Chevrolet descarta nova Montana e outra picape entre ela e S10
A picape compacta é tratada como ferramenta de trabalho e qualquer atualização a deixaria mais cara; GM segue só com duas opções
O futuro da Chevrolet Montana já está traçado: ela vai continuar como é hoje.
Prestes a completar oito anos sem alterações significativas, a picapinha não tem perspectivas para passar por grandes mudanças.
Também não vai receber uma nova geração.
“A Montana tem uma situação específica. Encontrou um nicho claro: ser uma ferramenta de trabalho e ela está ótima assim. Se você faz grandes modificações, também faz mudanças nos custos e nos preços”, disse o vice-presidente da GM Mercosul, Marcos Munhoz, durante o anúncio de investimento de 1,2 bilhão na fábrica da GM em São Caetano do Sul (SP).
A picape é fabricada nesta unidade desde seu lançamento, em 2003.
Em média, cada geração de um carro dura oito anos, mas sofre reestilização de meia-vida aos quatro.
Durante todo esse ciclo, a única novidade recebida pela Montana foi o motor 1.4 SPE/4, introduzido em 2016 por ser mais eficiente.
Nem a reestilização sofrida pelo Agile – que serviu de base para a segunda geração da Montana – em 2014 foi estendida à picape.
Mas vale um comentário: a Montana ainda é baseada na plataforma GM 4200, que estreou no Brasil com o Corsa em 1994.
E a Chevrolet Montana, que parte dos R$ 49.090, nem é a picape compacta mais barata do mercado. A Fiat Strada, lançada em 1998 e reestilizada em 2013, parte dos R$ 48.790, enquanto os preços da Volkswagen Saveiro, datada de 2009 e atualizada em 2016, começam em R$ 48.390.
A possível criação de uma picape intermediária da Chevrolet, que ocuparia a lacuna entre Montana e S10 também foi descartada. “Nós criamos uma gama para a S10 que vai desde uma cabine simples, de trabalho, até a High Country, de luxo, e funciona muito bem”, disse Munhoz.
“Na nossa visão não cabe mais uma. Tem concorrente que tem picape ainda maior do que a nossa [S10], mas o volume não é tão grande por enquanto”, completou.
Um carro de entrada abaixo do Onix Joy também não está nos planos. “Já fizemos vários estudos e quando a gente olha no mercado o segmento abaixo do Onix… parece que está difícil ter sucesso.” De fato, Fiat Mobi e Renault Kwid estão bem longe de vender as 18 mil unidades mensais do Onix.