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BYD instala 135 câmeras em obra da fábrica para evitar novos “vazamentos”

Nova denúncia da agência Pública constata que a marca chinesa instalou câmeras de filmagem e fixou cartazes proibindo expressamente fotografias

Por Isadora Carvalho Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 24 jan 2025, 19h57 - Publicado em 24 jan 2025, 17h00
FÁBRICA BYD CAMAÇARI
Um dos novos galpões está quase pronto (Henrique Rodriguez/Quatro Rodas)
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Na véspera de natal de 2024, publicamos que o Ministério Público do Trabalho constatou que 163 trabalhadores chineses trabalhavam em condições análogas a escravidão. QUATRO RODAS já havia publicado em novembro uma matéria repercutindo a denúncia da agência Pública em relação ao caso.

A BYD resolveu romper o contrato com a construtora Jinjiang que garantiria todos os direitos dos trabalhadores. Porém segundo nova denúncia da agência Pública a marca tem trabalhado para que imagens dos alojamentos não vazassem mais. Ela instalou câmeras de filmagem nas áreas administrativas e nos galpões de obras e fixou cartazes proibindo expressamente que fotografias fossem tiradas nesses espaços.

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A primeira denúncia mostrou que a comida era servida em baldes (Agência Pública/Reprodução)

Segundo informações a marca instalou 135 câmeras em vários espaços, incluindo mais de um aparelho por cômodo. 

Pessoas ouvidas pela reportagem da Pública compararam o clima atual do ambiente de trabalho em um de “caça às bruxas” para tentar descobrir e punir os supostos responsáveis pelo vazamento de informações. Mesmo não tendo nenhum tipo de comprovação de que o material da primeira denúncia de maus tratos tenha partido de funcionários da BYD.

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E ainda segundo a denúncia foi instalado um programa de computador que cria uma marca d’água com nome de cada funcionário para identificar de que máquina partiu materiais compartilhados com o público externo.

byd
MPT constatou que as camas onde os funcionários dormiam não tinham colchões (MPT/Divulgação)

A BYD enviou um email no dia 18 de dezembro de 2024 explicando as novas diretrizes adotadas. A empresa informa que a instalação foi feita pelo “departamento de Tecnologia da Informação da China”, e que “essa marca informa o nome do usuário logado no equipamento, nome do equipamento e a data atual”. A empresa explicita claramente que “essa medida visa evitar possíveis vazamentos de informações”.

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A BYD em nota respondeu a denúncia argumentando por meio de nota enviada a agência Pública que “medidas relacionadas à proteção de segredos industriais são práticas comuns e essenciais em indústrias de ponta, especialmente para empresas líderes em inovação tecnológica”. 

A empresa informou ainda que “essas ações refletem a responsabilidade de proteger ativos estratégicos e são adotadas de forma consistente, respeitosa e dentro da lei em todas as unidades de negócios do grupo.”

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Ainda em nota enviada a agência Pública e também compartilhada com a QUATRO RODAS. “As medidas começaram na China e estão sendo implementadas em outros países onde a companhia atua. A empresa possui hoje mais de 1 milhão de colaboradores, dos quais 110 mil trabalham em pesquisa e desenvolvimento. Pedimos uma média de 45 patentes por dia útil. Muitas destas tecnologias estarão presentes no complexo de Camaçari. A companhia também reforçou o monitoramento das obras para garantir que todas as empresas contratadas sigam os altos padrões éticos e operacionais que sempre pautaram nossas atividades no Brasil.”

A marca chinesa informa também que contratou uma construtora brasileira para realizar as adequações nas obras da fábrica de Camaçari. Essa construtora fará os ajustes necessários para que o MTE suspenda os embargos parciais e a obra seja totalmente retomada. Os detalhes da nova construtora como nome da empresa e o plano de ação serão divulgados nos próximos dias.

Ainda em nota a BYD reiterou que “para assegurar a conformidade em todas as etapas da construção do complexo fabril, a BYD criou um comitê de compliance para acompanhar de perto a conclusão da obra. Ele é formado por representantes da BYD, escritórios de advocacia, especialistas em direito trabalhista e segurança do trabalho, além de um consultor independente. O Comitê também é responsável por avaliar as condições de alimentação, segurança e moradia dos trabalhadores de construtoras parceiras, bem como as condições de trabalho de todos os colaboradores. O comitê tem total autonomia para corrigir quaisquer problemas que possam surgir.”

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Refeitório da BYD em Camaçari (BA)
Refeitório da BYD em Camaçari (BA) (Divulgação/BYD)

E ainda esclareceu que “reafirmando o seu compromisso com a legislação brasileira e o respeito aos colaboradores, a BYD Auto do Brasil também realocou os demais trabalhadores chineses de outras prestadoras de serviço em hotéis da região e está buscando alojamentos que atendam integralmente às normas brasileiras, garantindo condições adequadas aos que permanecerem a trabalho no país. A BYD assegura ainda que todos os funcionários recebem salários compatíveis com suas funções, sempre superiores ao piso mínimo de cada categoria vigente no Brasil.” E para concluir destacaram que “Todos os trabalhadores das construtoras contratadas para a obra agora almoçam no refeitório e recebem as refeições de acordo com as regras trabalhistas. O espaço é o mesmo usado pelos colaboradores da BYD em Camaçari.”

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