Conhecida pela valentia de seus utilitários, a Jeep entendeu que uma parcela de seu público buscava um modelo compacto e mais adequado ao ambiente urbano. Nasceu assim o Jeep Renegade, que figura desde 2015 entre os SUVs mais vendidos do Brasil.
Qual a melhor versão do Jeep Renegade?
A versão de maior sucesso é a Longitude 1.8 Flex, com o E.torQ de 132/130 cv – dado de potência máxima mantido até a linha 2016 – aliado ao câmbio automático sequencial de seis marchas.
É boa para quem não tem pressa, pois sofre para embalar seus 1.440 kg – o 0 a 100 km/h leva 15,3 s e o consumo decepciona: 10,2 km/l na cidade e 12,5 km/l na estrada.
Mas é na qualidade de construção que ele se destaca. O acabamento tem materiais macios ao toque no painel e nas portas, e peças bem encaixadas, muito superior a rivais como Ford EcoSport e Renault Duster.
De série tem borboletas para troca de marcha no volante, ar digital bizona, controle de estabilidade, volante multifuncional de couro com ajustes de altura e profundidade, faróis de neblina, freio de estacionamento elétrico, piloto automático, multimídia com tela sensível e rodas de liga aro 17.
Entre os opcionais há couro, sistema de som Beats, monitor de pressão de pneus, banco do motorista com ajustes elétricos, teto solar panorâmico, airbags laterais, airbags de cortina, airbags para os joelhos e rodas aro 18.
Para muitos, a melhor versão é o Renegade Sport 1.8 Flex com câmbio manual de cinco marchas, que tem menor consumo e maior agilidade.
Traz ar-condicionado, banco traseiro bipartido, chave canivete com telecomando, volante multifuncional, computador de bordo, ESP, trio elétrico, freio de estacionamento elétrico, freios a disco nas quatro rodas, sensor de ré, aro 16 de liga e som de seis alto-falantes.
Se você preza desempenho e conforto, leve a Longitude 2.0 turbodiesel, com 170 cv e 35,7 mkgf (quase o dobro de torque do Flex), câmbio automático de nove marchas e tração 4×4. Esse conjunto mecânico também está disponível na configuração Sport.
O mais Jeep dos Renegade é o Trailhawk, sempre diesel, com suspensão 2,07 cm mais alta, chapas de proteção no assoalho, pneus de uso misto e tração SelecTerrain com cinco seleções de terreno (só há quatro ajustes na Sport e Longitude).
Evite o Renegade 1.8, versão de entrada que abre mão do alarme, volante multifuncional, faróis de neblina e sensor de estacionamento. É facilmente identificada pelo aspecto pobre das rodas em aço estampado.
E considere também que a partir do modelo 2017 o Renegade Flex ficou mais esperto, com coletor de admissão variável que elevou a potência para 139/135 cv. É o motor chamado E.torq EVO.
Vale considerar também os Jeep Renegade a partir do modelo 2019. Na dianteira, ele recebeu um novo para-choques, com brasão bem delineado na parte inferior. Na grade, as sete fendas estão mais largas e próximas entre si, e os faróis foram milimetricamente puxados para cima. É isso que você terá como argumentos para identificar a linha 2019 à primeira vista.
Na traseira a marca aplicou uma maçaneta logo abaixo da placa, mas não decorou as lanternas com a nova assinatura de iluminação, vista no modelo europeu. Com a adoção de estepe de uso temporário como padrão (antes era opcional), o bagageiro ganhou 47 litros, passando de 273 para 320 litros.
O ar-condicionado ainda foi otimizado, passando a resfriar a cabine na temperatura selecionada em um tempo 20% menor. E a central multimídia de 8,4 polegadas se tornou compatível com É compatível com Apple CarPlay e Android Auto, mas perdeu o navegador embarcado.
Em meados de 2016, Quatro Rodas desmontou o Jeep Renegade Sport com 60.000 km do teste de Longa Duração. Mais do que a inferioridade (em termos de robustez) diante do Honda HR-V, o Renegade deixou claro que a marca Jeep precisava cuidar do produto (modernizando-o) e a rede – com jeitinho na manutenção e tentativa de cobrança de valores mais altos do que o justo.
Problemas e defeitos do Jeep Renegade
Chave de ignição: recorrente nas primeiras unidades, a chave pode ficar presa no miolo de ignição por falha da válvula solenoide que opera a trava de segurança. A válvula tem sido trocada em garantia ou simplesmente eliminada da coluna de direção.
Câmbio automático: a caixa ZF 9HP das versões diesel apresentou irregularidades no funcionamento, já abordadas na seção Autodefesa. O problema costuma ser resolvido com atualização do software.
