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Clássicos: Volkswagen Fusca 1300 GL, o primeiro modelo de luxo

A versão mais rara do Fusca também é a mais obscura e ainda hoje provoca discussões acaloradas entre os entusiastas

Por Felipe Bitu
Atualizado em 30 nov 2022, 19h40 - Publicado em 16 set 2020, 12h00
Rodas de 14 polegadas vieram do VW Brasilia
Rodas de 14 polegadas vieram do VW Brasilia (Fernando Pires/Quatro Rodas)

O dia 19 de janeiro de 1978 foi um dos mais tristes na história da Volkswagen: foi naquela distante quinta-feira que o último Fusca alemão deixou a linha de montagem na fábrica de Emden, encerrando um ciclo de quatro décadas.

O sedã continuaria sendo produzido em outros países, especialmente no Brasil. Aqui, anos antes, mais precisamente em 1972, o Fusca atingiu seu recorde de produção, superando 200.000 unidades anuais até 1976.

A queda abrupta nas vendas indicou o avanço do Chevrolet Chevette e do Fiat 147 e foi acentuada pela disputa interna causada pelo VW Brasilia.

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O alarme soou em 1981, ano em que o Fusca não atingiria nem a metade das unidades produzidas no ano anterior.

Volante era o mesmo do Gol, bancos de tecido e carpete de buclê
Volante era o mesmo do Gol, bancos de tecido e carpete de buclê (Fernando Pires/Quatro Rodas)

O recado dos consumidores era claro: o Fusca já não tinha o mesmo apelo. Para piorar a situação, a sensação do público era de que o velho besouro ficava mais pobre a cada ano.

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A supressão de frisos, calotas, cromados, janelas traseiras basculantes e outros detalhes empobreceram o modelo, fazendo com que muitos considerassem os Fusca dos anos 1960 melhores que os zero-km.

Acendedor de cigarro, cinzeiro, afogador
Acendedor de cigarro, cinzeiro, afogador (Fernando Pires/Quatro Rodas)

A VW precisava tomar uma atitude para que o Fusca não tivesse o mesmo destino do alemão.

Para resgatar o prestígio dos velhos tempos, a fábrica percebeu que aquele era o momento ideal para apresentar a versão 1300 GL, beneficiada por um acabamento esmerado e vários equipamentos.

“O primeiro Fusca de luxo para quem se dá ao luxo de usar a cabeça”, dizia a campanha publicitária da época. Sua decoração externa era caracterizada pelos vidros verdes, para-choques com borracha de proteção, tampa do motor com aletas de refrigeração extras e emblema exclusivo da versão.

Desembaçador traseiros era um dos acessórios do Fusca GL
Desembaçador traseiros era um dos acessórios do Fusca GL (Fernando Pires/Quatro Rodas)

A tampa do tanque de combustível cromada era um requinte praticamente invisível.

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A maior parte das melhorias estava no interior, que recebeu carpetes de buclê e bancos dianteiros com revestimento de tecido e encostos de cabeça. Painel de instrumentos redesenhado, ar quente e acendedor de cigarro.

Janelas traseiras basculantes e desembaçador do vidro traseiro faziam a diferença numa época em que ar-condicionado era pouco difundido.

Havia apenas três opcionais: rádio AM/FM, relógio, rodas de 14 polegadas do VW Brasilia e motor a álcool com dupla carburação.

Tampa traseira com aletas extras de refrigeração
Tampa traseira com aletas extras de refrigeração (Fernando Pires/Quatro Rodas)

Não se tratava de uma estratégia inédita: o mesmo recurso foi utilizado pela VW alemã nos anos 70 para manter sua participação no mercado antes da chegada do sucessor do Fusca, o Golf.

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O Fusca nacional sobreviveu à Brasilia (que saiu de cena em 1982), mas perdeu a liderança do mercado para o Chevette em 1983.

Mesmo equipado, o 1300 GL não era páreo para a nova geração de automóveis com motor e tração dianteiros. As limitações de um projeto da década de 1930 eram evidentes: os 46 cv do motor de 1,3 litro proporcionavam um desempenho letárgico, levando 39,2 s para acelerar de 0 a 100 km/h.

A máxima de 111,369 km/h é inimaginável para os padrões atuais.

Freios a tambor nas quatro rodas e suspensões rudimentares comprometiam tanto a segurança quanto o conforto: mesmo com pouco torque e potência, o Fusca mantinha o comportamento arisco.

Lanternas “Fafá” eram exclusivas das versões mais caras
Lanternas “Fafá” eram exclusivas das versões mais caras (Fernando Pires/Quatro Rodas)

Seus pneus diagonais comprometiam o baixo limite de aderência e favoreciam as perigosas saídas de traseira.

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O destino estava selado: em seus últimos anos, a produção foi inteiramente dedicada a pessoas jurídicas, frotas governamentais e entusiastas do modelo.

 

E o 1300 GL saiu de cena da mesma maneira que surgiu: discretamente, sem aviso oficial da Volkswagen.

Ainda hoje há uma parcela considerável de entusiastas do modelo que nem sequer ouviu falar nessa rara versão: “O 1300 GL já foi o motivo de debates acalorados, mas as poucas peças publicitárias e a dedicação dos colecionadores ratificou o entendimento de que se trata da versão mais rara do Fusca”, conta Hugo Bueno, historiador especializado na linha da marca.

Ficha Técnica: 

Volkswagen Fusca 1300 GL 1982

Motor: longitudinal, 4 cilindros opostos, 1.285 cm3, 2 válvulas por cilindro, comando de válvulas simples no bloco, alimentação por carburador de corpo simples

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Potência: 46 cv a 4.600 rpm, 9,1 kgfm a 2.800 rpm

Câmbio: manual de 4 marchas, tração traseira

Dimensões: comprimento, 408 cm; largura, 154 cm; altura, 150 cm; entre-eixos, 240 cm; peso, 790 kg

Pneus: 5,90 x 14 diagonais

Revista Quatro Rodas 258, Janeiro de 1982
Revista Quatro Rodas 258, Janeiro de 1982 (Quatro Rodas/Quatro Rodas)

TESTE QUATRO RODAS:

Janeiro de 1982

ACELERAÇÃO: 0 a 100 km/h: 39,19 s
VELOC. MÁX.: 111,369 k/h

CONSUMO: 8,01 km/l cidade / 14,35 km/l rodoviário

PREÇO, Janeiro de 1982: Cr$ 715.425,00

Preço atualizado: R$   78.114 (IGP-DI)

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