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Guia de Usados: Toyota RAV4

Potente, confortável e espaçoso, a terceira geração entra e sai dos piores caminhos com dirigibilidade de Corolla

Por Felipe Bitu
Atualizado em 21 mar 2024, 10h14 - Publicado em 21 Maio 2014, 20h53
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Pioneiro entre os crossovers, o Toyota RAV4 cresceu e apareceu em 2006, quando a terceira geração chegou ao Brasil. Grande e largo, ele tinha porte e presença de SUV, reduzindo a distância para o grandalhão Hilux SW4. Com 4,60 metros de comprimento e 2,66 de entre-eixos, o RAV4 acomoda bem cinco adultos, transportando sua bagagem no porta-malas de 540 litros. Há espaço de sobra sem comprometer a praticidade e dirigibilidade, próprias de um sedã como o Corolla.

Boa parte dessa desenvoltura se deve ao motor 2.4 16V. Com 170 cv e 22,8 mkgf, ele casa perfeita- mente com o câmbio automático de quatro marchas, sem comprometer o consumo. Em desempenho, supera Honda CR-V, Hyundai ix35 e Kia Sportage, todos 2.0. A excelente estabilidade é resultado da alta rigidez torcional e do bom acerto da suspensão independente nas quatro rodas. Parte dessa estabilidade se deve ainda à tração 4×4, que distribui o torque entre os eixos automaticamente, segundo a necessidade. Em condições de baixa aderência, é possível bloquear essa distribuição, assim cada eixo recebe 50% do torque até o limite de 40 km/h.

Bem-construído, o RAV4 traz um interior simples, mas com materiais de boa qualidade e peças bem encaixadas, que não geram ruídos com o tempo. O que decepciona alguns é a carência de equipamentos e itens de conveniência. De série, ele trazia teto solar, ar digital bizona, direção elétrica, disque teira para seis CDs com MP3, direção com ajuste de altura e profundidade, ABS com EBD e BAS, piloto automático e airbag duplo. Mas não tinha computador de bordo e sensores de ré e de faróis. O pacote só ficou mais generoso em 2011, trazendo banco do motorista elétrico e airbags laterais e de cortina.

Bem-aceito no mercado hoje, a oferta é restrita: vendeu pouco na estreia por vir do Japão (recolhia o imposto de importação integral), perdendo competitividade frente aos mexicanos.A depreciação é ruim para quem vende, mas ótima para quem compra. Ainda dá para levar um RAV4 dentro da garantia (de três anos) e usufruir de uma grande rede autorizada, conhecida pela eficiência e bom atendimento.

FIQUE DE OLHO

Você faz questão do 4×4? Vale a pena reconsiderar no caso da versão 4×2, lançada só a partir da linha 2011, sem teto solar, airbags laterais e de cortina. É uma ótima opção para quem procura um RAV4 mais barato, pois muitas vezes a tração dianteira e a suspensão alta do 4×2 já dão conta da maioria das estradas de terra.

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NÓS DISSEMOS Fevereiro de 2011

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>> Confira o teste na edição

CR-V x ix35 x RAV4 x Sportage: “O RAV4 é o único entre os utilitários reunidos a apresentar câmbio automático de quatro marchas. Seria esperado um comportamento pacato, com falta de força em ultrapassagens e subidas, mas a Toyota também é mestra em ajustar corretamente seus câmbios automáticos. A transmissão se comporta de modo exemplar. E mostra o brilho do motor 2.4. Com comando variável de válvulas, ele produz 170 cv e 22,8 mkgf de torque. Se não são de encher os olhos, essas prestações pelo menos ajudaram o RAV4 a vencer todos os seus concorrentes. (…) Ele é grande por dentro e por fora. O espaço no banco traseiro serve a pessoas altas mesmo com outra alta dirigindo. O porta-malas é o segundo mais generoso.”

PREÇO DOS USADOS (EM MÉDIA)

4×4

2009: 61 004

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2010: 67 080

2011: 82 707

2012: 91 586

4×2

2009: –

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2010: –

2011: 68 823

2012: 84 401

PREÇO DAS PEÇAS

Para-choque dianteiro

Original: 967

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Paralelo: 270

Farol (cada um)

Original: 1 250

Paralelo: 650

Disco de freio (par)

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Original: 990

Paralelo: 270

Retrovisor (cada um)

Original: 937

Paralelo: 650

Pastilhas de freio (jogo)

Original: 370

Paralelo: 125

PENSE TAMBÉM NUM… Honda CR-V

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Se você prioriza o nível de equipamentos e não o desempenho, o Honda CR-V é o mais indicado. Igualmente confortável, espaçoso e robusto, ele também oferece a dirigibilidade típica de um sedã médio. As versões de topo (EX e EX-L) trazem itens importantes como os airbags laterais e de cortina, controle de estabilidade, teto solar e bancos revestidos de couro. Só lhe falta fôlego: apesar de competente, o motor 2.0 de 150 cv é apenas suficiente para empurrar os 1 595 kg do SUV da Honda.

ONDE O BICHO PEGA

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Direção Estalos no sistema são provocados por folgas na coluna. Para eliminá-los, só com a troca do eixo inferior dessa coluna. O serviço dura em média 90 minutos, ao custo médio de R$ 2 000.

Câmbio automático Fique atento ao prazo de troca do fluido: 96 000 km ou 72 meses, o que ocorrer primeiro. Quem trafega por trechos alagados deve tomar cuidado especial com o nível de óleo do diferencial traseiro, trocado a cada 64000 km ou 48 meses.

Diferencial traseiro Um ronco é causado pela contaminação dos rolamentos. Nesse caso, é preciso desmontar o diferencial e substituí-los, operação que custa em torno de R$ 2 300.

Freios Atenção com o desgaste das pastilhas do freio dianteiro. São muito exigidas devido ao peso do carro (1 525 kg) e ao câmbio automático, que faz pouco uso do freio motor. Trepidação do pedal indica discos empenados, em geral fora da espessura mínima.

Recall Em 2012 os veículos fabricados entre outubro de 2005 e agosto de 2010 foram convocados para substituição de peças da suspensão traseira. Envolve os chassis do código JTMBD31V** do número 5005722 ao 5262087 e do código JTMZD31V** do número 5164432 ao 5167398.

A VOZ DO DONO

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“O que eu mais gosto é o conforto: seu espaço interno é generoso e o acabamento é dos melhores, sem qualquer tipo de ruído. Também acho bem econômico comparado ao desempenho. O motor 2.4 16V faz

a diferença, além de ser robusto e confiável. Mas as peças de reposição não são baratas e o valor de tabela é mera referência: a depreciação é alta.”

Florenice Araújo, 41 anos, empresária, São Paulo (SP)

O QUE EU ADORO

“Robusto e confiável, não dá dor de cabeça. Ótima dirigibilidade e um desempenho para ninguém botar defeito, com baixo consumo. Sempre estável na melhores e piores estradas.”

Pedro José da Silva, 69 anos, contador, São Paulo (SP)

O QUE EU ODEIO

“Como as peças vêm do Japão, a manutenção é salgada: nem os itens de desgaste normal são encontrados a preços razoáveis. A depreciação é alta apesar da boa aceitação.”

Wagner Gilberto Carvalho, 32 anos, engenheiro mecânico, Curitiba (PR)

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