O Chevrolet Cobalt foi a resposta da GM para o nicho de sedãs baratos e espaçosos, como Renault Logan e Nissan Versa. Simples e funcionais, eles foram, por muito tempo, objeto de desejo de quem queria um carro para a família e não ligava para um belo design ou acabamento esmerado. Isso pode ser uma qualidade ainda hoje, no mercado de carros usados.
O exemplo de casa salta aos olhos: o Cobalt oferece mais espaço a ocupantes e bagagem que o qualquer outro sedã vendido pela Chevrolet no Brasil nas últimas décadas, ainda que não seja refinado. Seu interior é repleto de plástico, que, verdade seja dita, é de boa qualidade e com encaixes bem-feitos.
Rodando, nota-se que a suspensão é bem acertada e oferece um ótimo compromisso entre conforto e estabilidade. O capricho na execução do projeto aparece no competente isolamento acústico e no câmbio manual, acionado por cabos, que proporcionam engates suaves e precisos.
Quando se trata da primeira fase do sedã, vendida entre 2011 e 2015, a versão mais procurada é a LTZ: tem espelhos e vidros traseiros elétricos, computador de bordo, rodas de liga, faróis de neblina e USB com Bluetooth. Se a grana estiver curta, prefira a intermediária LT: é a partir dela que ABS e airbag duplo estão presentes como itens de série.
Ambas são impulsionadas pelo Econo.Flex 1.4 de 102/97 cv: seu rendimento é só mediano. Quem anda carregado pode levar o Econo.Flex 1.8: ele é um pouco mais potente (108/106 cv), mas seu torque de 17,1 kgfm é bem superior aos 13 kgfm do 1.4.
Há a opção do câmbio automático de seis marchas: bem escalonado, é o mesmo do Cruze e ajuda a reduzir o consumo e o nível de ruído. Atenção ao Cobalt LS: era a versão favorita das locadoras por oferecer um mínimo de conforto (ar e direção), mas sem ABS e airbag até 2014. É identificada pela ausência dos vidros dianteiros elétricos e maçanetas e espelhos sem pintura.
A reestilização de meia-vida do Cobalt aconteceu em dezembro de 2015, para o modelo 2016. Ganhou dianteira inspirada no Malibu da época, com os faróis de dupla parábola e o capô com vincos em V. Na traseira, as lanternas envolventes passaram a invadir a tampa do porta-malas. Por dentro, as laterais das portas foram redesenhadas e ficaram mais bonitas e funcionais, mas as maiores mudanças estão nos equipamentos.
Na linha 2016, ele perdeu a mais simples LS e ganhou uma mais sofisticada Elite. Desde a versão de entrada LT passou a ter ar-condicionado, trio elétrico, chave canivete com controle remoto e bancos e volante com regulagem de altura.
Só nos Chevrolet Cobalt LTZ e Elite estão presentes sensor de estacionamento, piloto automático, computador de bordo, central multimídia MyLink (de segunda geração) e sistema de assistência remota OnStar (com serviços de emergência, segurança, navegação e concierge).
Mudanças mecânicas surgiram apenas em agosto de 2016, com o lançamento da linha 2017. Foi quando a direção hidráulica foi trocada pela elétrica e o câmbio manual passou a ter seis marchas tanto com o motor 1.4 quanto com o 1.8, que passou a gerar 111 cv com etanol e 106 cv com gasolina.
Vale frisar que a partir da linha 2017 o Chevrolet Cobalt 1.4 passou a ser vendido apenas para frotistas e mesmo assim respondeu por um terço das vendas do sedã até sair de linha, no final de 2019. Apesar de ser muito maior, o Cobalt saiu de cena para dar espaço para o Chevrolet Onix Plus, mais moderno.
A manutenção do Chevrolet Cobalt é facilitada por uma rede de quase 600 autorizadas, mas alguns reparos (como o do câmbio automático) são caros. A maioria das peças é encontrada a pronta entrega e as concessionárias sempre aceitam conceder um desconto se você pechinchar.
Defeitos mais comuns do Chevrolet Cobalt
- Câmbio: a transmissão automática de seis marchas é robusta e confiável, mas pode apresentar problemas, como a demora para engate das marchas após a seleção na alavanca, especialmente o da ré. O conserto pede uma mão de obra especializada e quase sempre fica acima dos R$ 5 000.
