Volvo V40 T3 Kinetic: um negócio da… Suécia?

Não são só as belas linhas que chamam atenção na traseira do V40. Uma pequena bandeirinha acima da frase “Feito pela Suécia” colada na tampa do porta- malas remete às raízes escandinavas da Volvo, controlada pela chinesa Geely desde 2010. Se esse pequeno detalhe é a única mudança visual no hatch, a linha 2016 traz duas importantes alterações que os olhos não veem: a nova nomenclatura de versões e a estreia dos motores Drive-E.

A configuração de entrada agora se chama T3 Kinetic. Equipado com um inédito motor 1.5 de quatro cilindros com turbo, ela tem 152 cv, mais do que o Audi A3 Ambition (122 cv) e próximo do Mercedes A 200 (156 cv), mas abaixo do BMW 120i (184 cv). Na pista, ele andou menos (9,2 no 0 a 100 km/h contra 8,5 s do A 200, de potência equivalente) e bebeu mais (10,7/13,8 km/l em cidade/estrada ante 12,9/16 km/l). Mesmo assim, no dia a dia o V40 se mostrou ágil, com respostas rápidas ao leve toque no acelerador, principalmente na cidade. Sua direção direta é bastante precisa, favorecendo os fãs de uma condução mais esportiva, enquanto a suspensão tem calibragem firme, mas sem maltratar os ocupantes nas esburacadas ruas brasileiras.

Embora esteja entre nós há quase três anos, o V40 continua sedutor. As linhas ousadas não fazem feio frente aos rivais mais novos, como os recém-reestilizados BMW Série 1 e Mercedes Classe A. Já a cabine é muito bem-acabada mesmo na versão básica, com materiais de primeira qualidade e padrão de construção acima da concorrência. Mas repleta de botões, está cada vez mais datada.

Se no desempenho o V40 não brilha, o hatch deixa seus rivais para trás na generosa lista de equipamentos. De série ele traz ar digital bizona, bancos de couro, central multimídia com DVD, faróis com leds e acendimento automático, sete airbags (incluindo um para proteção dos joelhos do motorista), City Safety (frenagem autônoma que impede colisões até 15 km/h) e o On Call, sistema de monitoramento que rastreia e presta assistência em situações de emergência.

Apesar de recheado, dois itens, fazem muita falta: o sensor de estacionamento traseiro e a câmera de ré. Sem eles, estacionar em vagas apertadas é uma tarefa complicada, especialmente em um carro com linha de cintura elevada e área envidraçada reduzida em nome do estilo. Esses itens são oferecidos apenas na versão intermediária, rebatizada Momentum T4. Comparada à básica, ela ganha faróis de xenônio, partida sem chave, espelhos retrovisores com rebatimento elétrico e quadro de instrumentos configurável, além do motor mais forte (um 2.0 de 190 cv) e um preço mais alto (R$ 132.950).

Mais do que desempenho, estilo ou conteúdo, a Volvo quer fisgar clientes pelo bolso. Por R$ 99.950, o V40 custa menos que seus rivais alemães, todos vendidos a partir de R$ 110.000. Para quem procura um hatch seguro, estiloso e bem equipado, o V40 é uma boa opção.

VEREDICTO

Design atraente, bom preço e motor ágil fazem do V40 uma das melhores opções entre as versões básicas dos hatches de luxo.