Foi-se o tempo em que as picapes eram veículos restritos ao ambiente rural. Cada vez mais confortáveis e fáceis de dirigir, hoje disputam o público dos sedãs. Presença comum nas grandes cidades, a L200 Triton está entre as picapes mais urbanas, reunindo espaço adequado, boa dirigibilidade e tecnologia. Apresentada na linha 2008, iniciou a carreira como a topo de linha das picapes Mitsubishi: bancos de couro, ABS, airbag, som com MP3 e ar-condicionado automático vinham de série na versão única HPE.Apesar do porte ligeiramente menor, seu alvo era a Toyota Hilux.
O diâmetro de giro reduzido da L200 agradava, mas o espaço da caçamba não. Além do espaço e conforto, outro trunfo estava nos motores: V6 3.5 de 200 cv ou turbodiesel 3.2 de 165 cv. A proposta civilizada da picape ficou evidenciada pelo uso do câmbio automático de quatro marchas para os dois motores – o manual só havia na diesel.
À vontade na cidade, a L200 Triton não decep- cionava na terra: o sistema 4×4 Easy Select era do tipo temporário, só para pisos de baixa aderência. A reduzida e a boa altura livre do solo garantiam o bom desempenho off-road, mérito compartilhado com as suspensões bem acertadas.
As principais novidades na linha só vieram no fim de 2009, com a estreia do V6 flex, de 200/205 cv. Uma leve reestilização na grade e no para-choque dianteiro chegou na gama 2011. O banco de couro deixou de ser de série, mas chegava à central com GPS, Bluetooth e DVD player. A novidade mais esperada só apareceu na linha 2012: a versão XB trazia a caçamba 18 cm maior. Pensada para o trabalho, só tinha opção do turbodiesel e câmbio manual, mas com itens da HPE, como a central multimídia. Com o fim da L200 da geração anterior, a Triton era a única picape média da marca.
No entanto, nem tudo é alegria para o dono de uma Triton: há problemas de qualidade e o pós-venda não é dos melhores, graças à empurroterapia e ao alto custo de peças e mão de obra. Apesar do bom acabamento, há queixas de ruídos no banco traseiro e rangidos na suspensão traseira.
FUJA DA ROUBADA
Atenção com o sistema 4×4 Easy Select. Ao contrário do Super Select, da linha pajero, não tem diferencial central. por isso, deve ser acionado só em pisos como lama e areia. Alguns confundem os dois e usam o 4×4 no asfalto, o que pode danificar a caixa de transferência ou o diferencial traseiro.
NÓS DISSEMOS Novembro de 2007
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“Na terra, a L200 Triton demonstrou valentia e resistência. Depois de alguns saltos, ela voltou para o asfalto como se nada tivesse acontecido. Nem um ruído novo sequer. No asfalto, apesar da robustez, a Triton mais parece um automóvel de luxo. sua direção assistida diminui o esforço e permite manobras em espaço relativamente pequeno.(…) O painel é completo e bem acabado, com diferentes cores e texturas e instrumentos circulares sobrepostos, como nos cobiçados porsche 911. (…) a Triton também lembra um carro de passeio nos equipamentos. Na cabine há 18 porta-trecos e sete luzes de cortesia.”
PREÇO DOS USADOS (EM MÉDIA)
Turbodiesel
2008: 80 200
2009: 83 020
2010: 90 922
2011: 94 407
V6 3.2
2008: 67 212
2009: 70 315
2010: 72 952
2011: 76 458
PREÇO DAS PEÇAS
Amortecedor dianteiro (cada)
Original: 380
Paralelo: 360
Pastilhas dianteiras (jogo)
Original: 870
Paralelo: 110
Farol dianteiro (cada)
Original: 1873
Paralelo: 790
Para-choque dianteiro
Original: 1245
Paralelo: 600
Embreagem
Original: 1140
Paralelo: 900
PENSE TAMBÉM EM UM Nissan Frontier
Igualmente apreciada por picapeiros urbanos, a Frontier tem um rodar suave e confortável, sem abrir mão da boa estabilidade. Apesar do diâmetro de giro maior, tem direção leve e é fácil de manobrar. O motor turbodiesel é o mais potente da categoria e está bem casado com o câmbio automático de cinco marchas, apresentando os melhores números de desempenho e consumo. Entre os itens de série, não vai além de airbag, piloto automático, ABS com EBD, ar e som, dispensando GPS, câmera de ré, computador de bordo e ESP. O espaço é amplo, mas o conforto traseiro deixa a desejar com a Triton: os assentos são curtos e os encostos, pouco inclinados.
ONDE O BICHO PEGA
Na versão turbodiesel, chega a ser comum a presença do “veneno eletrônico”, o remapeamento do chip para elevar a potência por meio do aumento de injeção de combustível. Quando realizado sem critério, o excesso de diesel contamina o óleo lubrificante e provoca o desgaste acentuado nas camisas dos cilindros, causando perda de compressão.
Suspensão dianteira
Alvo da seção Autodefesa de janeiro de 2010, a suspensão dianteira das primeiras unidades apresentou um problema sério de alinhamento que prejudicava a dirigibilidade e provocava desgaste prematuro dos pneus. Coincidência ou não, a montadora convocou um recall meses depois para reaperto dos parafusos de fixação ou substituição completa do conjunto.
Tanque de combustível
As primeiras picapes sofriam um processo de descolamento do revestimento anticorrosivo do tanque, o que causava entupimento do filtro de combustível e, consequentemente, queda no rendimento. Requer atenção especial, pois o problema costuma ser mascarado com um filtro menos restritivo, das L200 mais antigas. O subterfúgio pode causar sérios danos ao sistema de injeção common-rail. Certifique-se de que o tanque foi trocado em garantia, pois do contrário o custo da substituição será de 795 reais.
A VOZ DO DONO 638_usado_05.jpg
“Estou na minha segunda Triton. A primeira apresentou problemas de alinhamento, mas gostei tanto da picape que resolvi adquirir uma mais nova. É uma picape muito potente, com respostas imediatas do acelerador sem sacrificar o consumo. O espaço interno é adequado para cinco adultos e a estabilidade é de carro de passeio.”
Rubens Rivas, 56 anos, comerciante, santo andré (SP)
O QUE EU ADORO
“Ela ignora pisos irregulares, permitindo altas velocidades com controle e segurança. Seu diâmetro de giro é fantástico e também gosto do espaço interno e do conforto.”
Flávio Lira, 28 anos, gerente de Ti, são Bernardo do campo (SP)
O QUE EU ODEIO
“O entupimento do filtro de combustível é simplesmente inaceitável. E ela apresenta um desgaste excessivo dos pneus, que só é resolvido com perfeito alinhamento.”
Leandro Giudici, 27 anos, jornalista, Torrinha (SP)