Em um mundo em que a privacidade está cada vez mais em risco, a Bosch propôs uma tecnologia que pode até se intrometer na sua vida, mas é para o bem geral. A fornecedora apresentou na CES (Consumer Electronic Show), feira de alta tecnologia realizada há poucos dias atrás em Las Vegas, um painel em que explica a sua nova proposta de assistente digital.
O dispositivo funciona com base em câmeras instaladas na cabine. Se antes esse tipo de solução costumava checar o nível de atenção do motorista, o diagnóstico passou a ser bem mais completo. O sistema é capaz de medir parâmetros como a velocidade de mudança no olhar, bocejos e distrações para definir ações. As decisões tomadas podem se resumir ao bloqueio na hora da partida, uma solução ideal para evitar direção sob o efeito de álcool.
Até aí, tudo normal, mas não estamos falando de um daqueles simples bafômetros embutidos nos carros, aqueles que funcionam com sensores infravermelhos. A câmera vai além e verifica até a posição dos olhos para checar se o motorista usou alguma outra substância, como é o caso da maconha. Tal tipo de teste é realizado pela polícia de maneira subjetiva.
Em uma situação em que o motorista esteja usando o celular, a tecnologia vai denunciar a distração ao volante, pedindo para que o condutor pare com isso.
São duas câmeras, uma de 1,5 megapixel para o motorista e outra de 5 megapixel para os ocupantes. Sim, os passageiros também são monitorados. É possível ver se eles estão usando os cintos ou a cadeirinha de crianças corretamente. São ações que podem ser feitas por sensores já existentes, mas a fornecedora diz que o custo das câmeras pode ser amortizado na substituição das tecnologias atuais pela nova.
Se o sistema detectar que o motorista está cansado, ele vai propor o uso da internet das coisas e se conectar à cafeteira do lar do condutor, permitindo assim que ele encontre um café quentinho ao chegar. Caso a casa não esteja conectada, também é possível indicar uma cafeteria no caminho, dizendo se ela está cheia ou vazia.