Antiga fábrica do Mitsubishi Pajero vai passar a produzir papel higiênico
Unidade de Gifu produziu por décadas o icônico SUV, mas sua venda ajudará no processo de reorganização da Mitsubishi, que inclui novos elétricos
Buscando otimizar suas operações e planejando um futuro elétrico, a Mitsubishi passa por uma grande reestruturação. Como parte dos planos, a fábrica japonesa que produziu o Pajero Full por décadas acaba de ser vendida para a Daio Paper, a maior fabricante japonesa de lenços de papel e papel higiênico.
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A unidade, inaugurada em 1943, foi inicialmente chamada por Toyo Koki. Com o passar dos anos, a força do nome Pajero, produzido lá, promoveu um rebatismo para Pajero Manufacturing Co. Ltd. Assim seguiu até 2022.
Em seu auge, a unidade chegou a produzir 170.000 unidades em um ano, número que caiu para 63.000 em 2019. De 2015 a 2019, a planta viu seus custos fixos subirem 30%, piorando uma situação que já não ia bem. A chegada da pandemia, em 2020, acelerou os planos de venda da fábrica localizada em Gifu.
Segundo o site filipino Autoindustriya, o acordo deverá ser anunciado ainda nesta semana, mas o valor da venda fica em torno dos 4 bilhões de Ienes, cerca de R$ 170 milhões em conversão direta, incluindo o terreno e as instalações.
Reorganização das operações
A venda da fábrica para a Daio Paper ajudará a Mitsubishi a avançar em seus planos de reestruturação, iniciados há alguns anos. Em 2020, um plano de médio prazo apontava para uma redução de 20% nos custos fixos em relação a 2019, o que incluía a redução do número de trabalhadores. Assim, 650 empregados entraram para um plano de aposentadoria antecipada em 2021.
No caso da fábrica do Pajero, dos 1.000 funcionários locais, 30% serão transferidos para a Mitsubishi Motors, enquanto outros 30% serão transferidos para outras empresas da região. Os 250 restantes também aceitaram um plano de aposentadoria antecipada.
Em relação à indústria, a reorganização da Mitsubishi visa a produção de carros elétricos e híbridos. A unidade de Mizushima, em Okayama, tem recebido um investimento bilionário para a produção de minicarros elétricos provenientes da aliança Renault-Nissan-Mitsubishi.