As joias do mercado de seminovos: hatches
Antes de começar o garimpo de seminovos, conheça algumas pedras preciosas que você não deveria deixar escapar
Os números de vendas de automóveis seminovos não refletem a mesma crise que o mercado de novos enfrenta. Os negócios com usados cresceram 6% em 2015 e o período entre dezembro e o começo de 2016 é promissor. Se você quer aproveitar sua restituição de Imposto de Renda, 13º salário e bônus para trocar de carro, a hora é agora. E há boas oportunidades – várias com pouca procura – que podem fazer valer cada centavo de seu dinheiro. Com auxílio da Segurar.com e Cif Consultoria, vasculhamos os classificados atrás de ofertas.
Para começar, vamos dissecar os segmentos de hatches compactos, hatches compactos premium e hatches médios. Nas próximas matérias, abordaremos as subsidivisões de sedãs, SUVs, minivans e picapes.
Toyota Etios X 1.3 2014
O trunfo do Etios é ser um Toyota. A rede trata os donos do compacto com a mesma atenção que dá aos proprietários de modelos mais caros. Em outras palavras, é quase uma garantia de não ter problemas no pós-venda – e isso vale também para os veículos usados.
QUATRO RODAS viveu essa experiência por 18 meses, período em que o hatch conviveu conosco no teste de Longa Duração. O nipo-brasileiro rodou 60 000 km sem nos dar dores de cabeça, e ao custo de R$ 2 167 em revisões e peças extras. Após quase dois anos de uso e hodômetro bem rodado, nosso Etios estava íntegro e confiável como um carro zero-quilômetro.
Beleza é a principal ressalva do Etios. Ou melhor, a falta dela. A confiabilidade mecânica vem acompanhada de um visual simplório. Por dentro, tudo é básico: faltam equipamentos de comodidade e de segurança. Não há travas automáticas, nem chave canivete com controle remoto. Se você esquecer o farol aceso ao estacionar, o Etios não te dá aviso nenhum – algo que até o finado Celta oferecia. Faltam ajustes entre o banco do motorista e a coluna de direção. Falta até tinta: as áreas que os olhos não veem e a parte interna do capô não recebem pintura. Por fim, seu painel de instrumentos é incômodo, no centro do painel, e difícil de ler.
Mas o Etios não dá problema. É gostoso de dirigir, econômico e ágil – mesmo com o motor 1.3 de 90/84 cv (etanol/gasolina). Por isso, não é necessário dar preferência ao Etios 1.5. O propulsor menor dá conta do recado até na estrada. Também não é problema levar para casa um modelo 2013 – o Etios chegou ao Brasil em 2012.
Preço: | FIPE: R$ 31.053 |
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FICHA TÉCNICA | |
Motor: | 1.3 16V, 90/84 cv; câmbio manual, 5 marchas |
Consumo (km/l): | urb, 9,3; rod, 12,2 (etanol) |
Dimensões: | comp., 378 cm; larg., 170 cm; altura, 151 cm; peso, 915 kg |
REVISÕES | |
30.000 km | R$ 393 |
40.000 km | R$ 549 |
50.000 km | R$ 311 |
60.000 km | R$ 484 |
PEÇAS | |
Pastilhas dianteiras: | R$ 177 |
Discos dianteiros: | R$ 138 |
Amortecedores dianteiros: | R$ 444 |
Pneu: | R$ 267 |
DESVALORIZAÇÃO | -1,2% (2014-2015) |
SEGURO | R$ 1.586 |
HATCH COMPACTO PREMIUM
Renault Sandero Stepway 2014
A versão pseudoaventureira do Sandero chegou ao mercado em 2009, um ano após o lançamento do modelo. Além da maior altura (a suspensão foi elevada em 4 cm), o Stepway trouxe mais capricho ao visual do hatch. Tinha para-choques pronunciados, um aplique nos para-lamas, faróis com máscara negra e rack de teto. Por dentro, porém, a Renault não teve como esconder a simplicidade. Havia revestimento exclusivo nos bancos, painel de instrumentos com uma moldura colorida e peças feitas de plástico fosco prateado.
A linha 2014, fabricada a partir de 2013, ainda está na garantia – a cobertura é de três anos. E representa o último ano em que essa geração foi produzida. O Stepway foi totalmente reestilizado em 2015. Não chega a ser uma pechincha, mas, por R$ 38 810, é uma boa oportunidade de andar em um modelo completo e vistoso.
