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VW Golf 4,5 ficou esquecido, mas é hatch médio confiável e barato

Bom de volante, o carro da geração 4 ½ conseguiu segurar as pontas com honras por seis longos anos

Por Felipe Bitu
12 Maio 2024, 17h00
Geração 4 1/2 ganhou faróis, grade e para-choques modificados
Geração 4 1/2 ganhou faróis, lanternas, grade e para-choques modificados (Marco de Bari)

O brasileiro sempre esperou um tempão para curtir o VW Golf: lançado em 1974, ele demorou 20 anos para ser lançado no Brasil. A produção nacional começou só em 1999 e ficou oito anos sem alterações significativas, fazendo com que o hatch perdesse vendas com o tempo.

Retocado, o Golf 2008 ganhou uma sobrevida, a chamada geração 4 ½, que manteve a alta rigidez torcional, a suspensão acertada, o câmbio de engates suaves, a direção precisa e o acabamento acima da média.

Dirigibilidade permaneceu como referência, mesmo sem atualizações
Dirigibilidade permaneceu como referência, mesmo sem atualizações (Marco de Bari)

O Golf envelheceu como um bom vinho, pecando só no estilo datado e no pouco espaço traseiro.

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Todos os VW Golf são equipados com ar-condicionado, computador de bordo, sensor de ré, retrovisor direito com rebatimento automático e até rastreador via satélite, alternativa para reduzir o exorbitante valor do seguro.

Interior simples, mas funcional e com bom acabamento
Interior simples, mas funcional e com bom acabamento (Marco de Bari)

Quem não abre mão de ABS e airbags deve prestar atenção, pois viraram item de série só na linha 2012.

A versão mais popular é o Golf Sportline 1.6 8V flex (101/103 cv), com roda aro 16 e pneu 205/55, faróis de neblina, bancos de couro e aerofólio. Além de ABS e airbag, os opcionais mais desejados são teto solar, retrovisor interno fotocrômico, sensor de chuva e ar-condicionado digital.

Bancos de couro poderiam ter revestimento em dois tons

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O Golf 4,5 está longe de ser um foguete – com álcool, fez 13,3 segundos no 0 a 100 km/h – , mas é suficiente para a maioria dos motoristas.

Piloto automático vinha a partir da versão Comfortline, oferecida com o confiável motor 2.0 8V de 116 cv – que depois ainda seria usado no Jetta. Cheio de torque, podia ter o câmbio automático de quatro marchas, logo substituí­do pelo sequencial Tiptronic de seis, principal responsável por seu bom desempenho.

Espaço atrás não é dos maiores, mas está na média do segmento

Lendário, o Golf GTI (1.8 turbo de 193 cv) durou só dois anos, de 2008 a 2009. Manual ou Tiptronic, tinha acelerações rápidas (de 0 a 100 km/h em 8,0 segundos) e itens como rodas de aro 17 e pneus 225/45, controles de tração e estabilidade e airbags laterais.

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Com seu fim, a esportividade ficou restrita ao Golf GT 2.0 (116/120 cv), bem mais pacato e com pouca diferença de preço para o Comfortline com o mesmo motor (veja tabela de preços mais abaixo).

Versão GTI durou apenas dois anos, entre 2008 e 2009
Versão GTI durou apenas dois anos, entre 2008 e 2009 (Marco de Bari)

Na linha 2009, o motor 1.6 virou VHT, mantendo a potência, mas com sensível ganho de torque. Mas o Golf 4 ½ não foi capaz de conter o avanço do rival Hyundai i30, mesmo apelando para várias séries especiais – em 2011 o coreano já vendia duas vezes mais.

Golf GTI, da Volkswagen, modelo 2007, durante teste comparativo da revista Quatro Rodas.

A reestilização com faróis maiores e lanternas com elementos internos redondos, que caracteriza o apelido ‘geração 4,5’, foi uma solução brasileira. Contudo, esse Golf fabricado em São José dos Pinhais (PR) chegou a ser exportado: no Canadá, onde foi vendido por três anos como City Golf, era o carro mais barato da Volkswagen. 

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O Volkswagen Golf só voltaria a ter força no mercado brasileiro no final de 2013, com o lançamento da 7ª geração – praticamente três à frente do que era vendido por aqui até então.

