BMW afirma que câmbios manuais e de dupla embreagem irão morrer
Chefão da divisão Motorsport diz que os automatizados de dupla embreagem já não oferecem vantagens sobre os automáticos convencionais
Os BMW M com câmbio manual ou automatizado de dupla embreagem podem estar com os dias contados. Pelo menos foi isso que o vice-presidente de vendas e marketing da BMW Motorsport, Peter Quintus, disse à revista australiana Drive.
As grandes vantagens dos câmbios de dupla embreagem (DCT) estavam na velocidade nas trocas de marcha e no peso menor. A questão é que os câmbios automáticos modernos estão muito próximos de cumprir as mesmas exigências.
“Boa parte da vantagem que havia no tempo de troca de marcha desapareceu à medida que as transmissões automáticas ficaram melhores e mais inteligentes”, disse Quintus.
O que mais pesa nesta decisão da Motorsport, porém, seria a confiabilidade. A divisão esportiva da BMW está empenhada em aumentar a potência de seus carros e isso colocaria em xeque a confiabilidade tanto dos câmbios DCT como dos câmbios manuais.
Quintus diz que o limite para os câmbios manuais seria trabalhar com motores de 450 cv e 61,2 mkgf de torque. A partir disso, a durabilidade do conjunto estaria comprometida. Nos Estados Unidos, há carros manuais com até 717 cv, mas o executivo diz que os sistemas americanas, apesar de robustos, são antigos e pesados.
O efeito prático disso veremos no futuro, quando os M2, M3, M4, M5 e M6 aparecerem com transmissões automáticas com quase uma dezena de marchas. Hoje, os X6 M e X5 M já usam câmbio automático de oito marchas. Contudo, o executivo da BMW não soube afirmar com certeza se a próxima geração dos M3 e M4 ainda terão opção de câmbio manual, como ocorre atualmente.
Aparentemente, Mercedes e Audi também estão tateando esse caminho. Com exceção dos A45, CLA45 e AMG GT, todos os carros da AMG usam câmbio automático de nove marchas. Na Audi, o novo S4 também abandonou o S-Tronic de dupla embreagem para usar um automático convencional de oito marchas.
Por outro lado, mesmo na Europa há superesportivos que contradizem as ideias do chefão da BMW. O Bugatti Chiron, com mais de 1.500 cv, tem câmbio automatizado de dupla embreagem. A nova Ferrari 812 Superfast também manteve uma transmissão automatizada de dupla embreagem e sete marchas. E o Porsche 911 Carrera continua oferecendo opção de câmbio manual de sete velocidades, mesmo nas configurações acima dos 450 cv.