Clássicos: Maserati 3500 GTiS Sebring
A pequena Maserati foi responsável pelo desenvolvimento do Sebring, um dos mais belos grã-turismo dos anos 60
Desenhado por Giovanni Michelotti na fábrica de carrocerias Vignale, o Maserati Sebring foi batizado em alusão às 12 Horas de Sebring, na Florida (EUA).
Tratou-se de uma homenagem a Jean Marie Behra e Juan Manuel Fangio, que venceram a edição de 1957 em um Maserati 450 S. A vitória teve um sabor ainda maior quando Stirling Moss e Harry Schell chegaram em segundo pilotando um Maserati 300S.
Oficialmente denominado 3500 GTiS, o Sebring foi apresentado no Salão deGenebra de 1962 sem pretensão alguma de disputar provas contra Ferrari, Jaguar e Porsche.
A proposta do engenheiro Giulio Alfieri era oferecer um grã-turismo confortável e com dirigibilidade para satisfazer nobres e aristocratas. Foi o primeiro esportivo italiano com câmbio automático como opcional, além do apreciado ar-condicionado FrigiKing.
Muito bem construído, ele custava mais que um Aston Martin DB5 ou um Mercedes-Benz 230 SL. O chassi tubular recebia uma carroceria em aço estampado, com exceção do capô e da tampa do porta-malas, em alumínio.
O estilo era típico Vignale, com linha de cintura alta e grande área envidraçada. Os quatro faróis reforçavam sua personalidade. A entrada de ar no capô e as saídas de ar nos para-lamas eram funcionais, indicando a presença de um enorme motor.
Com seis cilindros em linha, o motor de alumínio e 3,5 litros de cilindrada era uma evolução do 3 litros do Maserati 300S. Tinha duplo comando de válvulas acionados por corrente e duas válvulas por cilindro, com câmaras de combustão hemisféricas.
A ignição usava duas velas por cilindro, com injeção mecânica Lucas. O elevado curso dos pistões (100 mm) era sinônimo de torque bem distribuído desde as rotações mais baixas.
Seus 235 cv eram o bastante para ir de 0 a 100 km/h em 8,4 s, com velocidade máxima de 235 km/h na quinta marcha do câmbio manual ZF.
Apenas 348 felizes proprietários tiveram um Sebring da primeira série, a Tipo AM 101/S. Entre eles, o tenor Luciano Pavarotti, que desde então virou um dos maiores fãs da marca.
A suspensão dianteira usava braços duplos com molas helicoidais e a traseira, eixo rígido Salisbury com molas semielípticas e braço de reação. O acerto primoroso dos componentes tornava seu comportamento dinâmico exemplar.
Ciente de que muitos de seus clientes trafegariam a médias superiores a 200 km/h, a Maserati dotou o Sebring de freios a disco Girling nas quatro rodas. As belas rodas raiadas Borrani eram montadas em pneus Pirelli Cinturato 185×15.
Apresentada em 1965, a segunda série (Tipo AM 101/10) ficou mais parecida com o sedã Quattroporte: faróis emoldurados, grade redesenhada, novos indicadores de direção, saídas de ar nos para-lamas mais altas, novos para-choques e lanternas traseiras horizontais.
A cilindrada subiu para 3,7 litros (245 cv) e mais tarde para 4 litros (255 cv). Para acompanhar o desempenho, Pirelli Cinturato passaram a vir na medida 205×15.
O modelo 1967 das fotos integra o acervo da FBF Collezione e é uma das 243 unidades fabricadas na segunda série. É um dos muitos exemplares que receberam carburadores horizontais Weber no lugar da problemática injeção mecânica Lucas.
Descontinuado em 1969, o Sebring é considerado um dos últimos Maserati realmente puros: a casa de Modena foi adquirida pela Citroën em 1968, caiu nas mãos da De Tomaso em 1975 e enfim foi parar nas mãos da Fiat em 1993.
Cada vez mais longe das pistas, a filosofia de Giulio Alfieri se resume hoje à classe e ao requinte presentes no sedã Quattroporte e no utilitário esportivo Levante.
Ficha técnica – Maserati 3500 GTiS Sebring
Motor: 6 cilindros em linha de 3,7 litros, 245 cv a 5.500 rpm, 34,9 mkgf a 4.000 rpm
Câmbio: manual de 5 marchas
Carroceria: fechada, 2 portas, 4 lugares
Dimensões: comprimento, 447 cm; largura, 165 cm; altura, 130 cm; entre-eixos, 250 cm peso, 1.580 kg
Desempenho: 0 a 100 km/h em 7,4 segundos; velocidade máxima de 240 km/h
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