Entenda como são feitos os testes de desempenho em pista da QUATRO RODAS
Nesses 60 anos, muita coisa evoluiu nos testes. O que não mudou foi o espírito investigativo, realizando medições com critério, método e rigor
Nesses 60 anos, muita coisa evoluiu nos testes. O que não mudou foi o espírito investigativo, realizando medições com critério, método e rigor
QUATRO RODAS testou mais de 4.000 carros ao longo da vida. A conta chega a 4.178, incluindo os realizados para a edição de aniversário. O primeiro teste foi em agosto de 1961, ou seja, um ano após o lançamento da revista.
O modelo foi a perua DKW-Vemag, produzida pela Vemag (Veículos e Máquinas Agrícolas S/A), no bairro do Ipiranga, em São Paulo. Na ocasião, a empreitada mobilizou oito profissionais, que, durante 15 dias, percorreram 4.000 quilômetros em estradas e ruas da cidade do Rio de Janeiro, além dos testes dinâmicos, feitos em um trecho interditado da Via Dutra, “com a valiosa ajuda da Polícia Rodoviária”.
Usando instrumentos como trenas, cronômetros, termômetros e barômetros, os especialistas produziram um relatório de 200 páginas, dissecando meticulosamente o veículo e iniciando ali uma prática que se tornou marca registrada da revista.
Sessenta anos depois, já não precisamos de tantas coisas para fazer um teste completo. Muito tempo antes, aliás, todo o aparato do primeiro ensaio deixou de ser necessário.
Os equipamentos evoluíram, surgiram os campos de provas e nossa metodologia se consolidou. Atualmente, os testes são realizados em pista fechada e com instrumentos de última geração.
O que não mudou foi o espírito investigativo que os primeiros avaliadores tinham, realizando as medições com todo o cuidado, atenção e rigor.
QUATRO RODAS é a única revista do Brasil que tem seu próprio ciclo para a apuração do consumo, que simula as condições de uso nos regimes urbano e rodoviário, dentro da pista de testes. Um ciclo é o roteiro que o piloto deve cumprir durante o ensaio para garantir que o veículo seja submetido às diferentes condições de uso previstas, sem exceder ou ficar aquém dos parâmetros que foram estabelecidos para o ensaio.
Esse processo garante precisão, permitindo que um determinado veículo obtenha sempre os mesmos resultados independentemente da pessoa que realiza o teste, tornando possível a comparação desses números com os conseguidos por outros modelos que também sejam submetidos à mesma prova.
Além do consumo, nosso teste contempla números de aceleração (0 a 100 km/h e 0 a 1.000 m); retomadas de velocidade (40 a 80 km/h, em D ou 3a marcha; 60 a 100 km/h, em D ou 4a marcha; e 80 a 120 km/h em D ou 5a marcha); frenagem (60 a 0 km/h, 80 a 0 km/h, 120 a 0 km/h); nível de ruído interno (ponto morto, rotação máxima, 80 km/h e 120 km/h); e aferição (velocímetro e rotação do motor).
Todos os ensaios são realizados em sequência determinada (do mais leve ao mais severo). Todos os carros iniciam as provas com os pneus calibrados e o tanque cheio.
E todo o procedimento é feito sempre com o mesmo critério. Por que não fazer, por exemplo, medições com o sistema de ar-condicionado ligado, reproduzindo assim uma condição real de uso?
Pela impossibilidade de padronizar o ensaio, uma vez que o funcionamento do ar-condicionado – equipamento que “rouba” potência do motor – pode variar de acordo com a temperatura externa, que muda constantemente. Ao adotar um padrão igual para todos os carros, conseguimos reduzir ao máximo o número de variáveis e assim obter números confiáveis.
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