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ANP permite venda de gasolina com menos etanol

Agência também permitiu que postos de bandeira comprem combustível de qualquer distribuidor

Por Henrique Rodriguez
Atualizado em 31 Maio 2018, 12h11 - Publicado em 24 Maio 2018, 19h52
O Creta inaugura uma nova fase: os carros serão abastecidos somente com gasolina
Postos de bandeira poderão vender combustível de outras empresas (Christian Castanho/Quatro Rodas)

A Agência Nacional de Petróleo (ANP) flexibilizou, em caráter excepcional, algumas regras para a vendas de combustíveis.

O objetivo é manter o abastecimento dos postos e coibir a prática de preços abusivos diante da greve dos caminhoneiros, que já dura quatro dias.

Agora postos de combustíveis podem vender gasolina com menos etanol: poderá ter entre 18% e 27% de etanol anidro, quando a exigência normal é de 27%.

Carros a gasolina e flex com injeção eletrônica não devem ser prejudicados.

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A sonda lambda permite que o módulo de injeção reconheça a mistura gasolina-etanol e ajuste o avanço da ignição.

A gasolina com menos etanol tende a deixar o motor mais eficiente. Contudo, o motor tende a gerar menos potência e torque – que costumam ser medidos com gasolina com 22% de etanol.

Um outro problema é uma possível redução de octanagem (propriedade de resistir à compressão sem entrar em autoignição).

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No Brasil, usa-se o etanol anidro (sem água) para aumentar a octanagem da gasolina. Se a gasolina brasileira pura tem 84 octanas, com a adição de álcool ela deve ter, no mínimo, 87 octanas. Mas a diferença com o mínimo de 18% de etanol tende a ser pequena.

Contudo, usar gasolina pura traria problemas. Carros com alta taxa de compressão têm risco de pré-detonação, a chamada “batida de pino”, que a longo prazo pode danificar o motor pelo aumento da temperatura nos cilindros.

O diesel, por sua vez, poderá ser vendido puro, sem a adição de 10% de biodiesel – que torna a queima menos poluente.

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De acordo com a ANP “a exigência da mistura torna mais complexa a logística na cadeia de distribuição, pois adiciona o fluxo entre a usina produtora e o distribuidor, o qual, geralmente, é rodoviário.”

A ANP também flexibilizou a venda de combustíveis aos postos, que poderão comprar combustível de qualquer distribuidora.

Normalmente, postos com bandeira só podem comprar combustível da marca à qual estão vinculados.

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Em outras palavras, um posto Shell pode, em caráter excepcional, comprar combustível de uma distribuidora X – que pode não ter qualidade garantida.

Podem ser distribuidoras que em tempos normais só vendem combustíveis para grandes frotas.

A ANP também permitiu que estas empresas vendam diretamente para postos de combustível. Isso tende a afetar mais o fornecimento de diesel do que de gasolina ou etanol.

A ANP não informou até quando estas medidas são válidas.

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