Aston Martin Valkyrie é supercarro de 1.158 cv que quase ninguém quer dirigir
Chefe criativo da Aston Martin pede para que proprietários dirijam mais seus carros e não os deixem parados como peças de museu
Sabe aquela bebida cara que compramos ou então aquele tênis que de tão suadas que foram as parcelas da até dó de usar só para não gastá-lo? Ter um hiperesportivo de mais de R$ 10 milhões parece ser a mesma coisa.
Quem afirma isso é o chefe criativo da Aston Martin, Marek Reichman, que teme que os compradores do Valkyrie deixem o carro parado nas suas garagem como uma peça de museu.
“Se eles querem comprar um Valkyrie e colocá-lo em um museu, ótimo. Mas você quer ouvi-los e vê-los. Você quer ver os Valkyries sendo dirigidos por túneis no feed do Instagram. Você quer que as pessoas gostem deles.”, disse Reichman ao programa Top Gear.
Uma coisa é ter dinheiro para comprar o carro, mas mantê-lo é outra história. Com revisões que beiram R$ 1 milhão, usar o Valkyrie para ir até a padaria é uma ideia absurda. E track days em pistas de corrida também não saem barato.
Fora isso, o hiperesportivo ainda tem suas próprias especificações que fogem das tradicionais revisões anuais. Por exemplo, existe uma revisão específica do câmbio aos 50.000 km, já o motor precisa ser completamente desmontado aos 80.000 km. Esses são serviços que nem têm o seu valor divulgado pela montadora.
Reichman ainda cita um único exemplo de alguém que andou o suficiente para fazer a primeira revisão de 1.000 km, que custa 28.800 euros, R$ 155.730 na cotação atual. E para o orgulho do executivo, o proprietário do Valkyrie andou cerca de 1.500 km em estradas e ruas e não em uma pista, como é o recomendado.
Mas os valores têm uma explicação mais que plausível. O Aston Martin Valkyrie foi projetado para ser um carro de Fórmula 1 para as ruas e até teve a participação da equipe da RBR no projeto. Sob o capô ele traz um poderoso motor V12 da Cosworth, que junto com outro motor elétrico somam 1.158 cv.
Tudo isso pesando apenas 1.360 kg, gerando uma relação peso/potência de 1,17 kg/cv. Na prática, isso faz com que o Valkyrie acelere de 0 a 100 km/h em apenas 2,3 s.
É bem difícil acreditar que alguém que gastou R$ 10 milhões em um carro não tenha algumas centenas de milhares para gastar todo ano com a manutenção. Mas no fim das contas, como o próprio Reichman disse, “cabe ao cliente escolher como faz”. E o que eu ou você faríamos? No meu caso, prefiro esperar os milhões caírem na conta antes de decidir.