A decadência das cores no mercado
Com a crise, o mercado foge dos carros coloridos e volta à era do preto e prata
Além do impacto nas vendas de automóveis, a crise econômica do Brasil tem causado ainda outro efeito: as ruas estão voltando a ser monocromáticas.
O período de instabilidade como o que o país enfrenta faz com que os consumidores prefiram apostar nos óbvios preto, prata e agora branco, que são os tons mais valorizados na revenda, abandonando cores mais chamativas.
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Um dos principais sinais dos tempos difíceis está nas paletas das fabricantes. Em 2015, por exemplo, Fiat, Toyota e Volks começaram a excluir o amarelo da sua linha.
Não é por menos, já que a tonalidade é uma das que mais desvalorizam um automóvel no mercado de usados. Um VW Up! amarelo, por exemplo, chega a custar até R$ 3.000 a menos do que um preto, com as mesmas características de versão, equipamentos, ano e quilometragem.
No caso da Chevrolet, o Onix, que antes oferecia um vermelho vibrante, laranja e azul, agora só dispõe de um tom escuro de vermelho – com exceção da recém-lançada versão Activ, oferecida na tonalidade “Laranja Burning”.
Além da ausência nos show-rooms, os modelos vermelhos também estão em falta nos pátios das concessionárias. “Em grande parte dos casos em que o cliente opta pela cor vermelha, quando disponível, temos que procurar o veículo no estoque de outras cidades”, relatou uma consultora de vendas Peugeot em São Paulo.
Segundo um estudo da PPG, que produz tintas automotivas, branco, preto, prata e cinza são os preferidos do consumidor sul-americano, com 87% da frota. O vermelho fica com 9%, enquanto o azul, grande tendência deste ano (foi a cor de destaque nos lançamentos de Fiat Mobi e da família Gol renovada), tem só 2,5%.