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O Stepway vem de série com direção hidráulica, faróis auxiliares e computador de bordo. Ar-condicionado, travas e vidros elétricos eram opcionais. Entre os seminovos, unidades sem esses equipamentos são micos. Fuja deles.
Um Sandero Stepway 2013 também é bom negócio. Seu preço de referência (Fipe) é de R$ 34 895. Mas tanto o 2014 quanto o 2013 podem ser encontrados por até R$ 5 000 a menos.
As primeiras revisões têm valor compatível com a categoria, mas a manutenção dos 60 000 km pesa no bolso. Faça a escolha por modelos poucos rodados ou pelos que já tenham feito a visita obrigatória dessa quilometragem. Precisa de espaço para bagagem? Cuidado! O volume do porta-malas comporta apenas 320 litros.
Preço: | FIPE: R$ 38.810 |
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FICHA TÉCNICA | |
Motor: | 1.6 8V, 112/107 cv; câmbio manual; 5 marchas |
Consumo (km/l: | urb, 6,7; rod, 8,9 (etanol) |
Dimensões: | comp. 409; larg. 175; altura 164; peso 1 117 kg |
REVISÕES | |
30.000 km | R$ 459 |
40.000 km | R$ 710 |
50.000 km | R$ 459 |
60.000 km | R$ 1.755 |
PEÇAS | |
Pastilhas dianteiras: | R$ 165 |
Discos dianteiros: | R$ 228 |
Amortecedores dianteiros: | R$ 502 |
Pneu | R$ 389 |
DESVALORIZAÇÃO | -1,2% (2014-2015) |
SEGURO | R$ 2.303 |
HATCH MÉDIO
Ford Focus SE 1.6 2013
Sem dúvida, o Golf é o protagonista dos sonhos de quem quer um hatch médio. Mas os que sonham acordados não fecham os olhos para o Focus, um dos melhores automóveis em sua categoria. O Ford sofre com desvalorização abaixo da média nos dois primeiros anos de uso, e isso se converte em oportunidades no mercado de usados. A perda de valor nos últimos 12 meses desse Focus foi de 2,9% contra 4,1% de um Cruze LTZ 2013 – mais uma boa alternativa ao Golf. Outra vantagem do Ford é o seguro. Custa metade do valor do Golf: R$ 2 897.
Entre os usados, o Focus é precioso. Dê preferência para as versões mais equipadas (SE e SE Plus). Ao optar pelo hatch argentino, você leva para casa um carro com dotes esportivos – ele tem comportamento dinâmico irrepreensível, dirigibilidade exemplar e potência compatível com o porte do carro. Seu motor 1.6 desenvolve 135 cv e tem duas opções de câmbio: manual de 5 velocidades e automatizado de dupla embreagem (PowerShift).
A suspensão também merece crédito: independente nas quatro rodas, do tipo multilink na traseira – não é raro encontrar eixo de torção atrás entre os rivais. Além disso, tem controle de tração e estabilidade, monitor de pressão dos pneus, sistema multimídia com comando de voz e volante multifuncional e rodas de 16 polegadas. Nada mal para um seminovo, não?
E se você estiver disposto a investir um pouco a mais, pode ir para casa com um motor 2.0. Quando foi lançado, em 2013, o SE 1.6 manual custava R$ 63.990. E o PowerShift, R$ 69.990. Hoje, o primeiro tem preço médio de R$ 53.746. Uma bela economia.
Preço: | FIPE: R$ 53 746 |
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FICHA TÉCNICA | |
Motor: | 1.6 16V, 135/131 cv; câmbio manual; 5 marchas |
Consumo (km/l): | urb, 8,6; rod, 11,1 (etanol) |
Dimensões (cm): | comp. 435,8; larg. 182,3; altura 148,4; peso 1 310 kg |
REVISÕES | |
30.000 km: | R$ 564 |
40.000 km: | R$ 1.240 |
50.000 km: | R$ 536 |
60.000 km: | R$ 724 |
PEÇAS | |
Pastilhas dianteiras: | R$ 330 |
Discos dianteiros: | R$ 492 |
Amortecedores dianteiros: | R$ 690 |
Pneu: | R$ 299 |
DESVALORIZAÇÃO | – 2,9% (2014-2015) |
SEGURO | R$ 2.897 |