No ano passado, o navio cargueiro MV Freemantle Highway pegou fogo na costa da Europa, onde as autoridades temiam que ele afundasse. O navio sobreviveu, no entanto, e alguns carros que ele transportava mantiveram boas condições para serem recuperados e vendidos. Ou talvez não.
A BMW, que possuía alguns modelos dentro da embarcação, tomou providências para impedir que os carros recuperados chegassem ao mercado, os classificando como impróprios para uso.
Logo após a partida do Fremantle Highway um incêndio começou no porão do navio, potencialmente devido ao mau funcionamento da bateria de um dos elétricos. O fogo se espalhou rapidamente, mantendo um dos 23 tripulantes que estavam a bordo. Não há informações sobre qual modelo de carro iniciou o incêndio. Cerca de 4.000 carros estavam a bordo, sendo 500 deles elétricos e o navio partiu da Alemanha com destino ao Egito.
Embora se pensasse que o navio afundaria, como em outros casos semelhantes, o fogo acabou se apagando, permitindo o seu transporte até o porto holandês de Eemshaven para salvamento e reparo.
O para surpresa de todos, cerca de um quarto dos veículos a bordo foram descritos como não danificados pelas autoridades. Desse total, 260 são BMWs. Esses modelos seriam vendidos por uma seguradora para um revendedor holandês. No entanto, a montadora alemã não permitiu essa ação, travando a venda dos veículos.
A montadora entrou com um pedido de liminar nos tribunais holandeses no final do ano passado, alegando preocupações sobre a segurança e condição dos veículos, além dos riscos à reputação da empresa. Um advogado da empresa disse aos tribunais que os carros foram baixados como perda total pelo seguro, por danos na estrutura, fiação e pintura. Além dos modelos da BMW, alguns Audi e Mercedes também foram reciclados ao invés de vendidos.
Os compradores holandeses alegaram que o seu objetivo era vender estes carros fora da Europa, mas isso levanta uma grande preocupação sobre o real estado dos veículos. É possível que os modelos estejam em boas condições, mas é algo a ser observado com mais cautela. Mas é um risco que a BMW não está afim de correr.