Com um ano de fundação, a partir da fusão dos grupos PSA e FCA, a Stellantis anunciou seu plano estratégico que valerá até 2030. Isso inclui desde a redução das emissões de carbono de suas operações, até a meta de se tornar líder do mercado de carros híbridos no Brasil em três anos.
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É uma meta promissora, mas que antecipa que a eletrificação no Brasil será mais demorada do que na Europa. De acordo com o chefão da Stellantis, o português Carlos Tavares, a partir de 2026 todo lançamento da Stellantis na Europa será elétrico. A Fiat, por exemplo, terá apenas carros elétricos na Europa a partir de 2030.
A promessa de eletrificação na Europa vale para todas das marcas, incluindo Maserati e as marcas origem norte-americana. Prova disso é que Tavares mostrou as primeiras imagens do primeiro elétrico da Jeep.
Será um SUV compacto menor que o Renegade, um modelo há muito prometido, mas com alguns traços que remetem ao Compass. Não tem formas tão quadradas, mas ainda segue à risca o design da marca mesmo com proporções menores. Seu lançamento será já na primeira metade de 2023, de acordo com o executivo.
A promessa de Tavares é que a Jeep terá pelo menos um elétrico em cada um dos segmentos onde atua a partir de 2025.
Brasil puxará a eletrificação na América do Sul
De acordo com Carlos Tavares, a meta para a América do Sul é manter a Stellantis na liderança do mercado e aumentar a rentabilidade. Há 30 grandes lançamentos previstos para a região nos próximos oito anos, sendo que o processo de eletrificação local começará efetivamente a partir de 2025.
Antes disso, porém, a Stellantis pretende se tornar líder do mercado de híbridos no Brasil. A meta da empresa é ter mais de 30% do mercado de LEVs, veículos de baixas emissões, os híbridos. Pretende assumir a liderança (hoje da Toyota) e, com a ofensiva da concorrência, se estabelecer com aproximadamente 20% do mercado de híbridos ao final da década.
Seriam híbridos flex, uma tecnologia que a empresa já sinalizou o interesse em explorar. Além disso, vale lembrar que recentemente a empresa lançou um novo motor 1.5 GSE turbo, da família Firefly, que funciona em ciclo Miller e foiu criado especificamente para ser combinado a um conjunto híbrido.
Na Europa, a Fiat também oferece modelos com sistema híbrido leve de 12V. Neste sistema, o motor de partida também pode auxiliar o motor a combustão em algumas situações melhorando sua eficiência. E o fato de ser 12V, em vez de 48V, o torna muito mais simples e acessível.
De acordo com Carlos Tavares, o que vai acabar com os motores de combustão interna é a legislação. O executivo prometeu que, enquanto os motores a combustão existirem, a Stellantis vai continuar aperfeiçoando a tecnologia nessa área, incluindo a adição de motores elétricos para criar híbridos leves, que têm preços mais acessíveis que o híbridos puros.
Para o executivo, carros híbridos, que podem ser vendidos em volumes maiores, trazem um impacto positivo ao meio ambiente maior do que carros elétricos muito caros, com baixos volumes de vendas.
Também para antes de 2025 a Stellantis promete uma ofensiva no mercado de picapes e da marca Ram. Serão três novas picapes até 2025, número que não inclui a Peugeot Landtrek, que estreia no Brasil nos próximos meses mas já está à venda em praticamente toda a América Latina.
Estariam inclusas aí a nova picape média monobloco da Ram, que será nacional, uma nova geração da Fiat Toro (que completará 10 anos de lançada em 2025) e mais um produto.
Promessa de elétricos mais baratos
Há outras metas importantes, como a redução de 40% no custo dos carros elétricos e no custo de distribuição, por exemplo, reduzindo a complexidade das operações da empresa como um todo – aproveitando, também, a conclusão da sinergia das operações do grupo, o que está prevista para estar completa em 2024.
O Carlos Tavares ainda endossou que o objetivo da Stellantis é oferecer produtos seguros, limpos e que as pessoas possam comprar.
Para os Estados Unidos, o portfólio elétrico será inaugurado por uma van comercial Ram a ser lançada em 2023. Para 2024 está prometido o lançamento da inédita Ram 1500 elétrica (com direito a extensor de autonomia), de um veículo off-road elétrico (possivelmete uma variação do Wrangler) e de um SUV familiar.
A Dodge não foi esquecida e terá um muscle car elétrico também em 2024. Para 2025 será a vez da Chrysler, possivelmente com a versão de produção do novo Airflow apresentado há alguns meses. Até 2030 a Stellantis terá 25 elétricos em seu portfólio nos EUA.
Para essa eletrificação, a empresa terá quatro plataformas elétricas chamadas STLA: S, M, L e F, definidas de acordo com o tamanho de cada veículo. Ela já prevê o futuro uso de baterias de estado sólido e evolução da potência de recarga das baterias.
O futuro dos carros da Stellantis está na eletrificação e no uso de softwares mais avançados em seus veículos. Seja para fazer tudo funcionar, seja para o uso de sistemas autônomos. A empresa pretende chegar ao nível 3 de autonomia em 2024, graças a uma parceria com a BMW. Neste nível, além de tirar as mãos do volante o motorista não precisará olhar para o trânsito.