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Carro velho ou carro novo, qual é o mais seguro em uma batida?

Muito fala sobre a resistência dos carros mais antigos, mas há um bom motivo para os veículos novos e mais modernos deformarem mais em uma batida

Por João Vitor Ferreira
Atualizado em 26 out 2024, 18h38 - Publicado em 26 out 2024, 09h23
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  • Um vídeo que está circulando nas redes sociais reacendeu uma antiga discussão no mundo automotivo, sobre carros antigos serem mais resistentes que os modernos. Na gravação em questão, vemos duas picapes que se envolveram em uma batida frontal: uma Chevrolet D20, que foi produzida no Brasil entre 1985 e 1996, e uma Ford Ranger da geração anterior a atual, que estreou em 2023.

    Há pelo menos 30 anos de diferença entre os projetos das duas picapes, uma vez que não é possível afirmarmos com exatidão seus anos de fabricação. É uma diferença bem considerável, principalmente se levarmos em conta os avanços da segurança automotiva nesse período. Mas se os carros ficaram mais seguros, porque a Ford Ranger sofreu muito mais danos do que a Chevrolet D20?

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    Ao ver a picape da Chevrolet apenas com um para-choque torto e a Ford com a dianteira totalmente danificada, o senso comum nos faz pensar que o veículo mais seguro é o que sofreu menos dano, mas isso não está certo.

    A deformação da carroceria é proposital, justamente, para que a força do impacto seja absorvida e não seja transferida para a cabine e para os ocupantes. Os carros modernos são projetados para absorverem a colisão e têm zonas de deformação programada e o objetivo disso é deixar a cabine o mais intacta possível.

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    Como não sabemos as condições do acidente, não é possível afirmar a força que o impacto gerou em cada um dos motoristas. Mas em testes feitos pelo NCAP e pelo IIHS é clara a diferença de segurança quando dois veículos com idades bem distantes colidem.

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    Em um dos testes mais icônicos, um Chevrolet Malibu de 2009 foi lançado contra um Chevrolet Bel Air de 1959. Repare na maneira que a batida deforma e empurra o painel contra o motorista no Bel Air. No Malibu, por outro lado, a engenharia do carro faz com que a dianteira absorva todo o impacto e ele não seja transferido para a parte atrás da coluna A. Fora os airbags do carro mais recente que dão uma segurança extra para os passageiros.

    Não precisamos de uma diferença de meio século para ver os efeitos da melhora na segurança dos carros. Outros dois exemplos mostram bem a evolução da segurança automotiva. O primeiro é em uma batida entre um Rover 100 1997 e um Honda Jazz 2017, a versão europeia do nosso Fit. 

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    Apesar do Rover já ser equipado com airbag, nos testes de colisão frontal a 40 mph (cerca de 65 km/h) a batida sempre acaba esmagando o boneco contra o painel e, em um dos casos, até mesmo o para-brisas acaba saindo. A cabeça do dummy, inclusive, desvia do airbag. Ou seja, mesmo com a bolsa de ar, a segurança dos passageiros é comprometida. Por outro lado, a estrutura do Honda segura todo o impacto, enquanto os airbags funcionam da maneira correta, segurando o movimento dos passageiros.

    Outro teste foi feito com dois Ford Fiesta com os mesmos 20 anos de diferença. O especialista explica no vídeo a maneira que a cabine permanece intacta no modelo mais novo, havendo apenas uma rachadura no para-brisa. No antigo, a cabina se deforma e os airbags não são acionados com eficiência, resultando em um acidente com potencial fatal.

    Voltando ao vídeo da picape, na situação em questão com certeza o motorista da Chevrolet D20 foi o que teve o menor prejuízo. Mas em um acidente mais sério, a sua caminhonete até poderia sair menos danificada, porém, ele estaria correndo um risco de vida muito maior.

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