Os números do caminhão elétrico da Tesla, o Semi, são impressionantes, mas faltam medições independentes para confirmá-los. A fim de resolver esse problema, uma versão de série do pesado será usada em uma feira do setor, onde será submetido a testes exigentes de suas capacidades.
Até o momento, as primeiras 100 unidades do Tesla Semi foram entregues à PepsiCo, que vem utilizando a frota em regime experimental nas entregas de Pepsi e outros produtos pelos Estados Unidos. Não há, porém, registros públicos de como o caminhão vem se saindo frente às promessas de fábrica.
Essas, inclusive, são nada modestas: de acordo com a fabricante de Elon Musk, o Semi tem versões com autonomia de até 800 km quando carregado, com Peso Bruto Total na casa de 37,2 toneladas. Puxando essa mesma carga, o veículo seria capaz de ir de 0 a 100 km/h em cerca de 20 s, e o consumo energético inferior a 2 kWh/milha faria seu custo de rodagem 2,5 vezes menor do que um caminhão a diesel. Nesse cenário, cerca de US$ 200.000 seriam economizados com combustível em apenas 3 anos.
A iniciativa de colocá-las à prova não veio da Tesla, mas da cliente PepsiCo, que levará ao menos um Semi para a feira de pesados Run On Less, da qual é uma das patrocinadoras. O evento é voltado para a eficiência do setor de transportes e, segundo a diretora de tecnologia e sustentabilidade da empresa, Amanda DeVoe, a ideia é “dirigir ‘pra’ valer”, submetendo um Semi carregado à viagem de 800 km. O teste está marcado para setembro.
Não se sabe se a Tesla aprovou o teste público de seu produto, mas há quem aposte em motivos para que a fabricante tenha medo do resultado. Dois pontos sensíveis incluem o peso das baterias — que limitaria bastante a capacidade de carga do caminhão — e sua suposta eficiência inferior a 2 kWh/milha. No segundo caso, pelo menos, a Tesla já até fala em melhorar essa marca com futuras atualizações, mas o que não faltam são promessas da fabricante que seguem no campo das ideias.