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CEO da Nissan renuncia ao cargo em meio a crise e risco de falência

Após o fracasso nas negociações de fusão com a Honda e a previsão de prejuízo para 2024, diretoria decide mudar o comando da empresa

Por Nicolas Tavares
11 mar 2025, 09h34
Nissan Honda
 (Divulgação/Nissan)
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A situação da Nissan é crítica e chegou a um limite para a diretoria. Makoto Uchida, presidente e CEO da empresa desde 2019, deixou o cargo após meses de péssimas notícias envolvendo a empresa, como o fim das negociações com a Honda para uma possível fusão e a expectativa de um prejuízo de aproximadamente US$ 519 milhões para 2024.

A saída de Uchida era esperada, com muitos apenas se perguntando quando isto aconteceria. Havia uma pressão muito grande por sua renúncia, com membros da diretoria acreditando que era insustentável mantê-lo no comando após os resultados ruins de 2024.

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(Divulgação/Honda)

O próprio Uchida admitiu que a situação da Nissan é sombria, declarando em uma coletiva de imprensa realizada em fevereiro que “será difícil sobreviver sem contar com futuras parcerias.” A fabricante tem tentado cortar gastos, com planos de cortar um quinto da capacidade de produção e demitir 9.000 funcionários.

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Esta contenção de gastos não será o suficiente. Além do prejuízo previsto para o ano-fiscal de 2024, a Nissan tem uma dívida que vence em 2026, que será difícil de pagar com uma operação deficitária.

Nissan Ariya e-4ORCE

Ivan Espinosa, que atuava como chief planning officer, assumirá como novo CEO da fabricante e encontrará um cenário difícil. A empresa tem uma linha de veículos que está envelhecendo rápido e não tem conseguido atender às demandas do mercado automotivo atual. Faltam versões híbridas em muitos mercados importantes, como Estados Unidos e Europa, e mesmo que tenha tido o Leaf, que foi o carro elétrico mais vendido do mundo há uma década, hoje tem tido problemas para colocar mais modelos a bateria nas ruas.

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Outro problema é a China, este compartilhado com todas as outras fabricantes tradicionais. A preferência dos chineses pelas marcas locais, por contarem com mais tecnologia e um foco maior e modelos híbridos plug-in e elétricos mais eficientes, fez com que as vendas despencassem. Isso é ainda pior para a Nissan, pois ela tinha alguns carros entre os mais emplacados, como o Sentra (lá conhecido como Sylphy).

Nissan Sylphy
(Divulgação/Nissan)

Os Estados Unidos viraram outra dificuldade para a empresa japonesa. A Nissan tem duas linhas de produção em Aguascalientes (México), onde são feitos carros como Versa, Sentra e Kicks, os três vendidos nos EUA. Com as possíveis tarifas de importação, a linha de entrada pode ficar ainda mais cara e, consequentemente, derrubar as vendas no país.

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Espinosa é conhecido por ser “um cara de produto”, tanto que assumiu o comando da estratégia global de produtos da Nissan em abril de 2024. Isto é visto como um bom sinal, por ser alguém que irá acelerar o lançamento de novos elétricos e híbridos.

Rumores diziam que a Honda estava disposta a negociar novamente com a Nissan, desde que Uchida deixasse o cargo. Agora que isto aconteceu, existe a possibilidade da fusão voltar a ser negociada. Porém, a Nissan não quis comentar a respeito.

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