A novela entre Audi e o Brasil está voltando aos capítulos felizes. Depois de anunciar o fim da produção do A3 na fábrica de São José dos Pinhais, no Paraná, a empresa volta atrás e decide fabricar novamente seus veículos em território nacional.
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Hoje (14) as coisas parecem estar retornando aos eixos. Em coletiva de imprensa, o presidente da Audi do Brasil, Johannes Roscheck, junto do governador do estado do Paraná, Ratinho Júnior, confirmou o retorno da produção na planta paranaense, com capacidade para montar 4.000 unidades por ano.
“Em meados de 2022 vamos voltar a produzir dois modelos no Brasil, inclusive uma versão inédita”, diz o presidente da Audi.Os modelos são os SUVs Q3 e Q3 Sportback, ambos com motorização 2.0 TFSI, sendo o segundo inédito no Brasil. “A escolha desses dois modelos é a melhor escolha para o nosso mercado” explica Roscheck.
O Q3 padrão já era oferecido por aqui nas versões com motor 1.4 de 150 cv. Porém, a produção trata-se do SUV com motor 2.0 TFSI de injeção direta e indireta, que gera 220 cv e 35,7 kgfm. A configuração tem ainda câmbio automatizado de dupla embreagem S-Tronic de sete marchas.
Outra novidade é o investimento de R$ 20 milhões na instalação de carregadores ultra rápidos em toda a rede de concessionárias da Audi no Brasil. Segundo o presidente, esses carregadores são capazes de encher a bateria de um E-tron em apenas 25 minutos.
Porém, mesmo com esse investimento, a produção de elétricos no Brasil ainda não está nos planos da marca. “O meu sonho é produzir modelos elétricos aqui, mas ainda não temos planos concretos” afirma o presidente da Audi.
Indas e vindas da Audi no Brasil
A marca alemã começou a produção em São José dos Pinhais em 1999, com o A3 hatch. Isso durou até 2006, quando a Audi encerrou as atividades pela primeira vez por aqui.
Nove anos depois, em 2015, a produção retornou na mesma fábrica, mas desta vez com a versão sedã do A3 e junto com um investimento de R$ 500 milhões. Isso durou até dezembro do ano passado e, posteriormente, em fevereiro do ano seguinte, a marca anunciou que estaria parando a produção por aqui.
A saída, segundo a empresa, foi pelo não pagamento, por parte do governo federal, de cerca de R$ 289 milhões (considerando também as rivais BMW e Mercedes-Benz).
Esse valor diz respeito à tributação adicional recolhida de veículos importados dos países fora do Mercosul – com sobretaxa de 30% quando o programa Inovar Auto começou a valer no país em 2012. A promessa do governo seria devolver esse dinheiro às montadoras.