Fiat Tipo: de volta ao tamanho médio
Andamos no Fiat mais falado dos últimos tempos, que poder vir para o Brasil substituir Linea e Bravo
O Fiat Tipo marcou época e deixou saudade no mercado brasileiro. No início dos anos de 1990, quando o Brasil se abriu para os importados, esse modelo (hatch) fez a alegria de muita gente, sendo um estrangeiro com estilo, preço acessível e qualidade superior à maioria dos nacionais.
Agora, a Fiat está relançando o Tipo, na Europa. Na verdade, uma família inteira, formada por hatch de 3 e 5 portas, sedã e perua, que será produzida da fábrica da Fiat na Turquia. Segundo a empresa, o Brasil está fora dos planos, apesar de admitir que vai exportar a família para mais de 40 países.
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A filial brasileira fala que o Tipo não vem, porém, mais fácil que importar seria fabricá-lo por aqui, já que ele usa a base do Jeep Renegade feito em Goiana (PE). Unidades do sedã e do hatch já foram flagradas rodando nas imediações de Betim. Ambos seriam os substitutos ideias para o Linea e o Bravo, modelos já defasados que vendem cada vez menos.
Outras fontes sugerem que os projetos X6H (hatch) e X6S (sedã) serão baseados no Tipo europeu, mas utilizando a plataforma alongada do atual Palio. Nesse caso, eles seriam fabricados na nova fábrica do grupo FCA na Argentina, na região de Córdoba, para a qual já foram alocados investimentos de US$ 500 milhões.
Ao contrário do antecessor, o novo Tipo encontraria um mercado bem diferente daquele dos anos de 1990. De lá para cá, os carros nacionais evoluíram muito e o número de opções para o consumidor aumentou bastante. Agora, para se destacar na paisagem, um lançamento precisa de mais atributos de qualidade ou de preço. E a Fiat projetou o novo Tipo com o conceito do custo-benefício, que preconiza carros básicos, econômicos e generosos apenas no espaço interno.
Na Europa, a linha Tipo chega com a declarada intenção de competir com carros como o Citroën C-Elysee e o Peugeot 301, os irmãos menores de C4 e 408, respectivamente. No Brasil, o Tipo poderia substituir o Grand Siena ou até mesmo o Linea, dependendo de motorização, acabamento, equipamentos e faixa de preço definidos pela fábrica.
Visualmente, toda a família compartilha a dianteira e as laterais da carroceria até a coluna central, pelo menos. O capô tem quatro vincos apontando para a grade central, que é invadida nos cantos pelos faróis. Olhando de lado e de traseira, o Tipo é um sedã clássico. A maior ousadia está no design recortado das lanternas.
Por dentro, simplicidade é a palavra de ordem, onde a solidez da montagem causa melhor impressão do que a qualidade dos materiais, alguns como a parte superior do painel e das laterais das portas, de aspecto rudimentar. É curioso notar componentes comuns ao Renegade, como volante e botões do ar-condicionado. Os bancos de tecido são macios e sustentam bem o corpo.
No que diz respeito aos equipamentos, o Tipo traz o essencial tanto no capítulo do conforto quanto da segurança. Entre os equipamentos de série, ele tem duplo airbag, ABS, trio elétrico e ar-condicionado. A central multimídia também está disponível, mas em uma versão simples, com tela pequena (5 polegadas), Bluetooh e GPS.
Penteado desfeito
O ponto forte da cabine é o espaço. Motorista e passageiro da frente conseguem se acomodar sem aperto e na segunda fila de bancos cabem três adultos com conforto (apenas passageiros com mais de 1,80 metro de altura poderão estragar o penteado). O porta-malas é capaz de levar a bagagem de toda a turma, com capacidade de 520 litros, na versão sedã, 400 litros na hatch e 500 litros na perua, sem rebater os bancos.
No dia a dia, o Tipo satisfaz. Sua direção (elétrica) é um pouco dura, mas cumpre seu papel nas manobras. E a suspensão demonstra competência na absorção das irregularidades do piso e também na manutenção do equilíbrio da carroceria em curvas, frenagens e arrancadas.
A versão avaliada era de entrada, equipada com motor 1.4 16V Fire, de 95 cv, que se mostrou lento na hora de arrancar, na cidade, e de ultrapassar, na rodovia. Não medimos o consumo, porém, segundo a fábrica, o sedã é capaz de fazer 13 km/l, no ciclo urbano, e 22 km/l, no rodoviário. Há também as opções 1.6 E-Torq (112 cv e 15,5 mkgf), além do turbinado 1.4 T-Jet (122 cv e 21,9 mkgf).
VEREDICTO
O novo Tipo tem qualidades para fazer sucesso no Brasil, como bom espaço interno, equipamentos básicos e preço interessante.
Motor | gasolina, diant., transv., 4 cilindros, 16V |
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Cilindrada | 1.368 cm³ |
Diâmetro x curso | 72 mm x 84 mm |
Potência | 95 cv a 6.000 rpm |
Torque | 12,9 mkgf a 4.500 rpm |
Câmbio | manual, seis marchas, tração dianteira |
Dimensões | 453,2 cm (comprimento); 149,7 cm (altura); 179,2 cm (largura); 263,7 cm (entre-eixos) |
Peso | 1.150 kg |
Porta-malas/caçamba | 520 litros |
Tanque | 45 litros |
Suspensão dianteira | McPherson |
Suspensão traseira | eixo de torção |
Freios | disco (diant.); tambor (tras.) |
Direção | elétrica, diâmetro de giro = 10,9 metros |
Pneus | 235/40 R18 |