O Longa Duração é uma das seções mais antigas e conhecidas de QUATRO RODAS.
O teste, que não é feito por nenhuma outra revista do mundo, envolve a compra (de forma anônima) de um automóvel, a rodagem prolongada dele e seu posterior desmonte para avaliação.
Só que nem sempre conseguimos chegar à quilometragem final – atualmente vamos até os 60 mil km. Relembramos dez oportunidades em que alguns carros da nossa frota se transformaram em “curta duração”.
Volkswagen Voyage (1987)
A polícia de São Paulo telefonou para avisar que encontrara o sedã oito dias depois do roubo. Mas fez questão de adiantar que o serviço “havia sido bem feito”.
Eles se referiam ao desmanche, que não perdoou nem os difusores do sistema de ventilação e encerrou o teste aos 22.169 km.
Chevrolet Vectra (1995)
Não deu tempo nem de fazer o primeiro teste dele. Nosso então fotógrafo Marco de Bari, falecido em 2016, até tentou argumentar com os ladrões.
Não adiantou nada, e os meliantes rodaram mais de 30 mil quilômetros com o Vectra até ele ser encontrado, nove meses depois, em Araras (SP).
Chevrolet Montana (2004)
Aos 23.296 quilômetros a Montana derrapou e rodou quatro vezes na pista antes de parar, amassada na dianteira e traseira.
Ela até foi consertada, mas optamos por comprar outra e refazer o teste
Fiat Stilo (2003)
Uma das fotos mais icônicas do Longa Duração retrata o fim antecipado (e molhado) do hatch médio, que tinha 6.000 km.
Na ocasião o Stilo fazia sua primeira grande viagem – até Floriano (PI) -, e o fotógrafo Reinado Rollo quis registrar o carro ao lado do rio Parnaíba.
Só que o carro começou a se mover enquanto Rollo preparava o clique, e não houve tempo para salvar o Stilo de mergulhar na água, e ficar lá no fundo por dois dias.
Volkswagen Santana (1991)
Maldade ele estar na lista. Era para rodar 50 mil km, e rodou.
Convertemos para gasolina e fomos até os 75 mil km. Até tentamos levá-lo aos 100 mil km usando peças recondicionadas, mas o sedã quebrou aos 87.318 km, vitimado pela quebra da homocinética.
Fiat Uno (1991)
“O carro pegou fogo, doutor?” A pergunta do frentista encerrava o teste do Mille, aos 12.051 km.
Na revisão uma concessionária de São Paulo usou alguma soda cáustica para lavar o motor – e demorou demais para enxaguar.
O estrago foi irreversível, e o Mille nos deixou prematuramente.
Volkswagen Fusca (1994)
O Fusca subiu no canteiro central da avenida dos Bandeirantes, em São Paulo, rodou e só não capotou porque bateu em um poste.
Aos 29.384 quilômetros, ele deixava as páginas de testes para entrar na história. Só voltamos a dirigir um na seção Grandes Brasileiros.
Fiat Idea (2006)
O monovolume da Fiat no Longa Duração é, antes de tudo, um sofredor.
Na primeira tentativa em que compramos ele o teste foi encerrado após o modelo ser roubado, aos 7.000 km.
Com o prêmio da seguradora compramos outro Idea, igual ao anterior, e que também foi roubado.
Só que dessa vez o modelo foi recuperado intacto, e continuamos com o teste.
E aí fomos vítimas de nós mesmos.
Por um descuido, perdemos uma das revisões obrigatórias e, com isso, a garantia de fábrica. Isso inviabilizou a continuidade do teste, e novamente o Idea deixou o Longa Duração.
Suzuki Swift (1992)
Nosso primeiro carro estrangeiro foi reduzido a meio metro de altura após ser esmagado por um caminhão de lixo em Porto Velho (RO).
O fotógrafo Cláudio Larangeira não só sobreviveu ao susto como fez as fotos do estrago.
Volkswagen Fusca (1976)
O leitor nem ficou sabendo quando o repórter Edson Higo do Prazo capotou um Fusca, em 1976.
Na época só publicávamos a situação dos carros no fim do teste (que ocorria aos 30 mil quilômetros). Compramos outro (este, da foto) e fomos em frente.
Bônus: Effa M100 (2009)
O Effa M100 foi o único carro que, de tão inseguro e com assistência ruim, saiu do Longa Duração por opção nossa.
O primeiro carro chinês a participar do Longa Duração também foi o único a ser desmontado antes da hora.
A péssima assistência técnica e a incapacidade da suspensão de manter o hatch estável na estrada nos levaram a finalizar o teste após rodarmos 42.100 km.