Com o apoio da nova gigante Stellantis, a Citroën apresentou, nesta sexta-feira (12) seu “plano de dominação” para o Brasil. Sem modéstia, a francesa pretende quadruplicar suas vendas no país com o que chamou de “inovação acessível”.
Black Friday! Assine a Quatro Rodas a partir de R$ 6,90
Para ir de 1% aos 4% de participação no mercado nacional até o final de 2024, a numerologia entrará em ação. Serão quatro pilares que envolvem de confiabilidade mecânica a novos modelos, incluindo elétricos e sustentabilidade.
Um deles já foi apresentado, e é a van elétrica ë-Jumpy, que chegará às lojas ainda em 2021. A meta é atender de grandes frotistas a profissionais autônomos, aproveitando os até 75 kWh de bateria para uma autonomia de até 300 km, voltada para fretes urbanos.
Elogiada no exterior, a ë-Jumpy não se difere em quase nada do equivalente a combustão, com diferença visual mais perceptível sendo a portinhola de carregamento no para-lamas dianteiro esquerdo. Sob o capô, porém, a mudança é mais drástica, com motor elétrico dianteiro de 138 cv e 26,5 kgfm — entregues instantaneamente, contribuindo para a rodagem urbana e um bom rendimento quando carregada.
Marca descolada
Aproveitando um prestígio de marca premium quase exclusivo do Brasil, a Citroën pretende seguir movimento semelhante ao da Peugeot, e produzir veículos com posicionamento bem específico.
Se no caso do Leão a busca é pelo prestígio e refinamento, a conterrânea quer trazer um aspecto jovial, com mais experimentações estéticas, por exemplo. “Essa relação com as pessoas é a nossa essência. (…). Somos uma marca humanizada e diferenciada”, pontuou Vanessa Castanho, chefe da Citroën na América do Sul.
Para quadruplicar as vendas, porém, Castanho sabe que não basta vender carros com estética “leve e colorida” e, por isso, corre contra o tempo para preparar o novo Citroën C3 para a venda. O compacto que intensificou rixas entre as antigas PSA e FCA ainda busca atingir um padrão de segurança desejável, a poucos meses de sua chegada às lojas.
A confiança no projeto CC21, porém, segue inabalada, e dessa plataforma ainda surgirão dois novos carros até 2024. “Todos eles carregam o DNA regional, com vocação global”, afirma a montadora, que criou versões simplificadas de modelos europeus para mercados como do Brasil e Índia.
Além do C3, haverá novidades no segmento C que, de acordo com a imprensa indiana, envolvem SUVs de três fileiras. Modelos com hibridização leve e plug-in também são cotados, em sintonia com o quarto pilar, a sustentabilidade.
Para dar conta desse volume o trabalho já começou, e a rede concessionária da francesa irá de 125 para 173 lojas no Brasil até o lançamento do C3, no início de 2022. Com mais penetração em mercados regionais conservadores, também vêm a necessidade de corrigir o preconceito com modelos franceses.
Nesse aspecto, ponto para a economia de escala da Stellantis, que permitirá uso de componentes como os novos motores aspirados e turboflex da família GSE e as inéditas plataformas STLA.
“Ser uma marca próxima é estar disponível para o cliente sempre que ele precisa. A Citroën vai proporcionar cada vez mais o sentimento de acolhimento em todos os momentos (dessa) jornada”, completou Castanho, sem medo da “responsa”, como diriam os mais cools.
Não pode ir à banca comprar, mas não quer perder os conteúdos exclusivos da Quatro Rodas? Clique aqui e tenha o acesso digital.