Pouca gente se deu conta, mas a Ford está comemorando 100 anos de operação no Brasil em 2019. Um século atrás, em 1919, a marca americana se tornou a primeira a instalar uma linha de produção automotiva no país.
Num galpão no centro de São Paulo (SP), 12 bravos operários montavam às unhas carrocerias do lendário Model T, usando peças que chegavam importadas dos Estados Unidos.
A fabricante bem que gostaria de celebrar o momento em grande estilo. Afinal, centenário só se comemora uma vez. Por isso mesmo criou uma série limitada chama “100 Anos” para Ka e EcoSport. Mais adiante falaremos delas.
Só que o anúncio desses produtos ocorreu de maneira bem discreta e protocolar, a partir de um comunicado disparado ao e-mail de jornalistas. Não houve qualquer tipo de evento a respeito, pelo menos por enquanto.
E o motivo é simples: no ano de seu centenário, a Ford não tem lá muitos motivos para festejar efusivamente.
Na semana passada, a fábrica de São Bernardo do Campo parou de produzir o Fiesta, que inclusive já saiu do catálogo de produtos zero km da marca. Em julho, será encerrada a linha de caminhões.
Ainda sem comprador definido – nossa reportagem apurou que a Caoa segue favorita para aquisição, mas o negócio não está fechado -, o complexo periga ser definitivamente fechado no fim deste ano, deixando 3 mil pessoas sem emprego.
Na Argentina, o fim de produção da família de médios Focus, também refletida na aposentadoria de hatch e sedã por aqui, veio com a demissão de 520 funcionários.
Um dos lançamentos mais importantes da Ford no ano, o EcoSport Titanium run flat, não empolgou o mercado como a marca gostaria. Resta se escorar no Ka hatch, que é o terceiro carro mais vendido no país.
Série 100 Anos
A série 100 Anos de Ka e EcoSport será limitada a 1.000 unidades para o hatch e 500 para o SUV. A pintura será sempre azul Belize, um tom metálico similar àquele presente do logotipo oval da Ford.
No caso do Ka, a cor é inédita na gama e será usada exclusivamente nesta edição.
Virá combinada a teto, grade dianteira, maçanetas das portas, capas dos retrovisores externos e rodas de liga leve aro 15 – na SE Plus, o jogo original é de aço com calotas – na cor preta.
Baseada na versão intermediária SE Plus, trará os seguintes itens de série:
Faróis de neblina, trio elétrico, direção elétrica, ar-condicionado manual, controle de cruzeiro, central Sync 2.5 com tela tátil de 6,5 polegadas e conexão com celulares Apple e Android, sensores traseiros de estacionamento, volante com ajuste de altura e profundidade e ganchos Isofix para cadeirinhas infantis.
Na cabine, os bancos em tecido e couro sintético recebem costuras azuis e o logo 100 ao lado de uma bandeira do Brasil, em baixo relevo, nos encostos de cabeça dianteiros.
O motor é o 1.5 TiVCT três-cilindros flex, de 137 cv, aliado a câmbio automático de seis marchas. O preço será R$ 65.990, R$ 5.600 a mais que o cobrado pela versão SE Plus.
Já o EcoSport 100 Anos deriva da versão SE e contrastará a pintura azul Belize, já usada na gama, com o preto usado em grade, colunas, retrovisores e rodas de liga leve aro 16 (na SE original, o jogo é de 15 polegadas em alumínio).
Por dentro, a forração do teto também é negra, seguindo o padrão da versão de topo Storm.
As costuras azuis e a insígnia 100 no encosto de cabeça estão presentes nos bancos, assim como no Ka, só que estes são revestidos totalmente em couro sintético.
O pacote de equipamentos traz controles de estabilidade e tração com sistema anticapotamento, assistente de partida em rampas, chave MyKey , faróis com luzes diurnas, computador de bordo digital de 4,2 polegadas, câmera de ré e central de 7 polegadas.
Valor: R$ 89.990, R$ 7.100 acima do EcoSport SE convencional.