Stellantis inaugura centro para desenvolver carros híbridos flex no Brasil

A Stellantis inaugurou, na última terça-feira (11), o chamado  TechMobility – Centro Stellantis de Desenvolvimento de Produto & Mobilidade Híbrida-Flex, dentro da fábrica de Betim (MG). Este será o centro de desenvolvimento responsável pelas novas tecnologias de futuros carros híbridos flex do grupo, seja para híbridos leves (MHEV), plenos (HEV) ou plug-in (PHEV).

A Stellantis é dona de 14 marcas, entre elas Fiat, Jeep, Peugeot, Citroën e Ram. Além do desenvolvimento de novos carros híbridos nacionais, o local também servirá para capacitar os profissionais da fábrica. A previsão da empresa é que o centro de desenvolvimento começará a operar ainda neste semestre.

O evento teve a participação do Chairman da Stellantis, John Elkann, e do Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva. Elkann ainda anunciou a contratação de 400 novos engenheiros para a empresa no Brasil, além de mais 1.500 outros funcionários.

Faz um ano que a Stellantis anunciou o investimento de R$32 bilhões para o Brasil e a América Latina entre 2025 e 2030. Parte desse investimento está no centro de desenvolvimento de híbridos e também será usado no lançamento de 40 produtos e oito novos conjuntos mecânicos, a maioria deles eletrificados. 

Os primeiros carros híbridos flex da Stellantis foram os Fiat Pulse e Fastback Hybrid, com sistema híbrido leve 12V e fabricados em Betim. Esse mesmo conjunto mecânico, que combina o motor 1.0 turbo de 130 cv e 20,4 kgfm com um motor-gerador com 4 cv e 1 kgfm também chegará aos Peugeot 2008 e 208 nos próximos meses, ambos fabricados na Argentina.

Um chassi MHEV 12V foi apresentado ao Presidente Lula durante o evento.

Os próximos Stellantis híbridos flex

Os próximos modelos eletrificados seriam os Jeep Compass e Fiat Toro fabricados em Goiana (PE). Neste caso, o sistema é chamado pela Stellantis de Bio-Hybrid e-DCT e deverá estrear na Fiat Toro 2026 já no segundo semestre, de acordo com o Autos Segredos.

Este conjunto já dois motores elétricos. O primeiro é o motor-gerador de 12V atuando em conjunto com o motor a combustão, como no híbrido leve. O outro motor elétrico, porém, tem 20 cv e trabalha com arquitetura 48V e vai dentro do câmbio automatizado de dupla embreagem chamado de e-DCT com 7 marchas.

Esse câmbio permite que o motor elétrico atue sozinho em determinadas situações, como dando partida, durante manobras em marcha ré ou condução em marcha lenta e é empregado nos Jeep Compass e Renegade E-Hybrid e também no Fiat 500X na Europa, mas combinado ao motor 1.5 GSE Turbo que trabalha em ciclo Miller e não existe no Brasil. Essa é uma das alterações que podem ser feitas no Brasil, onde utilizará o motor 1.3 GSE turboflex.

Também está nos planos futuros o conjunto chamado Bio-Hybrid Plug-in. Não é tão novidade, pois é um sistema que já existe no Brasil com o Compass 4XE. Mas no futuro será aplicado combinado com motor a combustão flex (provavelmente, o mesmo 1.3 turboflex).

Na atual geração, usa uma bateria de lítio de 380V com aproximadamente 12 kWh de capacidade, que é recarregada pelo sistema de regeneração nas desacelerações, pelo motor térmico ou por recarga em tomadas ou carregadores.

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Seu motor elétrico mais robusto, porém, tem 60 cv e é montado no eixo traseiro, compondo a tração 4×4. Mas também pode impulsionar o carro sozinho por cerca de 45 km. Não causaria surpresa ser oferecido nos Compass e Renegade (como na Europa), mas seria interessante uma aplicação na Fiat Toro ou na Ram Rampage.

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