- Arrefecimento: nos motores 1.4, preste atenção na conservação da mangueira superior do radiador, no lado esquerdo do coletor de escapamento. Se houver estufamento ou rachaduras, o componente deve ser substituído, conserto que custa em torno de R$ 100.
- Embreagem: De acionamento hidráulico, pode deixar o pedal mais duro, por desgaste precoce do atuador, que custa R$ 190. As concessionárias costumam substituir o conjunto em garantia.
- Recall 1: O suporte do pedal de freio dos carros fabricadas de maio de 2013 a junho de 2013 foi afetado por falha na solda de fixação. O chamado envolve os chassis de DB323045 a DB335478 e de EB104832 a EB111963.
- Recall 2: Unidades produzidas de junho de 2014 a julho de 2014 apresentaram parafusos fora de especificação na fixação de motor e câmbio. Os veículos têm chassi de FB105045 a FB121919.
- Recall 3: Uma falha de vedação da porca que fixa a bomba de combustível atingiu os sedãs montados entre fevereiro de 2011 e outubro de 2013. Os números de chassi vão de DB323045 a DB335478 e de EB104832 a EB111963.
O que dizem os donos do Chevrolet Cobalt?
- Nome: Elisandra Soares
- Idade: 38 anos
- Profissão: funcionária pública
- Cidade: São Paulo (SP)
O que eu adoro: “ele é gostoso de dirigir, não dá dor de cabeça na manutenção, tem um acabamento interno caprichado e é bem equipado. É um carro feito para curtir a estrada em família: cabem todos e mais um pouco”
O que eu odeio: “o consumo de combustível é elevado. Poderia ser mais econômico se tivesse um motor mais atual. E também poderia ser mais bonito: quem disse que carro bom tem que ser feio?”
Modelo | 2012 | 2013 | 2014 | 2015 | 2016 | 2017 | 2018 | 2019 |
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LS 1.4 | R$ 33.035 | R$ 36.322 | R$ 39.992 |
R$ 40.983
|
–
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– | – | – |
LT 1.4 | R$ 37.608 | R$ 36.322 | R$ 43.488 |
R$ 44.273
|
R$ 50.398
|
R$ 52.645
|
R$ 55.234
|
R$ 58.272
|
LTZ 1.4 | R$ 39.668 | R$ 40.542 | R$ 44.035 |
R$ 47.132
|
–
|
– | – | – |
LT 1.8 | – | R$ 39.985 |
R$ 42.982
|
R$ 46.605
|
–
|
– | – | – |
LTZ 1.8 | – | R$ 42.771 |
R$ 44.876
|
R$ 45.414
|
–
|
R$ 58.015
|
– | – |
LT 1.8 automático | – | R$ 42.452 | R$ 45.517 |
R$ 49.584
|
R$ 56.572
|
– | – | – |
LTZ 1.8 automático | – | R$ 44.249 | R$ 46.573 |
R$ 46.792
|
R$ 55.653
|
R$ 61.331
|
R$ 63.074
|
R$ 65.065
|
Elite 1.8 automático | – | – | – |
R$ 49.747
|
R$ 56.834
|
R$ 59.210
|
R$ 67.022
|
R$ 70.416
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Peças | Original | Paralelo |
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Para-choque (dianteiro) | R$ 744 | R$ 850 |
Farol (cada um) | R$ 760 | R$ 700 |
Retrovisor (cada um) | R$ 727 | R$ 660 |
Discos de freio (par) | R$ 580 | R$ 260 |
Pastilhas de freio (jogo) | R$ 180 | R$ 300 |
Kit de embreagem | R$ 592 | R$ 750 |
Amortecedores (os quatro) | R$ 1 342 | R$ 1 100 |
NÓS DISSEMOS
Novembro de 2011: “com entre-eixos de 2,62 metros (…) tem uma cabine muito espaçosa. Na dianteira e na traseira, os ocupantes viajam com conforto: os dados divulgados pela GM indicam que o Cobalt tem as medidas internas (para pernas, ombros e cabeça) muito próximas das do folgado e espaçoso Renault Logan”
PENSE TAMBÉM EM UM…
Toyota Etios Sedã
Mesmo menor, ele reserva espaço para três adultos no banco traseiro e um porta-malas de ótimos 562 litros. Pesando 150 kg a menos, seu motor 1.5 16V (92/97 cv) apresenta rendimento superior em desempenho e consumo, e a dirigibilidade é favorecida pela direção precisa e suspensão bem acertada.