Grandes Brasileiros: Kadett GSi, o esportivo que fez o Gol GTI tremer
Em ganhou injeção eletrônica semelhante ao do seu concorrente Gol, e um pacote de equipamentos de dar inveja até hoje
Publicado originalmente na edição de outubro de 1991.
Finalmente o Chevrolet Kadett GS ganha injeção eletrônica e passa a se chamar GSi. De saída, arrebata o título de “o mais veloz” entre os nacionais. com 178,3 km/h na pista de testes, e conquista seu lugar em nosso Ranking.
Mas ele poderia ser ainda mais rápido se não fosse pela baixa taxa de compressão de 9,2:1, escolhida para seu motor.
A própria GM concorda que a taxa de compressão poderia ser maior, como no concorrente Gol GTI, que usa praticamente o mesmo sistema de injeção Bosch com EZK.
Mas há uma explicação dos engenheiro para isso: má qualidade e as diferenças de gasolina do país. Mesmo assim, o Kadett GSI testado levou apenas 10,71 segundos para ir de 0 a 100 km/h.
O primeiro grande diferencial do Kadett GSi é ele já estar de acordo com as novas exigências antipoluição do Proconve para 1992, com sua emissão de poluentes controlada pelo sistema de injeção eletrônica, dispensando o uso do catalisador.
Por enquanto, fica difícil fazer comparações imediatas com outros carros nacionais testados por QUATRO RODAS. Por fora, o GSi inova com as faixas laterais vermelhas, além da inscrição GSI nas portas e na traseira.
Ele também ganhou um teto solar acionado por manivela, semelhante ao do Escort XR3, tapetes personalizados e amortecedores pressurizados.
O conforto por dentro do carro, para motorista e passageiros, não foi esquecido, com o ar condicionado frio e quente e equipamentos, antes opcionais, tornados de série: trava eletrônica das portas e do porta-malas e controle elétrico para os retrovisores externos.
O novo painel eletrônico e o sistema de injeção são os mesmos dos modelos Classic. A velocidade é indicada por enormes dígitos na cor amarela – mas tão imprecisos quanto os demais velocímetros convencionais.
Os ponteiros do conta-giros foram substituídos por uma escala de barras, também adotada para os marcadores de pressão de óleo, voltagem da bateria, da temperatura da água e nível de combustível.
Vale lembrar que o painel é constantemente iluminado, e o motorista pode, eventualmente, se esquecer de acender os faróis ao anoitecer.
Para reforçar seu estilo esportivo, o Kadett GSi recebeu novas rodas de liga leve e a coluna de direção regulável, agora de série. Ela facilita o encontro da posição mais confortável para dirigir.
Nessa tarefa, outra ajuda importante é a dos assentos dos bancos, que, com o acionamento por manivela do dispositivo pantográfico, podem subir ou descer.
Assim, motoristas muito altos ou mais baixos conseguirão achar o ponto ideal, sem ter de sacrificar a segurança e a comodidade ao volante.
A rigor, só duas coisas impedem o conforto total nesse GSi: a alavanca de câmbio, muito próxima do console, e os controles elétricos dos vidros e retrovisores, posicionados próximos demais do freio de mão.
O rádio do Kadett GSi é um Shedar, semelhante ao dos sofisticados modelos adotados pelo Monza. Ele é dotado de indicador gráfico digital de graves, agudos e distribuição do som.
Provavelmente, um dos mais caros encontrados no mercado brasileiro. Mas esse prazer extra já está incluído no preço do carro: Cr$ 12 milhões (estimativa em setembro, quando o preço para o consumidor ainda não havia sido divulgado pela montadora).
Com o Kadett GSi, a GM demonstrou sua intenção de vender o veículo com todos os opcionais incluídos, exceto a regulagem pneumática da suspensão traseira.
Com todo esse superaparato, o Kadett GSi é caro: custa apenas 16% menos do que outros maiores e mais confortáveis, como o Monza MPFI ou o Santana GLSi, e quase 40% mais do que um Gol GTI, seu concorrente direto. De qualquer forma, é muito agradável dirigir esse nacional que melhor consegue estabilidade sem ser duro.
Apesar de esportivo – com os 121cv de potência e os 17,6 mkgf de toque –, o Kadett GSi não é um carro gastador. Fez exatos 13,84 km com um litro de gasolina a 100 km/h na estrada e 9.33 km por litro na cidade.
E é uma fera. Para enfrentá-lo, entre os produzidos hoje no Brasil, só mesmo um XR3 com motor 2.0, ou então outro modelo com injeção eletrônica.