre os três primeiros (no ranking de vendas) até 2028”, cravou. Logo, em quatro anos a BYD tomaria o terceiro lugar da Chevrolet e ficaria atrás somente de Volkswagen e Fiat.
A produção local é crucial para isso. Portanto, a fábrica baiana já entrará em funcionamento com capacidade para entregar 150.000 carros por ano. Os chineses, porém, têm pressa para chegar a esse número e ativar o “gatilho” da expansão, elevando a capacidade para 300.000 veículos/ano. Para Baldy, chegar a esse segundo nível é uma obrigação frente às metas: “Para estarmos entre os três primeiros, temos que vender cerca de 350.000 carros anualmente”, disse, dando a entender que o restante da cota seria preenchida por modelos importados.
Voz do povo…
Frente a tamanha ambição, a BYD não é idealista de achar que mudaria a forma que o brasileiro gosta de carros, mas Baldy vê sua marca como uma “formadora de tendências”.
Tal confiança veio do sucesso do Dolphin, que finalmente deu volume considerável a um veículo elétrico no país (podendo melhorar quando ele for nacionalizado). O mesmo vale para o Dolphin Mini e, com novos híbridos, poderá se chegar a uma nova ordem de grandeza.
Logo, onde há o Toyota Corolla Hybrid, tambem haverá o BYD King — sedã híbrido plug-in que também deve ser feito na Bahia. O segmento de SUVs terá a entrada dos BYD Song Pro e, entre as picapes, a BYD Shark chegará sem modéstia. Fora o Song Pro entre os SUVs médios de entrada e o Yuan Pro (100% elétrico), que almeja repetir sucesso do Dolphin, mas com quem busca um SUV compacto.
Se o desejo da BYD no Brasil é grandioso, ao menos a ação prevista para os próximos anos está à altura. Espere ouvir esse nome mais e mais daqui em diante.