Câmbio automático 2: Na seção Autodefesa de abril de 2020, falamos de problemas no trocador de calor do câmbio dos Renegade. A questão recorrente é de óleo do câmbio no reservatório do radiador. A partir de 2018, a Jeep passou a recomendar a troca do fluido a cada 24 meses, o que não era mencionado nos manuais dos proprietários dos anos anteriores e mudou a especificação e na concentração do líquido do radiador, passando de ASTM D3306, ASTM D4955, NBR 15297 e 9.55523-2 para FCA MS 90032 Mopar Antifreeze Coolant e de 30/70 para 50/50. Existe a suspeita se o líquido de arrefecimento, utilizado anteriormente, era de fato o mais adequado para proteger a peça do trocador de calor. A geração de ferrugem faz com que o fluido de arrefecimento se misture ao óleo do câmbio automático. Verifique se o antigo proprietário atualizou o trocador de calor para uma versão não oficial, mas que evita o problema.
Suspensão: o alto peso do trem de força compromete a durabilidade da suspensão dianteira. O desgaste permite variação excessiva da geometria em arrancadas, identificada pelas reações no volante.
Motor: o 1.8 E.torQ é célebre pelo vazamento de óleo, principalmente na junta triangular localizada entre o suporte do filtro e o bloco. Outros pontos de vazamento crônico são a junta do cárter e o retentor da polia.
Teto solar: o mofo indica falha na vedação. Veja se o teto opera sem estalos e de modo progressivo. Os defeitos são causados por detritos nos trilhos ou lubrificação incorreta.
Recalls: foram seis chamados ao todo, de vários anos, afetando componentes como piloto automático, airbag do passageiro, chave de seta, freio de estacionamento e relês dos sistemas de ignição e injeção.
Preço médio dos Jeep Renegade usados (KBB)
Modelo | 2016 | 2017 | 2018 | 2019 | 2020 | 2021 |
STD 1.8 Flex 4×2 automático |
–
|
–
|
–
|
– | R$ 80.623 | R$ 83.709 |
1.8 Flex 4×2 automático |
R$ 68.839
|
R$ 73.657
|
R$ 74.953
|
R$ 77.532 | R$ 80.635 | R$ 84.340 |
1.8 Flex 4×2 manual | R$ 63.772 | R$ 66.480 | – | – | – | – |
Sport 1.8 Flex 4×2 manual | R$ 66.754 | R$ 67.890 | R$ 72.230 | R$ 74.540 | – | – |
Sport 1.8 Flex 4×2 automático | R$ 68.996 |
R$ 71.094
|
R$ 74.548 | R$ 79.593 | R$ 83.777 | R$ 88.230 |
Limited 1.8 Flex 4×2 automático |
|
R$ 76.941 |
R$ 79.241
|
R$ 86.620
|
R$ 95.399
|
R$ 107.200 |
Longitude 1.8 Flex 4×2 automático |
R$ 70.062
|
R$ 76.328 |
R$ 76.967
|
R$ 81.674 | R$ 88.369 | R$ 94.740 |
Sport 2.0 diesel 4×4 automático | R$ 85.183 |
R$ 92.232
|
– | – | – | – |
Longitude 2.0 diesel 4×4 automático | R$ 90.913 |
R$ 96.829
|
R$ 99.500
|
R$ 109.989 |
R$ 112.430
|
R$ 127.956 |
Trailhawk 2.0 diesel 4×4 automático | R$ 91.360 |
R$ 95.660
|
R$ 105.937 | R$ 122.981 | R$ 124.430 | R$ 139.453 |
Preço das peças do Jeep Renegade
Peças | Original | Paralelo |
---|---|---|
Para-choque dianteiro | 1.421 | 671 |
Farol completo (cada um) | 839 | 804 |
Discos de freio (par dianteiro) | 879 | 445 |
Pastilhas de freio (par dianteiro) | 910 | 775 |
Amortecedores (jogo) | 1.652 | 1.590 |
Kit de embreagem | 1.433 | 687 |
A voz do dono
Nome: Alexandre Bage
Idade: 35 anos
profissão: empresário
Cidade: Santana do Parnaíba (SP)
O que eu adoro: “Um utilitário esportivo com muito espaço para os ocupantes e uma ergonomia perfeita. O motor turbodiesel agrada pelo torque e economia, e a suspensão firme garante uma dirigibilidade agradável.”
O que eu odeio: “O atraso na resposta do acelerador é absurdo, ele hesita para acelerar. O acabamento das portas é incompatível com o padrão Jeep e o painel exibe mensagens intermitentes de falhas em vários sistemas.”
Nós dissemos
Agosto de 2016: “Em acabamento, ninguém bate o Renegade, que recebeu da Jeep o mesmo cuidado dos jipões da marca. Mesmo bonito, requintado, bem equipado e com bom acabamento, o Renegade estacionou no terceiro lugar do comparativo. Poderia ir além, não fosse o desempenho sofrível e o elevado consumo de combustível.”
Pense também em um…
HONDA HR-V. É outro best-seller. Embora não tenha o mesmo padrão de acabamento e equipamentos, cativa pela versatilidade. O HR-V dá o troco na estrada, com sua suspensão firme e um porta-malas de 437 litros. Tem o melhor equilíbrio entre consumo e desempenho, graças ao motor 1.8 16V de 140 cv acoplado ao câmbio CVT.