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B-2 Spirit: como é o avião invisível dos EUA usado para lançar bombas no Irã

Estratégico no ataque ao Irã, o B-2 Spirit se passa por ave nos radares e é mais lento que aviões comerciais

Por Henrique Rodriguez Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 22 jun 2025, 13h41 - Publicado em 22 jun 2025, 10h41
Northrop Grumman B-2 Spirit
 (Northrop Grumman/Divulgação)
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Quando entrou em serviço, há 35 anos, o B-2 Spirit era exemplo da mais alta tecnologia militar: poderoso, de design ultra-arrojado e absolutamente invisível aos radares inimigos.

A aeronave foi protagonista no ataque dos Estados Unidos a instalações nucleares no Irã: o que ele fez, nenhum outro avião pode fazer.

O Northrop Grumman B-2 Spirit é um bombardeiro estratégico furtivo dos Estados Unidos e a única aeronave conhecida capaz de transportar mísseis ar-terra em uma configuração furtiva, ou seja, sem ser reconhecido pelas defesas anti-aéreas inimigas.

Northrop Grumman B-2 Spirit
(USAF/Divulgação)

O desenvolvimento das tecnologias do B-2 Spirit começou no final dos anos 1970. A tecnologia “stealth”, que o torna praticamente invisível a radares convencionais, consiste em refletir ou absorver as ondas eletromagnéticas dos radares convencionais.

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A depender do radar, os aviões stealth até podem ser detectados, mas sua assinatura RCS é tão baixa quanto a de aves como águias ou pardais. Isso porque essas aeronaves têm mais partes com ângulos curvos, que desviam as ondas dos radares, que não terão retorno do seu eco para localizá-las.

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Northrop Grumman B-2 Spirit
B-2 Spirit em reabastecimento (Northrop Grumman/Reprodução)

A tecnologia é combinada, também, a táticas específicas de voo, o que torna os aviões stealth virtualmente invisíveis. As aeronaves ainda podem ser vistas a olho nu e podem ser atacadas por armas e defesas que não dependam de radares, mas a área de detecção é muito baixa para ser possível uma resposta efetiva do inimigo. 

Para o ataque de ontem (21), os Estados Unidos mobilizaram dois grupos de B-2 Spirit, Um viajou para o oeste, seguindo uma rota normal sobre o Pacífico com os transponders dos aviões de abastecimento ligados. Outro grupo seguiu para leste sem serem detectados pelos radares. Quando o primeiro grupo chegou na base de Guam, o segundo entrava no espaço aéreo iraniano. Caças iranianos ou mísseis terra-ar não foram ativados.

Os Estados Unidos produziram 21 unidades do B-2 Spirit entre 1987 e 2000, sendo que 19 seguem ativos – dois foram perdidos em acidentes. Em 1997, o custo aproximado de cada aeronave (considerando, também, o custo de desenvolvimento) era de 2,1 bilhões de dólares – é o projeto mais caro da história da aviação.

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Northrop Grumman B-2 Spirit
(Northrop Grumman/Divulgação)

O objetivo original dos Estados Unidos com o Northrop Grumman B-2 Spirit era penetrar no espaço aéreo da União Soviética e atacar alvos de alto valor. Com o fim da União Soviética e, consequentemente, da Guerra Fria, o congresso norte-americano reduziu drasticamente o projeto original, que era produzir 132 unidades da aeronave. 

Northrop Grumman B-21 Raider
Projeto do Northrop Grumman B-21 Raider (Reprodução/Internet)

Há um plano de atualização tecnológica em curso, que dará aos B-2 Spirit tecnologias como atualização de software em tempo real e novos sistemas de comunicação e telas que estarão no seu sucessor, o B-21. Os B-2 deverão seguir em atividade até 2058.

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Design incomum

O B-2 Spirit tem o design chamado de asa voadora, o que significa que não tem fuselagem ou cauda. Ele consegue combinar tecnologias furtivas com excelente aerodinâmica e grande capacidade de carga útil – superior aos outros bombardeiros norte-americanos.

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Mas as formas curvas, necessárias para ser invisível, comprometem seu voo. Sistemas informatizados, como tecnologia fly-by-wire, garantem a estabilidade do voo. 

Northrop Grumman B-2 Spirit
(Northrop Grumman/Divulgação)
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As dimensões são curiosas. Tem 5,18 m de altura, 52,4 m de envergadura (a largura de ponta a ponta da asa) e 21 m de comprimento. Há apenas dois tripulantes, com espaço para um terceiro. O piloto fica à esquerda e o comandante da missão do lado direito.

O B-2 é tão automatizado que, diferente da maioria das aeronaves militares com dois lugares, permite que um tripulante durma, vá ao banheiro ou até prepare uma refeição enquanto o outro monitora a aeronave.

Northrop Grumman B-2 Spirit
(Reprodução/Internet)

A capacidade de carga de um B-2 Spirit é de 80.500 kg, podendo decolar com um peso de 170.600 kg – sendo 75.750 kg só de combustível. Sua autonomia é de 11.000 km, podendo ser ampliada para 19.000 km com um reabastecimento no ar após 6h de voo – quando pode receber até 45.000 kg de combustível.

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O B-2 Spirit também não é um avião de caça, ou seja, extremamente rápido e manobrável. Seus quatro motores  General Electric F118 são turbofan sem pós-reator e têm empuxo de até  7.847 kgf, cada.

Northrop Grumman
(Northrop Grumman/Reprodução)

Este bombardeiro tem velocidade máxima de 1.010 km/h (é mais lento que jatos comerciais como os Boeing 747 e 787, por exemplo) e seu teto de voo operacional é de 50.000 pés – aproximadamente 15 km de altitude. 

Cada uma das baias podem ser carregadas com 23.000 kg de armamento. A Força Aérea Americana declarou que a missão no Irã utilizou seis unidades do B-2 Spirit, cada uma armada com duas bombas GBU-57A/B “bunker buster”, cada uma com 13 toneladas.

Estas bombas foram projetadas para perfurar até 60 m de rochas ou concreto armado antes de explodirem, sendo consideradas as únicas do mundo capazes de destruir bunkers e instalações subterrâneas e os B-2 são os únicos capazes de lançá-las.

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