Mitsubishi Pajero Sport usado é um SUV raiz, mas caro de manter
Robusto e confortável, o Pajero Sport reúne competências suficientes para que poucos sintam falta do Pajero Full
Estrela do Salão de 2018, o Pajero Sport retornou ao mercado nacional no ano seguinte, importado da Tailândia. Baseado na picape L200 Triton, o SUV chegou carregado de bons atributos para disputar com Chevrolet Trailblazer e Toyota SW4.
A dica mais valiosa para quem deseja ter um Pajero Sport é justamente evitar os exemplares da primeira fornada, que chegaram em 2019 já como modelo 2020: são notórias pelo visual carregado, com enormes lanternas traseiras que avançam sobre o para-choque. Só valem a pena com um bom desconto.
Melhor ficar com o modelo 2021 em diante, que traz faróis de led divididos em duas peças e um visual mais contemporâneo, com barras paralelas na grade e um para-choque mais saliente.
O modelo 2021 também marcou a chegada da versão HPE-S, acima da HPE, com quadro de instrumentos digital e central multimídia com tela de 8”. Mas ambas transportam sete pessoas com relativa agilidade, graças ao 2.4 turbo diesel de 190 cv e 43,9 kgfm.
Mesmo pesando 2 toneladas, o Pajero Sport tem disposição para acelerar de 0 a 100 km/h em 12,3 segundos, com médias de consumo de 8,5 km/l na cidade e 10,8 km/l na estrada. É mais lento e gasta um pouco mais que os principais concorrentes, mas o câmbio automático de oito marchas (que permite trocas sequenciais por meio de borboletas no volante) é suave e silencioso.
Não se engane pelo seletor eletrônico de tração: ele traz modos 4×2, 4×4, 4×4 com diferencial central bloqueado e 4×4 com reduzida. O diferencial central com o bloqueio desligado permite o uso permanente da tração 4×4 mesmo em pisos de maior aderência, melhorando a estabilidade em dias de chuva.
De fato, ele é o utilitário esportivo raiz com o melhor controle das suspensões: sua carroceria balança menos ao transpor qualquer tipo de terreno. Mérito da calibração e dos controles de tração e estabilidade. Seu único porém é a anacrônica direção hidráulica, bem mais pesada. Ele também oferece piloto automático adaptativo, alerta de pontos cegos, sistema de frenagem de emergência e os sete airbags.
O conforto é garantido pelos 2,8 metros entre os eixos, bancos macios, ar-condicionado bizona, central multimídia e teto solar. O porta-malas leva 255 litros, mas, com a última fileira rebatida, chega a 971 litros de capacidade.
O encerramento da produção do Pajero Full fez com que as atenções do mercado se voltassem ao Pajero Sport. Ele encareceu a ponto de rivalizar em preço com modelos de marcas como Land Rover e Volvo, o que acabou por valorizar também os usados.
Problemas e defeitos do Pajero Sport
Motor: o motor 4N15 apresenta um problema crônico de rachaduras no coletor do escapamento, o que faz o motor perder potência e entrar em modo de segurança.
Turbo: evite unidades que sofreram alterações no módulo de gerenciamento do motor para alterar a pressão de funcionamento do turbocompressor, o que acarreta danos ao motor e à transmissão.
Filtro DPF: o filtro de particulados costuma saturar em uso urbano e sua regeneração depende de mão de obra especializada. para evitar o problema, alguns proprietários removem o filtro e realizam outras adaptações. Fuja dessas unidades.
Transmissão automática: o câmbio Aisin AE80F é tão robusto que muitos proprietários se esquecem dos cuidados básicos: substituição do fluido a cada dois anos ou 100.000 km rodados. Verifique se opera sem trancos ou retenções desnecessárias.
Tração 4×4: como são três diferenciais, vale a pena conferir o estado deles antes de fechar negócio; limalha no óleo do diferencial traseiro é indício de que o bloqueio do diferencial central foi usado em pisos de elevada aderência.
O que diz o proprietário do Pajero Sport
Nome: Francisco Jabur
Idade: 44 anos
Profissão: engenheiro
Cidade: Belo Horizonte (MG)
O que eu adoro: “ideal para famílias grandes: seguro, espaçoso e confortável. Muito valente em trechos fora de estrada: o sistema de tração 4×4 é um dos mais sofisticados do mercado.”
O que eu odeio: “poderia andar um pouco mais e gastar um pouco menos: o câmbio de oito marchas tenta, mas não consegue fazer milagre. As peças de reposição também poderiam custar menos.”
Quanto valem os Pajero Sport usados (tabela KBB)
Modelo | 2020 | 2021 | 2022 | 2023 |
Sport HPE 2.4 | 230.911 | 273.125 | 275.721 | 305.488 |
Sport HPE-S 2.4 | – | 265.287 | 290.573 | 328.350 |
* Valores em reais calculados pela KBB Brasil para a compra pelo particular
Preços das peças do Pajero Sport
Preço das peças | Original | Paralelo |
Farol | 7.757 | 6.200 |
Jogo de amortecedores | 4.378 | 2.300 |
Par de discos dianteiro | 3.702 | 1.649 |
Jogo de partilhas dianteiro | 765 | 227 |
Para-choque dianteiro | 2.928 | 1.500 |
Nós dissemos…
Maio de 2019: “se você ainda não se convenceu pelos números, eu posso garantir: o Mitsubishi é bem melhor de dirigir. Claro que, usando meu colega Eduardo como exemplo, ninguém que se propõe a ter um utilitário desses espera comportamento de carro de passeio. Só que, além de bancos mais confortáveis, o estreante tem direção mais precisa e suspensão mais firme.”
Pense também em um…
Chevrolet Trailblazer: baseado na S10, ele também tem chassi de longarina, eixo traseiro rígido e tração 4×4 com reduzida. Em tempos de diesel caro, sua maior vantagem está na oferta na versão LTZ com motor a gasolina, um V6 3.0 com 33,5 kgfm a 3.200 rpm e 239 cv a 6.600 rpm. Traz controles de tração e estabilidade, ar digital, computador de bordo e piloto automático com comandos no volante.