Mini Countryman
Modelo recebe as mudanças feitas no Mini hatch três meses atrás. Em junho de 2015, ele passa a ser produzido no Brasil
O Countryman nasceu para dar também às famílias a oportunidade de sentir o estilo descolado do Mini Cooper. Com quatro portas, grande acesso ao porta-malas e quatro lugares – o espaço central do banco traseiro até tem cinto e apoio de cabeça, mas é minúsculo -, ele se anuncia pronto para os desafios de uma casa toda, com pai, mãe e dois filhos, desde que todos, além de descolados, sejam também desapegados da bagagem na hora de viajar. Na nova geração, infelizmente isso não mudou: o espaço de carga continua com 350 litros, menor, portanto, do que o do Ford EcoSport, com 362 litros. Em contrapartida, o compartimento é versátil: o banco traseiro corre longitudinalmente (até 13 cm), como no Volkswagen Fox, e é tripartido (40/20/40), o que permite elevar o volume de bagagens para até 1 170 litros.
Mas, se as proporções são tão parecidas com as da geração anterior, onde estão as novidades? Por todos cantos, garanto. Só que, para perceber algumas delas, reconheço, é preciso ser fã da Mini. Se esse é o seu caso, logo identificará a nova grade frontal, hexagonal, que segue erguida quase que a 90 graus, mantendo a cara invocada dos Mini. A pintura cinza na porção central inferior dos para-choques, as saias laterais e as rodas de liga leve bicolor são outros exemplos de detalhes retocados. É, enfim, uma carroceria que não seduz os aficionados da Mini, mas tudo bem: o objetivo do Countryman é roubar clientes de outras marcas. E isso ele tem feito com sucesso, pois no ano passado, a cada três Mini vendidos globalmente, um era Countryman.
Na cabine, segue a profusão de teclas com layout aeronáutico e os já consagrados instrumentos redondos – o velocímetro com o mesmo diâmetro de um pequeno barril de cerveja, no console central, continua sendo o elemento de destaque.
Como dito, há espaço para quatro adultos. O quinto passageiro é mencionado no documento do carro, mas quem se habilitar a assumir o posto central do banco traseiro sairá amarrotado de qualquer viagem mais longa do que até a padaria da esquina. Os bancos dianteiros recuam o suficiente para acomodar pessoas altas e o ajuste do volante (em altura e profundidade) move junto o conta-giros.
Um novo assoalho externo plano e pneus de baixa resistência ao rolamento trouxeram, segundo a
Mini, redução de consumo em todas as versões do Countryman. No caso específico da unidade avaliada (Cooper S All4), os engenheiros providenciaram também um acréscimo de potência, que agora é de 190 cv – ante os 184 cv do modelo anterior). O tempo de aceleração de 0 a 100 km/h, de acordo com os dados da fábrica, melhorou de 7,6 para 6,8 segundos, enquanto a velocidade máxima aumentou apenas 1 km/h (de 215 para 216 km/h).
Com seus 1 390 kg, o Countryman é feito para uma condução discreta, tranquila, mesmo tendo em conta que sua direção é a mais comunicativa e o comportamento dinâmico geral o mais estável entre todos os SUVs compactos atuais.
Desde o lançamento do primeiro Countryman, em setembro de 2010, a Mini vendeu razoáveis 350 000 unidades. Com a atualização da linha, as vendas deverão manter o ritmo de vendas. Na Europa, a nova geração sofreu, com o perdão do trocadilho, miniaumentos: entre 50 e 250 euros.
Se você aguarda o início das vendas do Countryman fabricado no Brasil – previsto para junho de 2015 – para pagar menos do que o modelo importado, desista. Na inauguração da fábrica de Araquari (SC), em outubro, a BMW (dona da marca Mini) adiantou que os preços do Countryman brasileiro serão os mesmos dos carros atualmente importados. Logo, podemos concluir que o Countryman Cooper S All4 automático nacional sairá por volta de R$ 145 000, valor do modelo atual importado. Mas o SUV compacto terá uma versão mais em conta, de cerca de R$ 127 000, com tração 4×2 e acabamento menos requintado (Exclusive).
VEREDICTO
Ainda que tudo corra conforme o previsto, o Countryman brasileiro chegará caro e jogará um andar acima dos SUVs compactos que estão para estrear: Jeep Renegade, Honda HR-V e Peugeot 2008.