Fiat Mobi é carro usado pequeno e prático com motor do Uno por R$ 35.000
Barato, prático e fácil de manter, o primo menor do Uno poderia ter um acabamento interno mais caprichado

Desenvolvido a partir do Fiat Uno de segunda geração, o Fiat Mobi marcou o ingresso da marca no segmento dos subcompactos.
Com apenas 2,30 metros entre os eixos, 3,56 metros de comprimento, 1,63 metro de largura e um porta-malas de 215 litros, ele está longe de ter uma proposta familiar: o Mobi foi homologado para cinco pessoas, mas o desconforto fará com que os ocupantes do banco traseiro torçam para que as viagens sejam bem rápidas.
E não, elas não serão: o motor Fire de 1 litro e quatro cilindros é capaz de percorrer 11 km/l de gasolina na cidade e 15,2 km/l na estrada, mas desenvolve 75/73 cv a 6.250 rpm, fôlego apenas suficiente para embalar os cerca de 900 kg da versão básica Easy, sem ar-condicionado e sem direção com assistência hidráulica.
Para garantir um mínimo de conforto, procure a versão Like, a de maior sucesso justamente por já vir de série com ar-condicionado, direção hidráulica, desembaçador, chave canivete com controle remoto, acabamento de tecido no porta-malas, travas e vidros elétricos e volante com regulagem de altura.
As unidades mais completas trazem o Kit Tech, que inclui alarme, volante multifuncional, rádio Connect integrado ao painel com Bluetooth, USB e função streaming de áudio. Mais sofisticada, a versão Like On inclui rodas de liga leve de aro 14, faróis de neblina, porta-óculos e sensor de estacionamento traseiro.

Quem procura um conjunto mecânico ainda mais racional deve optar pela versão Drive, que foi oferecida de 2017 a 2020 com o motor Firefly de três cilindros, que anda mais e bebe menos. O torque é de 10,9 kgfm com etanol e 10,4 kgfm com gasolina a 3.250 rpm. A potência fica em 77 cv com etanol e 72 cv com gasolina. A versão Drive ainda traz três avanços: direção com assistência elétrica, sistema de som Live On e opção do câmbio automatizado GSR.

Trata-se de uma evolução do antigo Dualogic: cinco marchas, acionamento por botões e opção de troca por aletas instaladas atrás do volante. Deixa a desejar pelos trancos e lentidão, mas agrada pelas comodidades e médias de 14,9 km/l na cidade e 18,6 km/l na estrada (gasolina).

Mesmo sendo bem superior, o motor Firefly não vingou e saiu de cena em 2020: desde então o Mobi usa apenas o decano Fire de 1 litro e quatro cilindros. Em 2022, ele foi recalibrado para 74/71 cv. Integrante da nossa frota de Longa Duração, o Mobi foi aprovado com ressalvas: basicamente os mesmos problemas que já haviam sido apresentados pelo Uno, sem nenhuma evolução.
Defeitos e problemas do Fiat Mobi
Câmbio GSR – Apesar de garantir boas médias de consumo, ele é lento, indeciso e opera aos trancos. Se estiver em dúvida quanto ao estado do câmbio, desista da negociação: tanto uma simples reprogramação quanto a substituição de componentes requerem mão de obra especializada.
Acabamento interno – É o ponto mais fraco do modelo: é composto por plásticos de baixa qualidade, sempre mal encaixados e que vão quebrando com o passar do tempo, aumentando o nível de ruído. É raro encontrar um Mobi com o tampão do porta-malas e o respectivo suporte intactos.

Cabeçote – O motor Fire não conta com injeção direta de combustível, mas costuma apresentar falhas de vedação nas válvulas devido à carbonização excessiva nas sedes. O carvão é formado por óleo lubrificante e combustível não queimados na fase de combustão.
Freios – São frequentes as queixas relacionadas à perda de potência dos freios e falhas no sistema ABS, quase sempre causadas por problemas nos sensores de rotação das rodas. Um dos sintomas relacionados é o velocímetro inoperante, que também depende do correto funcionamento dos sensores.

Vedação – Outro problema comum é a infiltração de água e poeira no interior da cabine, problema causado pelo ressecamento das borrachas de vedação das portas. Presença de mofo no carpete é um dos indícios mais claros do problema.
Recalls – Foram vários ao longo dos anos de produção envolvendo o software do comando dos indicadores de direção, bobina de ignição, relê de ignição, coluna de direção, circuito elétrico do interruptor de freio, portas, freio de estacionamento e linha de combustível. Consulte a placa ou o chassi no site da fabricante.
A voz do dono
Nome: Silvia Helena Portugal
Idade: 58 anos
Profissão: advogada
Cidade: São Paulo (SP)
O que eu adoro: “Ele é lindo, especialmente na versão Trekking. Um carro muito bom para a cidade e viagens curtas. É bem equipado e tem boa altura livre do solo.”
O que eu odeio: “O motor poderia ser maior e mais potente: um Fiat de 1.4 l ficaria perfeito. Também faz falta a oferta de câmbio automático de verdade.”
Preço dos Fiat Mobi usados (KBB)

Preço das peças do Fiat Mobi

Nós dissemos

Maio de 2016 “Toda a mecânica é compartilhada com o Uno (…) – até o monobloco. Mas as medidas são menores: 356,6 cm de comprimento (é 24,4 cm menor que o Uno) e 163,3 de largura. (…) O motor 1.0 de quatro cilindros desenvolve 75/73 cv a 6.250 rpm (…).
Pense também em um…

VW Up! Ele chegou em 2014 com os melhores resultados do Latin NCAP. Evite o câmbio I-Motion, sempre acoplado ao motor MPI 1.0: vale a pena se divertir com o câmbio manual. Evite também a versão básica Take Up! (que não oferece direção assistida e ar-condicionado).