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Guia de Usados: Ford Focus (2ª geração)

Elogiado pela dirigibilidade, ele está disponível nas carrocerias hatch e sedã

Por Guilherme Fontana
Atualizado em 20 mar 2018, 12h47 - Publicado em 20 out 2016, 17h17
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  • Ford Focus
    Dianteira é idêntica para hatch e sedã, com traços limpos que dão ideia de movimento (arquivo/Quatro Rodas)

    A segunda geração do Focus chegou ao Brasil em setembro de 2008, oito anos após a estreia da primeira. Além do visual alinhado com a Europa, o modelo foi apresentado nas configurações hatch e sedã em uma estratégia parecida com a que Chevrolet e Fiat fazem atualmente: o antigo Focus permaneceu em linha, com cara antiga e motor menor, como opção mais barata.

    Na estreia, o modelo (apelidado de geração 2,5) oferecia duas versões de acabamento (GLX e Ghia), duas carrocerias (hatch e sedã), duas transmissões (automática de quatro marchas ou manual de cinco), mas apenas uma motorização.

    O 2.0 16V com 145 cv a 6.000 rpm e 18,9 mkgf a 4.500 rpm era abastecido apenas a gasolina — a tecnologia bicombustível só chegou em janeiro de 2010 e no 1.6 (109/115 cv), que passou a equipar a nova geração. O 2.0 flex chegou dois meses depois, com 143/148 cv com gasolina/etanol.

    Ford Focus
    Interior da segunda geração deixou para trás as formas ousadas da primeira (arquivo/Quatro Rodas)

    Nos testes de QUATRO RODAS, com motor 2.0 a gasolina e câmbio manual, o hatch levou 9,8 segundos para ir de 0 a 100 km/h, enquanto o sedã automático cumpriu a tarefa em 11,3 segundos.

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    Curiosamente, o sedã 2.0 flex automático levou o mesmo tempo. O 1.6 flex (abastecido com gasolina) foi aos 100 km/h em 12,9 segundos e teve as ruins médias de consumo com 6,8/9,2 km/l em ciclo urbano/rodoviário.

    Ford Focus
    Parte de trás do hatch se inspirava na primeira geração, com lanternas altas e verticais (arquivo/Quatro Rodas)

    Entre os equipamentos de série, o GLX oferecia ar-condicionado, airbag duplo, freios ABS, sistema de som com CD player, USB e seis alto-falantes e computador de bordo.

    O Ghia esticava a lista com bluetooth do rádio, ar-digital, piloto automático, volante multifuncional, partida do motor por botão, comandos por voz, bancos de couro, teto solar, faróis de neblina e sensores de estacionamento na traseira. As rodas tinha desenhos diferentes, mas 16 polegadas nos dois.

    O Focus sedã tinha como trunfo, em relação às antigas gerações, o espaço. Com 4,48 m de comprimento e 2,64 m de entre-eixos, o modelo dispunha de bom espaço para os ocupantes e 526 litros de porta-malas. Em contrapartida, o hatch viu seu porta-malas passar de 350 para 330 litros.

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    O conforto e a maior segurança em curvas eram reforçados pelo uso da sofisticada suspensão traseira multilink, presente ainda no Focus atual. Ideal para quem valoriza a dirigibilidade, ele porém demanda certos cuidados com a manutenção e procedência.

    Ford Focus
    Traseira do sedã tem traços mais conservadores em relação do hatch (arquivo/Quatro Rodas)

    O visual do modelo, mesmo com a nova filosofia Kinetic de design, herdou os traços da primeira geração. No caso do hatch, a traseira é marcada pelas lanternas verticais instaladas junto ao vidro, dando aspecto futurista ao Focus.

    No caso do sedã, a traseira conservadora também seguia o estilo do antecessor. Um detalhe curioso (mas pouco prático) é a forma de abertura do capô, no logo da grade. O modelo foi substituído pela terceira geração em 2013.

    Onde o bicho pega

    Câmbio automático – São muitos os relatos de problemas no câmbio automático de quatro marchas (4F27-E). O manual dos veículos aponta que o óleo da caixa de transmissão é para “toda a vida”, mas inclui a troca do fluido na revisão dos 120.000 km. Mesmo assim, muitos proprietários têm sérios problemas mecânicos muito antes de tal quilometragem. Além disso, mecânicos relatam dificuldades para a troca do óleo.

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    Eletrônica – O Focus de segunda geração sofre com uma eletrônica falha e sensível. Um exemplo de problema gerado é o desligamento súbito do veículo, que não deixa rastros e não é identificado no scanner. A falha pode ter origem nos terminais dos conectores, que apresentam folgas. Outras questões de eletrônica envolvem os picos de consumo quando a bateria do veículo já não está em sua plena forma. Os módulos podem enviar mensagens indicando avarias no motor ou na transmissão.

    Perda de potência – Uma avaria na válvula que controla a amissão do ar pode apresentar falhas e se fechar em acelerações, ocasionando perda de potência do veículo. É um problema de difícil diagnóstico.

    Coxim superior do motor – Por ser hidráulico, o coxim do lado do carona pode ter a borracha desgastada de forma precoce, levando a vazamentos de fluidos.

    A voz do dono

    “O melhor carro que tive até hoje. Extremamente confortável e prazeroso de dirigir — sua direção é super leve. O motor 2.0, com seus 143 cv, anda muito e consome pouco. Possui ótimo acabamento e um design muito bonito, além de ter mimos que são bastante úteis para facilitar o cotidiano do motorista, como faróis reguláveis, controles por voz e comandos satélite para música.” – Jederson Gonçalves Soares, 21 anos, Personal Trainer, São João Batista (SC)

    “O carro é muito bonito, tem ótima dirigibilidade, além de bom nível de acabamento e equipamentos. Porém, me deu trabalho e gastos quando apresentou problema no câmbio automático. Foram alguns meses entre a identificação do problema e a resolução do mesmo.” – Alan Alves, 31 anos, São Paulo (SP)

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    Nós dissemos

    Setembro de 2008: “O Focus é completo e tem preços competitivos. O consumidor pode escolher a carroceria, a transmissão e o acabamento. A escolha da carroceria e do câmbio é questão de preferência (embora o automático custe R$ 4.500). Mas o pacote de equipamentos influi muito na relação custo-benefício do carro.” (…) “O Focus tem fama de ter sido injustiçado pela fábrica, que teria privilegiado outros modelos em sua estratégia de marketing em detrimento dele. Logo o Focus, que sempre foi elogiado por sua diribilidade e que ao longo dos anos angariou um clube de fãs dedicados”.

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    Preço médio dos usados (FIPE)
    Modelo/Ano 2008 2009 2010 2011 2012
    Focus Ghia 2.0 (hatch) R$ 23.504 R$ 30.159 R$ 31.931 R$ 33.441
    Focus Titanium 2.0 Mec. (hatch) R$ 34.371 R$ 35.973 R$ 37.159
    Focus Titanium 2.0 Aut. (hatch) R$ 35.023 R$ 37.142 R$ 38.324
    Focus Ghia 2.0 Mec. (sedã) R$ 22.590 R$ 28.710 R$ 31.224 R$ 33.405
    Focus Ghia 2.0 Aut. (sedã) R$ 23.504 R$ 30.159 R$ 31.931 R$ 33.441

    Obs: a lista confusa e incompleta disponibilizada no site oficial da Fipe fez com que as versões de entrada (GLX) do Focus ficassem de fora da tabela acima. Também podem existir diferenças dos valores praticados entre as versões, uma vez que o site estabelece padrões iguais para motores a gasolina e flex.

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