Guia de Usados: Toyota Corolla (3ª geração)
Robusto, confortável e bom valor de revenda. Ele é um cheque visado entre os usados
O Corolla nacional já apareceu nesta seção em novembro de 2003 (primeira geração nacional) e em fevereiro de 2007 (segunda).
Este das fotos surgiu em abril de 2008: maior e mais largo, ele manteve a confiabilidade, o valor de revenda, o desempenho, a economia e o conforto que há anos fidelizam sua clientela.
A confiabilidade é um valor inerente da Toyota: os projetos são norteados pela simplicidade, mas materiais e mão de obra são de qualidade.
O resultado é a fama de inquebrável, que tem seu preço, quase sempre superior ao de rivais maiores. A alta liquidez faz do sedã um cheque visado no mercado: basta anunciar que vende.
Discreto, o Corolla prioriza o conforto: todos têm direção elétrica, ar-condicionado, airbags, trio elétrico, computador de bordo e som com MP3. O porta-malas de 470 litros é um trunfo, mas não espere muito do espaço traseiro para as pernas.
O básico XLi nasceu com um 1.6 a gasolina. De acabamento simplório, perdia em vendas para o XEi, com motor 1.8, airbags laterais, ABS, faróis de neblina, rodas de liga, ar digital, volante multifunção e abertura das portas na chave.
Câmbio automático de quatro marchas, bancos de couro e piloto automático eram opcionais. O top SE-G, com câmbio automático de série, acrescentava faróis de xenônio, acabamento simulando madeira, banco de couro (o do motorista com regulagem elétrica de altura) e sensor de ré e de chuva.
Devido ao abismo entre XLi e XEi, em 2009 surgiu um XEi simplificado: o GLi não tem farol de neblina, pisca no retrovisor e airbag lateral.
No ano seguinte, vem o 2.0 de 153/142 cv com câmbio automático sequencial com comandos no volante, exclusivo dos XEi e Altis. Este substitui o SE-G, enquanto o 1.6 deixa de ser oferecido.
A linha 2012 recebeu leves mudanças na dianteira e traseira e ganhou um 1.8 de 144/139 cv, com um novo câmbio manual de seis marchas (com o automático de quatro opcional).
Robusto, confortável e bom de loja, só decepciona quem busca esportividade: é um carro pouco comunicativo, que filtra a resposta de direção, suspensão e freios, sem a emoção de um Focus ou Civic.
Fuja da roubada
Evite o XLi. Além do acabamento simplório, o ar-condicionado é analógico e o ABS só existe na versão automática com motor de 1,6 litro a gasolina, considerado fraco para seu porte.
Nós dissemos – Maio de 2008
“As estradas do carro da Toyota sempre parecem mais bem asfaltadas – certos buracos que marcam no Civic simplesmente desaparecem. E não pense que o Corolla é molenga: dentro do uso normal, os dois fazem as mesmas curvas. (…) O Toyota tem quatro marchas e travamento de conversor apenas em terceira e quarta.
Ainda assim, o Corolla foi melhor nos testes de desempenho e consumo. (…) Você não se apaixona por um Corolla, aprende a gostar. Sem dirigir outros carros, é capaz de o motorista nem notar o admirável esforço da Toyota em amenizar as durezas do trânsito. O foco não está na máquina, mas na vida de quem a usa.”
Onde o bicho pega
Sonda lamba: Desconfie de carros com marcha lenta irregular ou estouros no escape. Maus mecânicos trocam sondas originais por universais do mercado paralelo, com valor de resistência incorreto.
Transmissão: Vibração nas rodas dianteiras após o balanceamento indica mau funcionamento ou desgaste das juntas tripoides (trizetas), peças que transmitem o torque do câmbio para as homocinéticas.
O ideal é substituir o semieixo danificado, ao custo de 1.000 reais, já com a mão de obra.
Válvulas: Até a linha 2011, o motor 1.8 não utilizava tuchos hidráulicos, por isso a folga das válvulas deve ser verificada a cada 20.000 km – em geral pedem ajuste só a 60.000 km.
Portanto, fique atento a qualquer barulho anormal no cabeçote.
Defletor do spoiler dianteiro: Ele se rompe com facilidade em saídas de garagens. Se estiver danificado, provocará barulho em altas velocidades e comprometerá o encaixe da capa do para-choque.
Câmbio automático: O fluido deve ser inspecionado a cada 40.000 km. Também é recomendável a troca do filtro do fluido e limpeza dos ímãs internos, que fazem a retenção de limalha.
Uma revisão preventiva custa em torno de 250 reais.
A voz do dono
“Robusto e confiável, ele aguenta a buraqueira do Brasil e não pede oficina à toa. O motor responde bem, apesar do câmbio automático de quatro marchas. O consumo é baixo, considerando seu peso e desempenho. É muito seguro, estável e confortável, mas a largura excessiva atrapalha na hora de estacionar.”
Hila Cavalcante, 66 anos, servidora pública, Piracicaba (SP)
O que eu adoro
“O que impressiona é o consumo: é muito bom para um carro com esse tamanho e desempenho. Pelo preço, só há outro igual: o Civic que guardo na outra vaga de garagem.”
Milton D’Emilio, 63 anos, advogado, São Bernardo do Campo (SP)
O que eu odeio
“O espaço interno não é proporcional às dimensões externas: quem viaja atrás merecia um pouco mais de espaço. E a ergonomia também deixa a desejar.”
Luis Roberto Silva, 55 anos, representante comercial, São Paulo (SP)
Preço dos usados (em média)
XEi 1.8 auto:
2009: R$ 41.219
2010: R$ 42.854
2011: –
2012: –
2013: –
SE-G 1.8 auto
2009: R$ 44.326
2010: R$ 46.315
2011: –
2012: –
2013: –
GLi 2.0 auto
2009: –
2010:
2011: R$ 47.923
2012: R$ 53.478
2013: R$ 57.881
*Valores atualizados em junho de 2018
Pense também em um… Honda Civic
Corolla e Civic são grandes rivais – e parecidos entre si. São conhecidos por mecânica robusta e confiável, valor de revenda, padrão de qualidade e nível de itens de série.
A diferença do Civic é que ele abre mão da funcionalidade em favor da esportividade: do estilo agressivo à resposta dos comandos, tudo nele evoca o prazer de dirigir, mesmo nas versões automáticas.
Se o conteúdo pouco varia entre as versões LXS, LXL e EXS, a coisa muda de figura na esportiva Si, com seu 2.0 de 193 cv e câmbio manual de seis marchas com diferencial de deslizamento limitado.
Apenas não se esqueça da suspensão mais firme e do porta-malas pequeno, de apenas 340 litros.