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São Paulo cede na ideia que pode inviabilizar recarga de carros elétricos

Proposta dos Bombeiros de SP teve prazo de consulta pública ampliado, e empresas acreditam que isso é crucial para provar que essa é uma má ideia

Por Eduardo Passos
8 Maio 2024, 21h00
Proposta dos Bombeiros gerou repercussão bem negativa, motivando extensão dos prazos
Proposta dos Bombeiros gerou repercussão bem negativa, motivando extensão dos prazos (Divulgação/Volvo)
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O Corpo de Bombeiros de São Paulo anunciou a intenção de impor novas regras para o carregamento de carros elétricos no estado, gerando preocupação pelas modificações que precisariam ser feitas. A ideia envolvia medidas sem precedentes no mundo, e a repercussão negativa surtiu algum efeito.

Isso porque a corporação anunciou prazos maiores para as etapas preliminares do projeto, dada a repercussão da matéria. A fase de consulta pública acabaria na segunda-feira (6), mas acabou estendida até o dia 5 de agosto após pressão da Associação Brasileira do Veículo Elétrico. São 90 dias essenciais para que os planos da corporação sejam melhor entendidos e, se for o caso, alterados.

Ilustração mostra distância mínima que pode ser imposta durante o carregamento de carros elétricos
Ilustração mostra distância mínima que pode ser imposta durante o carregamento de carros elétricos (Divulgação/Corpo de Bombeiros de São Paulo)

Desde o início, a ABVE demonstrou preocupação com a ideia dos Bombeiros. A entidade estatal quer, por exemplo, exigir distância mínima de 5 m entre um carro sendo carregado e outro. Distância menor seria possível caso o ponto de recarga disponha de paredes corta-fogo.

Carregadores de carros elétrico da Volvo, eletroposto instalado no Brasil (2)
Logo, cenas como essa seriam proibidas… (Divulgação/Volvo)

Para estacionamentos com mais de 50% de área coberta ou subsolos, a parede corta-fogo deveria se estender até o teto e cada vaga deveria ter sistema de detecção de incêndio com dois chuveiros automáticos (sprinklers) com vazão de água definida por este regramento.

Exceto em casos onde houvessem paredes corta-fogo
Exceto em casos onde houvessem paredes corta-fogo (Divulgação/Corpo de Bombeiros de São Paulo)

O parecer técnico também prevê a proibição do carregador em vagas duplas, onde um carro prende o outro. E prevê que cada carregador tenha um ponto de desligamento (disjuntor) a uma distância entre 30 e  40 metros, dois extintores do tipo ABC e vigilância permanente. 

Jabuticaba

O plano gerou desconforto não só pelo prazo curto de consulta, mas por também impor medidas que tornariam inviáveis muitos eletropostos, dado o investimento necessário. Piorando as coisas, não está prevista distinção entre pontos comerciais e residenciais, inviabilizando a instalação de carregadores AC em muitas casas e prédios.

Carregadores de carros elétrico da Volvo, eletroposto instalado no Brasil (3)
Construtoras e donos de shopping center, cientes do risco de carregadores ficaram inviáveis nesses locais, se juntaram à ABVE (Divulgação/Volvo)

Os Bombeiros justificam a cautela pela “carga de incêndio elevada” que as baterias automotivas representam, além de “estudos globais” que indicam a importância de ação precoce para que um carro elétrico em chamas seja efetivamente combatido.

A ABVE não discorda dessa importância, pelo contrário. Em nota assinada com outras nove entidades (que incluem representantes de montadoras, construtoras, shopping centers e outros), a associação destacou que, no Brasil, são aplicados padrão equivalentes aos de países mais ricos. Além disso, não há correlação provada entre incêndios de carros elétricos e a etapa de recarga; o fogo ocorreria por questões distintas.

Projeto do Corpo de Bombeiros de São Paulo para novas regras de recarga de carros elétricos (6)
Carregamento em locais fechados exigiria instalação de sprinklers (Divulgação/Corpo de Bombeiros de São Paulo)

Confiante no seu ponto, a ABVE disse estar trabalhando junto ao Inmetro e à Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT). Os 90 dias servirão, diz a nota, até mesmo para a realização de incêndios simulados, que comprovem a suficiência das normas atuais. Também há cobrança para que o Corpo de Bombeiros apresente mais relatórios e análises técnicas que embasam o motivo de tamanha cautela.

A proposta dos Bombeiros pode ser conferida na íntegra aqui. A consulta pública é aberta a todos que tenham interesse nela, e sugestões podem ser enviadas para dspciconsultapublica@policiamilitar.sp.gov.br.

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