Interior do Golf GTI, da Volkswagen, modelo 2007, durante teste comparativo da revista Quatro Rodas.
O volante era o mesmo do Golf GTI europeu da época, mas o painel era do anterior (Marco de Bari/Quatro Rodas)

Mas sua conhecida liquidez e baixa depreciação ainda o tornam uma opção agradável (e esquecida por muitos) entre os cada vez mais raros fãs de hatches médios.

Fuja do mico

Nos Golf Tiptronic, veja se o câmbio opera normalmente. Nele há um circuito impresso sensível a líquidos (chuva através do teto solar ou bebidas derramadas), com reparo bastante caro.

Problemas e defeitos do Volkswagen Golf

Motor 1.8 turbo do GTI rendia 193 cavalos com etanol
Motor 1.8 turbo do GTI rendia 193 cavalos com etanol (Marco de Bari)
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Turbo – Nos GTI, verifique se há presença de fumaça branca na marcha lenta ou nos intervalos entre as trocas de marcha. O problema pode indicar desgaste excessivo dos mancais, por falhas de lubrificação. O kit de reparo custa em torno de 400 reais, mas em alguns casos é preciso substituir a turbina, o que não sai por menos de 4.000 reais.

Suspensão dianteira – Boa parte do prazer de dirigir um Golf se perde quando pivôs, batentes e buchas de bandeja estão danificados ou com folgas, situação identificável pelos ruídos apresentados em condução normal. Uma revisão da suspensão mais o alinhamento custam em torno de 1.000 reais.

Climatizador – Fique atento ao nível da água do radiador: em alguns casos o vazamento ocorre dentro do carro, através do radiador que fornece ar quente para o climatizador do ar-condicionado. O conserto exige a remoção do painel e custa no mínimo 2.000 reais.

Teto solar elétrico – Verifique a vedação das borrachas: forro de teto em mau estado e cheiro de mofo são indícios de umidade no seu interior. Ele devem funcionar sem ruídos ou estalos, pois um motor elétrico novo custa em torno de 500 reais, sem a mão de obra.

A voz do dono

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Exclusividade brasileira, a reestilização do Golf IV ficou conhecida como Golf 4,5 (Marco de Bari/Quatro Rodas)

“Estabilidade impecável e dirigibilidade digna de automóveis que custam três vezes mais. A qualidade de construção é perceptível tanto no acabamento quanto no isolamento de vibrações do motor e da suspensão. Mesmo após anos de uso, o interior continua silencioso, sem grilos. Só falta fôlego: o motor 1.6 é apenas suficiente e não empolga.” – Leandro Miki, 31 anos, investigador de polícia, Bertioga (SP).

O que eu adoro:

“Um belo acabamento: couro, alumínio e plásticos de ótima qualidade. A posição do motorista e a leveza de comandos permitem dirigir por horas a fio sem cansar.” – Gustavo Pulita, 33 anos, gerente financeiro, Curitiba (PR).

O que eu odeio:

“A estabilidade cobra seu preço, pois a frente baixa raspa com facilidade. Falta espaço no banco traseiro, o seguro é astronômico e o estilo cansou há muito tempo.” – Julian Peglow, 22 anos, consultor de vendas, Pelotas (RS).

Nós dissemos – Outubro de 2007

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“No interior, os tradicionais bom acabamento, qualidade de construção e espaço interno menos generoso. Com 2,51 metros de entre-eixos – 10 cm a menos que um Focus -, os joelhos de quem vai atrás não têm muita folga. Mas para quem vai na frente, atrás do volante, sobra prazer. Ao lado do Focus, o Golf divide o título de campeão em dirigibilidade. E não me refiro apenas ao segmento dos hatches médios. Mas isso está longe de ser uma novidade, assim como o alto valor do seu seguro, cerca de 30% maior que o dos rivais.”

Preço médio dos Volkswagen Golf 4,5 usados (KBB)

2008 2009 2010 2011 2012 2013
Golf Sportline 1.6 MT
R$ 40.783
R$ 43.108
R$ 44.341
R$ 46.943
R$ 56.267
R$ 57.111
Golf Comfortline 2.0 AT
R$ 41.007
R$ 45.086
R$ 47.928
R$ 46.943
Golf GT 2.0 AT
R$ 41.822
R$ 43.740
R$ 45.535
R$ 51.390
R$ 57.505
R$ 59.070
Golf GTI 1.8 Turbo MT
R$ 63.758
R$ 67.861
Golf GTI 1.8 Turbo AT
R$ 66.593
R$ 71.848

 

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