Apresentado em 2011, o J3 tem lugar garantido entre os lançamentos mais importantes do mercado brasileiro: bonito e bem-equipado, ele chacoalhou a concorrência, que se viu forçada a praticar generosos descontos ou se equipar para tentar conter a invasão chinesa. A qualidade do produto e do pós-venda assegurou sua posição de destaque, abalada apenas pela alta do dólar e pelo aumento do IPI para veículos importados em 2011.
Mesmo assim, o J3 mostrou virtudes suficientes para ser bem-aceito também entre os seminovos. A explicação começa pelo nível de equipamentos:ABS, duplo airbag, cintos com pré-tensionador, ar-condicionado, direção hidráulica, trio elétrico, alarme com controle remoto, volante com ajuste de altura, faróis de neblina, regulagem elétrica dos faróis principais, sensor de ré, banco traseiro bipartido, sistema de som com USB e abertura interna do porta-malas (de 350 litros) e do bocal do tanque de combustível.
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Apesar da profusão de plástico, o acabamento interno típico da categoria dos hatches compactos traz baixo nível de ruído e boa sensação de solidez. O motor 1.4 a gasolina com bloco e cabeçote de alumínio e comando de admissão variável rende 108 cv. Já o câmbio de cinco marchas com acionamento por cabo é bem-escalonado, garantindo bom desempenho e consumo moderado. A altura em relação ao solo é adequada às condições brasileiras e a suspensão independente nas quatro rodas traz um acerto que é suave, mas não compromete a estabilidade. Robusto, o J3 resistiu incólume ao nosso teste de Longa Duração, sem apresentar nenhum problema mecânico durante os 60 000 km.
Em 2013, veio o J3 S 1.5 Jet Flex, com potência de 127/125 cv. Logo depois houve uma reestilização externa e interna, com melhorias principalmente no painel, como novo desenho e materiais de melhor qualidade. Algumas unidades saíram das lojas com sistema de som de renome, da marca JBL, com direito a amplificador e subwoofer. No entanto, independentemente da versão escolhida, todos os J3 usados ainda estão no período de garantia, que é de seis anos – uma enormidade, acima até dos três anos de Clio e Sandero. A única notícia ruim para os admiradores do J3 foi o resultado do teste de impacto Latin NCAP: o hatch chinês conquistou apenas uma estrela na proteção a adultos, entre cinco possíveis, o mesmo que concorrentes como o Chevrolet Celta e Ford Ka.
FIQUE DE OLHO
Para usufruir da garantia remanescente é preciso prestar atenção especial no manual do proprietário, onde devem constar todos os carimbos das revisões (a cada 10 000 km) e trocas de óleo (a cada 5 000 km). Qualquer deslize no plano de manutenção acarreta a perda dos seis anos.
A VOZ DO DONO
“Estável e confortável, o J3 tem bom desempenho, baixo consumo e um excelente pacote de equipamentos, com destaque para os freios ABS. Em dois anos e 30 000 km rodados, só tive problemas com o ar-condicionado, incapaz de isolar a cabine dos elementos externos quando acionamos a recirculação.” – Douglas Wenzel, 49 anos, professor, São Paulo (SP)
O QUE EU ADORO
“Anda muito bem, consome pouco e é barato de manter. Robusto, não raspa o assoalho em estradas sem pavimentação, além de ser confiável e confortável para longas viagens.” – Leonardo Souza Sena, 27 anos, empresário, Belo Horizonte (MG)
O QUE EU ODEIO
“O acabamento interno tem muito plástico, o porta-luvas é pequeno e faltam porta-trecos no interior. O rádio também deixa a desejar e a interface USB é um cabo muito feio.” – Gabriel Ramalho Abahit, 25 anos, analista, São Paulo (SP)
NÓS DISSEMOS Março de 2011
“Pelo Car Group, do Cesvi, o J3 é o segundo hatch pequeno mais fácil e barato de reparar, com índice 13. Perde só para o Fox, que tem índice 10 (quanto menor, melhor). (…) Quem está acostumado a dar descontos automáticos ao acabamento quando se trata de chineses, poderá se surpreender com o J3. (…) Considerando que o entre-eixos do J3 é só 3 cm melhor que o de um Fiat Palio, espanta constatar que há espaço suficiente para ocupantes acima de 1,80 metro. (…) No trânsito ou em ultrapassagens, o motor responde à altura. Não há indícios de apatia – típica de motores pequenos – por obra do comando variável de válvulas, outro recurso sofisticado para um carro compacto.”
ONDE O BICHO PEGA
Infiltração na cabine: Por causa da ausência do dreno do ar-condicionado, às vezes a água da condensação pode pingar sobre os pedais ou os pés do passageiro.
Chicote dos vidros elétricos: Um defeito no conector do chicote pode provocar um funcionamento intermitente do equipamento ou até queimar o fusível. Solicite a substituição do conector em garantia e não apenas o conserto.
Luzes de freio: Verifique se o batente do pedal de freio está em bom estado. Caso esteja rompido, as luzes de freio poderão ficar sempre acesas e até descarregar a bateria.
Luz EPC no painel: Alvo da seção Autodefesa publicada em setembro 2011, a luz costuma se acender devido ao rompimento do batente do pedal de embreagem, que altera a regulagem do sensor de posição. Peça a troca do batente, a regulagem do pedal e a atualização do software.
Corrosão: A seção Autodefesa publicada em junho de 2012 mostrou relatos de que algumas unidades com pontos de ferrugem em diversos lugares da carroceria, por falta de tratamento adequado. Os mais comuns são na tampa traseira, sob os bancos e nos pontos de solda.
2011 | 2012 | 2013 | 2014 | 2015 | |
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1.4 16V | R$ 21.632 | R$ 23.020 | R$ 24.255 | R$ 27.858 | R$ 33.533 |
1.5 16V Flex | – | – | R$ 25.765 | R$ 30.800 | R$ 34.002 |
PENSE TAMBÉM EM UM
Chery Celer
Patrício e rival direto do J3, o Celer também vem completo de fábrica: ar-condicionado, direção hidráulica, trio elétrico, som, ABS e airbag duplo. Seu calcanhar de Aquiles é a dirigibilidade e o acabamento: o motor não tem muito fôlego, a direção é pesada, o câmbio é impreciso, a posição dos pedais desafia a ergonomia e a qualidade dos plásticos deixa a desejar. A garantia de cinco anos é menor que a do J3, mas ele manda bem na segurança: obteve quatro estrelas no teste de impacto do China NCAP.