Renault Kwid elétrico usado é mais barato que 1.0 novo; vale a pena?
Renault Kwid E-Tech já desvalorizou quase 53% e pode ser uma oportunidade para quem busca um carro elétrico barato

Sente-se: o Renault Kwid zero-km mais barato à venda no Brasil é da versão Zen e custa R$ 77.240 após novo aumento. Neste preço, não tem central multimídia, lanternas de leds ou pintura nas maçanetas e retrovisores, e tem motor três cilindros 1.0 flex de 71 cv com câmbio manual. Mas é possível comprar um Kwid elétrico usado com esse valor e ainda sobrará troco.
Chamado oficialmente de Kwid E-Tech, a versão elétrica do compacto chegou ao Brasil no final de 2022 e experimentou uma forte desvalorização desde então. Foi lançado por R$ 142.990 e chegou a custar R$ 149.990. Mas, após a chegada de carros elétricos da BYD, teve seu preço de tabela reduzido aos R$ 99.990 em março de 2024.
Preços do Renault Kwid 2025:
- Renault Kwid Zen – R$ 77.240
- Renault Kwid Intense – R$ 80.270
- Renault Kwid Intense Biton – R$ 83.170
- Renault Kwid Outsider – R$ 83.270
- Renault Kwid E-Tech Intense – R$ 99.990

No mercado de usados, porém, os primeiros carros desvalorizaram até 52,6%. É a tristeza de quem pagou o preço cheio de um lado e a alegria de quem se dispõe a comprar um elétrico do outro.
Os Renault Kwid E-Tech usados podem ser encontrados, hoje, por a partir de R$ 74.990 (com 78.000 km rodados). Todos os carros são anunciados com preço acima da Tabela Fipe, que é de R$ 71.044 (caiu cerca de R$ 2.000 no último mês). Os Kwid Intense a gasolina 2023 valem, hoje, R$ 55.687.
Preços do Renault Kwid E-Tech usados:
2023 | 2024 | |
Renault Kwid E-Tech Intense | R$ 71.044 | R$ 76.614 |
Vale a pena comprar um Kwid elétrico usado?
Se for para um uso urbano, o Renault Kwid E-Tech pode atender bem. Pelo fato de ser elétrico, é muito mais suave e dispensa troca de marchas. Seu motor elétrico dianteiro gera até 65 cv e 11,5 kgfm. É mais fraco, mas tem mais torque. Por isso a retomada de 0 a 50 km/h é rápida, cumprida em 4,1 s, mas o 0 a 100 km/h é feito em 14,6 s – contra 15,9 s das versões 1.0.

A velocidade máxima é de 130 km/h, mas a autonomia pode diminuir drasticamente caso o motorista queira andar rápido nas rodovias. Isso porque, com o modo Eco ativo, potência é limitada a 45 cv. Mesmo com o Eco desligado, a autonomia diminui quanto mais rápido for o condutor no dia a dia.
A bateria é bem pequena, com apenas 26,8 kWh, que resulta em uma autonomia de 185 km de acordo com o padrão de medição do Inmetro. Isso tem uma vantagem: recarregar em tomadas domésticas convencionais é relativamente rápido, levando são 8h57 dos 15% a 80%. Em wallboxes leva 2h54. Em carregadores rápidos leva menos de uma hora, pois a potência é limitada a 30 kW.

Recarregando em casa, o custo de 1 kW de energia equivale a cerca de R$ 1. Sendo assim, uma carga completa custa R$ 26,80, resultando em um custo de R$ 0,14/km. Nos carregadores rápidos mais caros (R$ 4/ kW), custaria R$ 107,20, resultando em R$ 0,57/km. Quem tiver energia solar terá energia praticamente gratuita, claro.
O Kwid 1.0 faz 14,8 km/l na cidade e 17,9 km/l na estrada, com gasolina. Consideremos o consumo urbano e a gasolina a R$ 6,35 (preço médio no Brasil de acordo com a ANP). O custo por quilômetro usado será de R$ 0,42. Rodar com o Kwid elétrico tende a ser mais barato.

De acordo com a Renault, o Kwid E-Tech é oito vezes mais econômico. Contudo, se manutenção já chegou a ser de 50% mais barata que no modelo a combustão, hoje a diferença é de 28% até os 100.000 km: toda a manutenção da versão flex custa R$ 7.961, enquanto a da versão elétrica, que também tem revisões a cada 10.000 km, custa R$ 5.713.
Em compensação, o seguro do Kwid E-Tech custa o dobro: R$ 4.323 contra R$ 2.141 em contação feita no perfil Quatro Rodas, para um morador da Zona Sul de São Paulo com 35 anos e casado.
A manutenção normal pode ser feita em qualquer concessionária Renault no Brasil. Há compartilhamento de diversas peças entre as versões 1.0 e elétrica.
Na estética, só mudando em questão de adesivos e na grade falsa que esconde o carregador em lugar do bocal de carregamento. Os para-choques e a tampa do porta-malas são levemente diferentes, também. E, por dentro, a grande alteração está no console central, com seletor de marcha em lugar do câmbio – até a chave canivete o Kwid mantém.
É idêntico também no acabamento simplório e a largura, que limita a acomodação das pernas de um motorista com mais de 1,80 m. Contudo, a versão elétrica só pode transportar até quatro passageiros
Teste Quatro Rodas – Renault Kwid E-Tech
Aceleração | |
0 a 100 km/h | 14,4 s |
0 a 1.000 m | 37 – 124,5 km/h |
Velocidade máxima | 130 km/h |
Retomadas | |
D 40 a 80 km/h | 6,1 s |
D 60 a 100 km/h | 9,6 s |
D 80 a 120 km/h | 14,9 s |
Frenagens | |
60/80/120 km/h a 0 | 15,1/27,4/63,7 m |
Consumo | |
Urbano | 9,5 km/kWh |
Rodoviário | 8,4 km/kWh |
Ruído interno | |
Neutro/RPM máx. | n/d / – dBA |
80/120 km/h | 68/73,1 dBA |
Aferição | |
Velocidade real a 100 km/h | 97 km/h |
Rotação do motor a 100 km/H | n/d |
Volante | 3 voltas |
Ficha Técnica – Renault Kwid E-Tech
Motor: elétrico, diant., transv., 65 cv, 11,5 kgfm
Câmbio: autom., 1 marcha, tração dianteira
Direção: elétrica
Suspensão: McPherson (diant.), eixo de torção (tras.)
Freios: disco ventilado (diant.), tambor (tras.) com recuperação de energia
Pneus: 175/70R14
Dimensões: compr., 373 cm; larg., 158 cm; altura, 159 cm; entre-eixos, 242 cm; peso, 977 kg; porta-malas, 290 l
Bateria: íons de lítio, 26,8 kWh
Carregamento: Tipo 2 (AC); CCS2 (DC)
Alcance: 298 km (Inmetro/urbano)
Garantia: 3 anos