A luta de JAC, Lifan e outras marcas pequenas para não morrer no Brasil
Marcas como SsangYong, JAC e Lifan repensaram sua estratégia. Mas há quem até já produza no país
Vender carros no Brasil não é fácil nem para grandes fabricantes. Por isso algumas marcas menores estão repensando suas estratégias.
A chinesa JAC, que estreou no Brasil em 2011 com carros de entrada e depois focou sua linha em SUVs, agora também quer explorar o mercado de elétricos. Três automóveis, uma picape e um caminhão, que chegam nos próximos meses às 36 concessionárias da marca, representam essa ofensiva eletrificada.
A SsangYong retornou ao Brasil em 2017 com um lote de 135 unidades divididas em quatro modelos e quase todas já foram vendidas. Mas, segundo o diretor das operações da marca no Brasil, Marcelo Fevereiro, houve alterações no planejamento devido “à instabilidade cambial, à burocracia na importação de veículos e à legislação para vendas a PcDs”.
A marca sul-coreana, que tem oito concessionárias (contra 50 planejadas) e 19 oficinas, vai lançar a picape média Musso, o SUV e o SUV grande Rexton ainda em 2019. Já o Korando, SUV médio com porte de Jeep Compass e motor 1.5 turbo, está previsto para meados de 2020.
A Effa, que foi a primeira a trazer carros de passeio chineses, atualmente lidera as vendas de minicaminhões. São dois modelos, o V21 (cabine simples, R$ 49.900) e o V22 (cabine dupla, R$ 59.900), ambos montados em Manaus (AM).
A fábrica foi inaugurada em 2014 e tem capacidade para montar 30.000 carros/ano. Hoje monta 100 veículos por mês, mas a meta é chegar a 150 até o final do ano, quando lança o furgão V25. Ela tem 50 revendas e 300 oficinas credenciadas no Brasil.
A chinesa Lifan deve decidir neste mês se fica no Brasil. As 24 concessionárias só têm carros 2018, pois a fábrica localizada em San José de Mayo, Uruguai, está parada desde fevereiro.
O próprio Lifan X80 foi lançado no ano passado durante um período de lay-off na fábrica, que montou cerca de 320 unidades do SUV de sete lugares.
A unidade pode ser usada para a montagem de carros elétricos, não necessariamente da Lifan. As negociações, fruto de visita de representantes uruguaios à China, estão em curso e a produção pode começar já em 2020.
Mesmo assim, duas marcas chinesas podem retornar ao Brasil.
De acordo com o Jornal do Carro, a Caoa (representante de Chery, Hyundai e Subaru no Brasil) estaria negociando para produzir carros da Changan no Brasil. A intenção seria aproveitar a fábrica da Ford em São Bernardo do Campo (SP).
A marca chegou ao Brasil em 2006 pelas mãos da Districar (que na época também trazia os carros da SsangYong) como Chana e posteriormente alterou seu nome para Changan.
Mas o portfólio focado em furgões e minicaminhões não conquistou o brasileiro e a marca deixou o Brasil em 2016.
Já a HPE, que importa e produz no Brasil carros da Suzuki e Mitsubishi, estaria em conversa com a Geely. A informação é do jornalista Fernando Calmon, que fala em eventual produção local de automóveis da marca chinesa.
A Geely é uma das maiores fabricantes da China e é proprietária da Volvo, mas esteve no Brasil por apenas dois anos, entre 2014 e 2016, pelas mãos do Grupo Gandini (Kia).
Neste curto período vendeu cerca de 1.200 unidades de dois modelos: o pequeno GC2 e o sedã médio EC7.