Bosch mostra tecnologia flex para motores a diesel também queimarem etanol
Com o objetivo de reduzir o consumo de diesel e as emissões de poluentes, motor flex usa 50% de diesel e 50% de etanol e está sendo testado em colheitadeiras

Convivemos com os motores flex há mais de 20 anos, graças a uma tecnologia desenvolvida pela Bosch. Agora, a empresa está novamente revolucionando nessa área, criando um novo sistema para que os motores a diesel também possam rodar utilizando também o etanol.
O projeto foi apresentado ao ministro do MDIC (Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços), Geraldo Alckmin, no último dia 20, na cidade de Campinas, no Interior de São Paulo.
A ideia por trás dessa tecnologia é reduzir as emissões de poluentes e economizar diesel. Apesar de ser flex, seu funcionamento é diferente dos motores que conhecemos e são amplamente utilizados nos carros brasileiros. Ele trabalha exclusivamente com 50% de diesel e 50% etanol.
O diesel é injetado no começo da operação e o etanol vai sendo inserido conforme o trabalho do motor aumenta, chegando à mistura de 50/50.
Os motores já estão sendo testados, mas seu uso nas estradas pode demorar. A intenção da Bosch é utilizá-lo em máquinas de trabalho, como colheitadeiras, tratores, locomotivas e veículos do setor de mineração.

“Existem operações na mineração que consomem 1 milhão de litros de diesel por ano. Como o Brasil não é autossuficiente em diesel é algo que impacta na balança comercial. Reduzindo pela metade este consumo menos CO2 é emitido e mais etanol, produzido aqui, é consumido, gerando mais emprego e renda”, explicou o CEO da Bosch América Latina, Gastón Diaz.
Ainda sobre a introdução do novo motor, a Bosch irá apostar primeiro em retrofits, ou seja, substituir motores em operações por novos com a tecnologia flex. Os testes em campo começam nas próximas semanas e, até o fim do ano, a montadora pretende disponibilizá-la oficialmente.
A cerimônia também marcou a assinatura do contrato de captação de fomentos públicos com a FINEP (Financiadora de Estudos e Projetos) e o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) pela Bosch.
Ao todo, R$ 521 milhões foram liberados pelas instituições em créditos subsidiados para que a empresa invista em iniciativas de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação (PD&I) até 2027, para as áreas de mobilidade sustentável, segura e conectada, indústria 4.0 e sistemas inteligentes para o agronegócio, além de remanufatura de componentes automotivos.