Audi A6 2.0 TFSI
Um sedã executivo de 4,93 metros equipado com um motor de apenas 2 litros? E não é que ele ficou bom nessa nova versão do Audi A6
Brasileiro adora falar de cilindrada. Quer ficar bonito na fita é só dizer que comprou um carro 2.0. Sempre foi assim. Mas o mundo está mudando. Quando o atual Golf chegou, muitos torceram o nariz ao saber que ele era 1.4. Meses depois, com o excesso de elogios pelo seu comportamento exemplar, o assunto morreu. Afinal, como reclamar de um motor que oferece bom desempenho com excelente consumo?
O segredinho estava na dupla turbo e injeção direta, que consegue extrair o melhor de dois mundos. A tecnologia permite reduzir a capacidade cúbica e ainda ganhar eficiência. Foi o que aconteceu com o Audi A6, que ganhou em junho a versão 2.0 TFSI.
O modelo é um sedã de tamanho avantajado, está em uma categoria acima do A4, que por sua vez é superior ao A3 Sedan. Ainda assim, ele recebeu uma cilindrada considerada modesta para esse segmento. Com o mesmo porte (4,91 metros), um Hyundai Azera custa 40% menos e traz um robusto V6 3.0 de 250 cv. Faz sentido, então, o 2.0? Sim e muito.
Ao comparar os dois motores (ou carros), esqueça por alguns minutos a ficha técnica e vamos ao que interessa: como se portam no asfalto. No nosso teste de pista, o Azera completou o 0 a 100 km/h em 9,9 segundos e a retomada de 60 a 100 km/h em 5 segundos. O A6 fez respectivamente 7 e 3,4 segundos. Como isso é possível se o alemão tem quase a mesma potência (252 cv) e ainda pesa mais (1 595 x 1 581 kg)? A resposta é o torque: enquanto o Hyundai entrega 28,8 mkgf a 5 000 rpm, o Audi atinge 37,7 mkgf entre 1 600 e 4 700 rpm.
Aliás, esse é o truque para ele andar mais e beber menos. Com mais torque, o motorista precisa pisar menos para tirar o carro da imobilidade, o que explica o consumo impressionantemente menor na cidade: 9,4 km/l do A6 frente a 7,9 km/l do Azera. Na estrada eles praticamente empatam: respectivamente 12,5 e 12,8 km/l. Também ajuda nesse serviço o moderno câmbio S-tronic de sete marchas e dupla embreagem.
Só não pense em comparar os preços: o A6 custa R$ 260 190. Mas lembremos que ele é um sedã de
alto luxo, com acabamento refinado e equipadíssimo: ar bizona, teto solar, faróis de xenônio, ajuste elétrico de volante e bancos, cinco modos de pilotagem para direção, motor e câmbio, GPS e rodas aro 18. Há ainda a versão V6 3.0 de 333 cv com tração integral, que sobe para R$ 335 190.
Mas é o 2.0 TFSI que deve roubar atenção do público. “No mix do A6, ele deve repesentar 70% das vendas”, diz Gerold Pillekamp, gerente de produto da Audi. Tem lógica, já que as rivais aderiram ao 2.0 antes, com o BMW 528i (245 cv) e Mercedes E 250 (211 cv). O mundo está mudando mesmo. Ainda bem!
VEREDICTO
O novo motor fez bem ao A6: anda como um V6, bebe como um 1.8 e ainda é R$ 75 000 mais barato que sua versão 3.0.
★★★★☆
Motor | diant., 4 cil |
---|---|
Cilindrada | 1 984 cm3, turbo, inj. direta e indireta |
Potência | 252 cv a 4 900-5 900 rpm |
Torque | 37,7 mkgf a 1 600- 4 700 rpm |
Câmbio | automatizado de dupla embreagem, 7 marchas, tração dianteira |
Dimensões | comprimento, 493,3 cm; altura, 145,5 cm; largura, 187,4 cm; entre-eixos, 291,2 cm |
Peso | 1 595 litros |
Suspensão dianteira | McPherson |
Suspensão traseira | multilink |
Freios | disco ventil. (diant./tras.) |
Pneus | liga leve, 245/45 R18 |
Equipamentos | ar bizona, bancos elétricos, airbags laterais dianteiros e de cabeça, GPS, teto solar, rodas aro 18, xenônio, sensor de estacionamento dianteiro e traseiro |
Consumo urbano | 9,4 km/l |
Consumo rodoviário | 12,5 km/l |
0 a 100 km/h | 7,0 |
0 a 1000 m | 27,0 s – 201,3 km/h |
Retomada 40 a 80 em 3ª (ou D) | 2,8 s |
Retomada 60 a 100 em 4ª (ou D) | 3,4 s |
Retomada 80 a 120 em 5ª (ou D) | 4,2 s |
Velocidade máxima | 250 km/h |
Frenagem | 13,8/23,0/53,0 m |