Bugatti Brouillard foi inspirado em cavalo e preço pode superar R$ 170 milhões
Com teto de vidro, acabamento artesanal e 1.600 cv, o modelo inaugura programa para fazer Bugatti únicos

Para os amantes dos super carros mais caros e raros do planeta, sempre haverá clientes que buscam algo além do exclusivo. Para eles, não basta ter um dos 500 Bugatti Chiron ou um dos 250 Tourbillon produzidos, o carro precisa ser mais único ainda.
Com isso em mente, a Bugatti criou o Programme Solitaire, cuja tradução remete à pedra solitário encontrada em anéis: uma joia única, insubstituível e cercada de valor simbólico.

O novo serviço retorna às origens da Bugatti na construção artesanal de carrocerias, permitindo que colecionadores concebem um carro realmente singular, desenvolvido sob medida desde o conceito até a entrega. A proposta é superar o programa Sur Mesure, que foi apresentado em 2021, e dar a oportunidade do comprador personalizar ainda mais o veículo, tendo a liberdade para reinterpretar elementos de design já consagrados da marca.

Como ponto de partida para a iniciativa, o primeiro modelo a ser fabricado é o Bugatti Brouillard, encomendado pelo empresário holandês Michel Perridon, dono da maior coleção privada de Bugattis do mundo e de peças de Carlo e Rembrandt Bugatti.
A homenagem ao cavalo preferido de Ettore Bugatti se traduz no nome e em diversos detalhes estéticos. A estreia está marcada para a Monterey Car Week, na Califórnia, e o modelo já nasce com status de obra única.

Sua performance será parecida com a de outros modelos da marca, como Chiron e Mistral. Usa chassi de fibra de carbono e alumínio e o motor W16 de 8.0 com quatro turbos, que gera 1.600 cv.
O design também terá elementos do Mistral conversível, mas com uma identidade única. Na dianteira, o para-choque esculpido traz a grade em formato de ferradura ampliada, iluminação em LED e entradas de ar adicionais. Nas laterais, aberturas em forma de C contrastam com peças de fibra de carbono e a pintura verde vibrante.

A traseira tem para-lamas alargados, lanternas em LED com assinatura em X ou formato de seta, dependendo do ângulo, o nome “BUGATTI” iluminado ao centro e um spoiler fixo em estilo rabo de pato. O teto, diferentemente do Mistral, é fixo em vidro, aumentando a luminosidade interna e permitindo que a coluna central visível crie continuidade visual.
O interior será inspirado no Chiron, apesar de ter quase se alterado por completo. Tecidos tartan vindos de Paris, fibra de carbono tonalizada em verde e alumínio usinado formam a base visual. Bordados de cavalos aparecem nos painéis de porta e encostos de banco, e até a alavanca de câmbio em alumínio carrega, no topo, uma peça de vidro com um cavalo esculpido à mão. Cada assento foi moldado de acordo com as preferências do proprietário.

Segundo Frank Heyl, diretor de design da Bugatti, “fazer algo parecer simples é, na verdade, incrivelmente complexo. O design precisa integrar todos os aspectos tecnológicos, termodinâmica e aerodinâmica de um super carro de 1.600 cv, ao mesmo tempo mantendo o ethos definido por nós e pelo cliente: o Brouillard foi imbuído de dignidade”.
A Bugatti não divulga o valor, mas estimativas indicam cerca de US$ 30 milhões (aproximadamente R$ 170 milhões). E, seguindo a filosofia da pedra solitário, o Programme Solitaire promete criar no máximo dois exemplares por ano — cada um tão raro e precioso quanto uma joia única.